M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
A sonda Osiris REX não é a primeira a estabelecer contacto com um asteróide do Sistema Solar, mas é uma das missões deste género mais importantes na história da exploração espacial. A missão da NASA tem como objetivo estudar o asteroide Bennu, que poderá esconder no seu interior a explicação para as origens do Sistema Solar e a formação do planeta Terra. Também vai oferecer à autoridade aeroespacial americana informação sobre o movimento de asteroides e a sua probabilidade de impacto com a superfície do nosso planeta.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A Osiris REX foi lançada em 2016 e fez uma viagem de dois anos e meio em direção ao Bennu, finalmente estabelecendo contacto esta semana, a uma distância de apenas 19 quilómetros. A sonda está neste momento a preparar a entrada em órbita do asteroide, prevista para 31 de dezembro. Durante os próximos meses, a Osiris vai catalogar a sua forma exata, movimento e rotação. Também vai determinar qual será o melhor local para aterrar e obter amostras das rochas que compõem o Bennu.

O asteroide é potencialmente um dos objetos mais antigos do Sistema Solar, com uma composição química que deverá ser semelhante aos primeiros materiais expulsos do Sol e que formaram o disco de acreção. Estima-se que a sua composição primária é de carbono. Esta será a primeira vez que uma sonda vai regressar à Terra com uma amostra de um asteroide, que deverá ocorrer entre 2019 e 2020, com o regresso previsto da Osiris REX estimado para 2023.

Com 500 metros, o Bennu é um asteroide com potencial para impactar a Terra. De acordo com cálculos do Laboratório de Propulsão da NASA, deverá passar a 0,005 unidades astronómicas, apenas 700 mil quilómetros, da Terra no ano 2060, e possivelmente a 0,002 unidades, ou 300 mil quilómetros, em 2135. A Lua está em órbita da Terra a aproximadamente 400 mil quilómetros.