IP3 terá perfil de autoestrada e tecnologia digital de ponta

02/07/2018

Apresentação das ações a realizar para a requalificação do IP3, pelos promotores do movimento pela requalificação completa e adequada do IP3. (Tony Dias/Global Imagens)
Considerado um dos traçados mais perigosos de Portugal, o Itinerário Principal 3 (IP3), que liga Coimbra a Viseu, vai passar a ter perfil de autoestrada na sua grande maioria, demarcando-se ainda pela sua forte atualização tecnológica, com rede 5G a ser implementada ao longo da mesma.

Tendo por objetivo melhorar a segurança desta via e, também, a sua funcionalidade, o IP3 será convertido numa via com perfil de autoestrada ao longo de 85% da sua extensão, com duas vias por cada sentido. Será, assim, um contraste quase total com o que hoje se passa, já que o IP3 apenas dispõe de cerca de um quinto da sua extensão nesse perfil na atualidade. Após a intervenção, o tempo de viagem deverá ser reduzido em cerca de um terço.

A primeira intervenção, que já conta com projeto e avaliação de impacto ambiental, deverá arrancar em 2019, entre o nó de Penacova e o nó da Lagoa Azul, que abrange a zona mais crítica do IP3, na zona da Livraria do Mondego, disse Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas a 4 de maio, numa apresentação à porta fechada do projeto aos autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Viseu, Dão e Lafões.

Ainda assim, nos 15% onde não haverá perfil de autoestrada, haverá, “quase na totalidade”, duas faixas num sentido e uma no sentido contrário. No total, só “3% do troço poderá ter de permanecer apenas com uma faixa para cada lado”, nomeadamente nas pontes, onde ainda vai ser avaliado se há condições “para algum tipo de alargamento”, explicou o ministro, que confirmou uma duração das obras entre três e quatro anos.

Esta requalificação do IP3 surge como uma forma de se evitar a construção de uma autoestrada com portagens, com o ministro a recusar essa possibilidade e médio-prazo. Esta será a obra mais significativa lançada pelo atual Governo de António Costa, que presidiu à cerimónia de lançamento dos concursos de empreitada para a reabilitação do IP3, que decorreu no nó de Raiva, Penacova.

Tecnologia de ponta

A vertente tecnológica do IP3 também será bastante reforçada com a instalação de uma rede digital de comunicações assente numa rede 5G que permitirá a comunicação entre os veículos e as infraestruturas, alertando os condutores de potenciais perigos na via. Note-se que as redes de comunicação 5G são consideradas como essenciais para o estabelecimento de tecnologias de condução autónoma.