Alonso: “A F1 no tempo de Senna e Prost era aborrecida”

08/01/2017

Fernando Alonso estabelece um paralelo entre a F1 atual e a hegemonia da Mercedes com a década de 80 e a era dominada pela McLaren e por Senna e Prost, dizendo que as corridas eram tão aborrecidas então, como são agora.

Fernando Alonso considera que as corridas de Fórmula 1 eram mais interessantes no primeira década do novo milénio e que as corridas de F1 da era Senna/Prost eram muito aborrecidas. De acordo com o piloto espanhol, a F1 atingiu o seu auge na década de 2000, época em que ocorreu a entrada em força dos construtores.

Alonso afirmou que “as corridas em 85, 88 ou 92 eram muito chatas. Dava para dormir, porque eram dois McLaren à frente, depois o quarto classificado levava uma volta de avanço e havia 25 segundos entre cada carro. Depois 10 carros não chegavam ao fim porque a fiabilidade era só assim-assim.”

Alonso que é também um feroz crítico das atuais regras da F: “O desinteresse pela F1 está a crescer, como se constata pelas audiências televisivas, o mesmo acontecia no final da década de 80 de Senna e de Prost, em que os pilotos eram obrigados a poupar combustível e pneus, um autêntico disparate. É por isso que a F1 está tão aborrecida como naquele tempo.”, prosseguiu.

A era dourada foi a do novo milénio 

Em contraste, Alonso destaca o início da década de 2000 como o período dourado da história recente da F1: “Entraram em cena uma série de construtores como a BMW ou Toyota, as audiências televisivas e o número de espectadores nas provas atingiu o seu máximo, levámos a F1 a novos países, como a Coreia, India ou Singapura.”

Para Alonso, apesar da tecnologia disponível a F1 está agora tecnicamente estrangulada “Os F1 perderam feeling de pilotagem, são demasiado lentos e não têm suficiente grip. Estamos sentados num monolugar, mas parece que estamos a pilotar um GT.”

No entanto o espanhol acredita que as novas regras para 2017 vão devolver algum prazer de pilotagem, já que os carros serão em média 4 segundos por volta mais rápidos e vão ter maior aderência, graças à maior liberdade no desenvolvimento de aplicações aerodinâmicas. Alonso espera que isto também permita devolver competitividade à F1 por forma a acabar com a hegemonia da Mercedes.