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Carros usados: Não se deixe levar em ‘cantigas de vendedor’

Quilómetros reais: Tarefa difícil esta, sobretudo em modelos com mais anos, em que o odómetro podia ser facilmente manipulável. Mas há detalhes simples a que deve dedicar uma atenção redobrada. O desgaste da alavanca da caixa de velocidades, alavanca do travão de mão, volante e pedais (quando em borracha) revelam a idade do carro de forma mais ou menos evidente. Os dados de revisões que estejam indicados no livro de manutenção (quando disponíveis) também podem dar pistas sobre este ponto, já que uma revisão feita com 56.000 quilómetros há três anos num carro que tenha no presente 61.000 quilómetros pode indicar manipulação de quilómetros.
Carroçaria: Olhe para o carro de todos os ângulos e preste atenção aos diversos painéis. Esteja atento a pinturas novas que podem indicar a existência de acidentes anteriores. De igual forma, esteja atento a sinais de ferrugem em diversos pontos, como no compartimento do motor, junto aos frisos e também nas soleiras das portas. Sempre que existam locais com pintas de ferrugem tenha atenção que podem existir problemas estruturais mais severos. Procure também folgas entre painéis estruturais, não tanto entre carroçaria e para-choques (que geralmente podem acusar desgaste com o tempo e mazelas de pequenos contactos, sem grandes problemas) mas entre os faróis e a carroçaria, já que a carroçaria e o espaço para os faróis não se devem alterar de forma natural.
Suspensão: Baixe-se e meça visualmente a altura ao solo em todos os pontos. Desnivelamentos significam problemas na suspensão, com dos cantos ou ambos a precisarem de reparações. Na condução siga por uma estrada com mau piso e, se possível passe pelo mesmo local duas vezes com velocidades distintas, uma mais veloz e outra mais cuidadosa. Ambas revelam eventuais problemas com a suspensão. Ruídos bem audíveis, dificuldades na contenção da carroçaria – com excesso de saltos – ou grande secura a lidar com lombas, por exemplo, indiciam amortecedores nas últimas. Além disso, dê uma vista de olhos à parte inferior e desconfie se os amortecedores estiverem muito limpos – podem ter sido lavados para retirar fugas de óleo.
Travões: Teste o sistema de travagem por uma ou duas vezes com travagens mais fortes para avaliar a resposta do pedal. Procure um local plano e reto e trave, de forma contínua e ligeira, com o volante mais folgado, para perceber se algum dos conjuntos disco/pastilha está mais desgastado num dos lados já que tenderá a existir um desvio na trajetória. Ruído metálico contínuo em curva e sem recurso aos travões pode também significar necessidade de substituição de elementos deste sistema, como as pastilhas.
Direção: Aqui, o essencial é perceber que não existem ruídos provenientes da direção quando roda para um lado ou para o outro, tanto em andamento como parado. A direção é um dos elementos fundamentais do veículo pelo que não há como dispensar cuidados. Faça um teste semelhante ao de travagem, mas com uma velocidade constante e numa estrada o mais direita possível, para tentar perceber eventuais desvios na direção. Obviamente se o carro vai para a esquerda ou direita com o volante no ponto central, algo está mal…
Motor: Aqui, o ouvido vai ser um bom amigo, mas não dependerá apenas deste. O primeiro contacto é visual. Atente em fugas de óleo ou manchas que possam existir no motor. Tarefa difícil, já que o vendedor sabe que um motor ‘limpinho’ é sempre preferível. Ao rodar a chave, avalie a resposta da ignição, as vibrações a frio e o nível de ruído. Barulho excessivamente metálico num carro a gasolina, por exemplo, é sinal de problemas. O ideal, caso não perceba muito do assunto, é levar alguém com experiência consigo para o ajudar. No momento de fazer o ensaio, teste a aceleração, as retomas e facilidade com que sobe rampas íngremes. Caso note muita dificuldade em fazê-lo, o motor poderá estar cansado e a necessitar de outras reparações. Nas subidas, aproveite e teste também o travão de estacionamento e a embraiagem.
Embraiagem: Arranque em subida e procure sinais de que a embraiagem não patina (ou seja, carro sem se mover, mas ponto de embraiagem efetuado de forma correta). Ao mesmo tempo, esteja atento ao pedal para perceber se existem folgas no mesmo – pode indicar que o antigo dono gostava de ‘descansar’ o pé esquerdo naquele pedal.
Caixa de velocidades: Precisão e acutilância – teste todas as mudanças e garanta que todas as velocidades são engrenadas de forma simples e sem ‘resistências’.
Pneus: Esta dica tem duas vertentes. Por um lado, atente no estado dos pneus. Permitir-lhe-á saber se existem desvios na direção ou problemas na suspensão através do desgaste dos pneus e, ao mesmo tempo, a inspeção visual indicar-lhe-á se não terá de proceder à sua substituição rapidamente. Rachadelas ou fissuras aparentes no pneu ou nas paredes também não são bons sinais.

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O mercado de carros em segunda mão pode ser um manancial de excelentes oportunidades para muitas pessoas que não podem aceder a um modelo novo. Mas, por vezes, o barato pode sair muito caro. Conheça os pontos a que deve prestar muita atenção no momento de adquirir um carro em segunda mão, vulgo usado.

Comprar um carro é um passo importante na vida de cada um, sendo que o primeiro objetivo é, geralmente, adquirir um carro novo, com quilometragem zero. Por outro lado, sabendo-se da teoria da desvalorização dos automóveis, há quem prefira comprar um carro em segunda mão, mas nem sempre essa opção pode ser interessante. Sobretudo, se não se tiver em conta que alguns dos usados no mercado de ocasião escondem defeitos que podem não ser totalmente revelados pelo vendedor – seja ele profissional ou particular.

Muitas vezes, uma lavagem mais prolongada da carroçaria e do motor escondem sinais graves de defeitos, enquanto um ensaio com o carro pode revelar outros sinais preocupantes de defeitos ou eventuais problemas que poderá ter de resolver em breve. Fique a conhecer aquilo a que deve ter em atenção no momento de olhar e testar um usado.