Obviamente, um trator elétrico não iria necessitar dos motores de 700 cv de Porsche Mission E, mas faria sentido usar esta tecnologia neste tipo de veículos. Ao contrário dos automóveis, motos e camiões, eletrificar as máquinas agrícolas não parece estar na ordem do dia para nenhum construtor da indústria, pois apenas a John Deere propôs um protótipo, em 2016, sem revelar qualquer intenção de o produzir. E a Porsche tem experiência na área dos tratores, um mercado onde o Grupo VW está ausente (as subsidiárias MAN e Scania têm apenas camiões de transporte par uso agrícola).
Quando Ferdinand Porsche fundou a marca o seu nome, em 1931, a ideia é que seria uma firma de engenharia. Foi assim que acabou por trabalhar tanto nos carros de Grande Prémio da Mercedes e Auto Union (marcas rivais), como foi ordenado pelo regime nazi para criar para a Alemanha um carro do povo (“volkswagen”) e um trator do povo (“volkstraktor”). O “trator do povo” surgiu em 1937, mas foi depois da Segunda Guerra Mundial que surgiram oportunidades de negócio para o conceito.
Ferdinand Porsche começou por construir o seu projeto através da Allgaier Werke, construtora de produtos industriais, em 1950, mas em 1956 conseguiu separar-se e dar origem à sua própria marca de produtos agrícolas, a Porsche-Diesel, com quatro gamas diferentes, Junior (motor de um cilindro), Standard (dois cilindros), Super (três cilindros) e Master (quatro cilindros). Estes foram produzidos até 1963, quando a família vendeu a marca à Renault e a fábrica à Mercedes.
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