M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
O dióxido de carbono produzido por combustíveis fósseis é libertado, em condições normais, para a atmosfera, sendo um dos principais contribuintes para a acumulação de gases de estufa. No entanto, vários pesquisadores têm vindo a trabalhar em combustíveis sintéticos, que podem ser feitos reciclando o CO2 que normalmente iria juntar-se ao ar que respiramos. E a Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, está na vanguarda dessa pesquisa, criando uma forma eficiente de transformar dióxido de carbono em monóxido de carbono, que pode ser reaproveitado para criar novos combustíveis e plásticos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A equipa do Laboratório de Sintéticos e Catalisadores Inorgânicos da EPFL, liderada pelo professor Xile Hu, criou um catalisador baseado em ferro que consegue converter 90 por cento do CO2 em monóxido de carbono. Geralmente, para este processo, são usados materiais preciosos como o ouro, demasiado dispendioso para ser usado em massa. No entanto, a equipa liderada por Hu conseguiu usar átomos de ferro com correntes elétricas de baixa voltagem, conseguindo a mesma eficiência que o catalisador com metais preciosos, por um custo bem mais baixo.

Com este catalisador de ferro, o próprio processo de combustão cria o material de base para fazer novos combustíveis e plásticos, diminuindo a necessidade de recorrer ao petróleo. Essencialmente, isto torna com que os combustíveis sintéticos se tornem neutros em termos de emissões de carbono, pois quase todo o CO2 emitido pela combustão passa a ser reciclado, criando um ciclo fechado, e reduzindo a quantidade de dióxido de carbono que vai permanecer na atmosfera em quantidades consideráveis.

Este processo criado pela universidade suíça ainda é experimental, mas assim que for industrializado, poderá ser combinado com outras tecnologias como baterias ou para produção de hidrogénio.