A grande maioria dos condutores não presta qualquer tipo de atenção à proteção da pele nos dias de maior calor quando está ao volante, num procedimento que os especialistas e investigadores na luta contra o cancro da pele consideram de errado. Há quem graceje com o chamado ‘bronze de camionista”, numa associação a quem faz da condução a sua atividade profissional, mas os riscos são reais.

Para fazer face ao risco acrescido de exposição solar, os especialistas apelam a que também ao volante se coloque protetor solar, especialmente naqueles que são mais suscetíveis devido à tonalidade de pele mais clara.

Embora date de 2013, uma publicação da Fundação para o Cancro da Pele (SCF) mantém-se atual, especificando, em relação ao mercado americano, que são milhões os condutores americanos que recebem uma enorme porção da sua exposição solar quando estão ao volante sem que se apercebam desse facto, à partida sempre ignorado.

De acordo com a SCF, durante muitos anos, os dermatologistas observaram uma deterioração agravada da pele do lado esquerdo do corpo (sobretudo, da cara) de muitos dos seus pacientes, podendo levar a envelhecimento prematuro da pele, sinais, rugas ou, no extremo, a cancros de pele. Tal deve-se à penetração da radiação ultravioleta A (UVA) pelas janelas dos veículos, na maior parte dos casos sem qualquer tipo de tratamento para bloqueio desse tipo de radiações.

As radiações UV estão associadas a cerca de 90% de todos os cancros de pele, chegando à superfície como raios UVA e UVB. No caso dos vidros dos automóveis, os laterais conseguem bloquear com eficácia os raios UVB, mas os UVA não são travados, ainda que o para-brisas seja eficaz no bloqueio de ambos os tipos de radiação.

Fazendo menção a um estudo relativo à associação de danos faciais assimétricos com a condução de automóveis, liderado por um grupo de estudiosos composto por R. Singer, T. Hamilton, J. Vorhees e C. Griffiths, a publicação da SCF refere que “quanto mais tempo o sujeito passa a conduzir um veículo, mais severos são os seus foto-danos no lado esquerdo”, o que naturalmente passa a ser do lado direito nos países onde o lugar do condutor está à direita.

Outro estudo, também citado por aquela fundação, argumenta que “a maioria dos cancros da pele nos Estados Unidos da América desenvolvem-se no lado esquerdo das faces e corpos”, especialmente nos homens, que passam mais tempo nos carros ao longo da sua vida. Nos EUA, acrescenta ainda, o lado esquerdo – da cabeça, pescoço, braço e mão – recebe até seis vezes mais da dose de radiação UV do que o lado direito, quando estão sentados do lado esquerdo e em exposição direta ao Sol.

Assim, a recomendação passa pela aplicação de protetor solar, mesmo que seja de baixa intensidade (de 15 ou mais) na face, braço, pescoço, cabeça e mão cerca de meia hora antes de conduzir.

Vidros fumados

Uma alternativa é a aplicação de películas nos vidros, embora esta deva obedecer a uma série de regras de modo a não cair no campo da ilegalidade, com a consequente multa ou chumbo na Inspeção Periódica Obrigatória (IPO). Bastante utilizada pela comunidade do tuning e das modificações automóveis, a película para os vidros dos automóveis pode incrementar a beleza dos veículos, mas também a comodidade e a segurança de quem quer ter um interior mais resguardado.

No entanto, apenas mais recentemente, passou a haver uma maior abrangência nos casos de aplicação de películas nos vidros, com o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) a explicar pelo “Decreto-Lei n.º 193/2009, que “é admitida a possibilidade de afixação de películas coloridas nos vidros das janelas dos automóveis ligeiros de passageiros e de mercadorias, desde que devidamente homologadas”.

No entanto, entre as regras também anunciadas, “apenas podem ser afixadas películas que estejam legível e indelevelmente marcadas com a marca de homologação nacional ou com marca de homologação concedida por outros Estados-Membros e considerada equivalente à marca nacional”, sendo que após a sua aplicação o proprietário deve proceder a uma inspeção extraordinária em centro da categoria B para avaliação de transformação das características do veículo. A taxa para essa avaliação é de 150€.

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