FOTO L.A. Cicero/Stanford
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Câmaras, radares, LiDARes e outros tipos de sensores vão ser órgãos importantes para o carro autónomo poder cumprir a sua função, identificando todos os obstáculos no ambiente ao seu redor. Mas há um obstáculo que bloqueia a sua visão: uma curva, através da qual não se podia ver… até agora.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Por trás de uma curva está uma estrada nova, com o seu próprio conjunto de perigos, que o automóvel não podia identificar. Mas uma equipa de investigadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiu criar um sensor que consegue refletir raios laser em todas as superfícies próximas, criando uma imagem de objetos ou pessoas que não estão no campo de visão. Assim, o carro autónomo saberá, por exemplo, se uma criança está prestes a atravessar uma rua a correr, mesmo sem a ver.

O grupo da Universidade de Stanford usa um detetor de fotões bastante sensível, que deteta o movimento da luz quando esta é refletida de um objeto em qualquer direção. A principal dificuldade, para já, é que analisar o ambiente ainda demora vários minutos, por falta de poder computacional, o que não seria suficiente para as velocidades normais de um automóvel. No entanto, depois de analisado, construir uma imagem tridimensional demora menos de um segundo.

Outra questão a resolver é o reconhecimento de objetos em movimento, que altera a localização dos fotões refletidos. Mas esta tecnologia poderá ser adaptada a outros usos além do carro autónomo, prevendo-se que possa ser usada para encontrar pessoas dentro de uma casa ou escondidas entre a folhagem de uma floresta, podendo assim ser usada por forças de segurança e serviços de emergência.