M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A indústria médica está bastante interessada no desenvolvimento de robôs microscópicos e nanotecnologia. Estes equipamentos têm o potencial para facilitar cirurgias, sarar hemorragias e fraturas ou acelerar o processo de convalescença. Ou, neste caso, podem facilitar a administração de medicamentos no interior do corpo humano, com este “mili-robô”, parecido com uma centopeia.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Universidade da Cidade de Hong-Kong (CityU) criou o robô de modo a poder mover-se com facilidade pelas paredes dos tecidos e órgãos, mesmo quando estes estão impregnados de fluídos, como sangue ou muco. O que torna este robô eficiente é o tamanho das suas múltiplas pernas, cada uma com menos de um milímetro de comprimento, e grossura semelhante aos dos pelos de uma escova, ao mesmo tempo que têm uma distância mínima entre cada perna.

A equipa de investigadores da CityU criou assim uma máquina microscópica, com 0,15 mm de largura, pernas de 0,65 mm e uma distância de 0,6 mm entre cada perna. Como têm um ponto de contacto reduzido, têm menos 40 por cento de fricção que um robô com pernas convencionais, consumindo menos energia e movendo-se mais depressa. Foi construído num material derivado de silício, chamado PDMS (polidimetilsiloxane), reforçado com partículas magnéticas, para poder ser comandado por impulso eletromagnético.

O funcionamento deste “mili-robô” médico foi descrito numa publicação no jornal científico Nature Communications. As suas características, como pernas deformáveis, permitem-lhe contornar obstáculos facilmente, aumentar a velocidade com mais força magnética e transportar um peso 100 vezes superior ao seu, como uma cápsula de medicamento, uma força comparável ao de uma formiga, ou um humano capaz de erguer um mini-autocarro. Antes de poderem testar o robô em seres humanos, falta reproduzir as suas características num material biodegradável.