O campeão nacional João Ramos, com Vítor Jesus no banco do lado direito da Toyota Hilu,x estreou-se a ganhar esta temporada ao vencer a Baja de Loulé, após duelo intenso com a dupla Alexandre Ré/Hugo Magalhães (VW Amarok).
Uma luta empolgante entre os dois grandes protagonistas da prova algarvia e que durou, praticamente, até final da 2.ª prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM48.
Ao repetir o 2.º lugar alcançado na abertura do campeonato, o piloto aveirense é o novo líder do campeonato.
O triunfo do piloto-arquiteto na 2.ª prova do campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM 48 foi bastante suado: só no derradeiro setor cronometrado – o menos extenso (81,2 km) – João Ramos logrou reconquistar a liderança, perdida após ter ganho o prólogo.
Após vencer, na véspera, o 1.º setor cronometrado, Alexandre Ré impôs-se no troço de maior extensão e ampliou de 11 segundos para 1m 50s a diferença face a João Ramos.
O ritmo do campeão nacional no setor final acabou por dar frutos, com o piloto da Toyota a ganhar 3m 03s ao rival e a colocar a diferença final em 1m 13s.
«Entrei, efetivamente, ao ataque pois não queria que o Ré sentisse liberdade para poder gerir o andamento. Fui percebendo que estava a reduzir a diferença, o que me motivou a manter essa estratégia, não desisti e continuei sempre ao ataque», referiu João Ramos.
«Percebemos que a vitória estava ao nosso alcance. e realço a atitude do Ré que, ao receber a informação da nossa aproximação, via sentinel, rapidamente permitiu a nossa passagem de acordo com o que é estabelecido, e facilitou a nossa passagem», acrescentou o vencedor.
Sem perder a concentração, o piloto da Toyota Hilux não baixou os ritmo e prometeu: «Vamos continuar a lutar pelo campeonato, pois esse é o nosso objetivo.”
Ao terminar, de novo, no 2.º lugar, Alexanjdre Ré, em dupla com Hugo Magalhães (VW Amarok) ascendeu à liderança do campeonato (Foto Pedro Contente)O pódio ficou completo (3.º lugar) com a dupla Pedro Dias da Silva/José Janela, apesar de «os últimos quilómetros do último setor seletivo terem sido particularmente duros. Tratava-se de uma zona muito encadeada com pisos exigentes e isso representou um desafio adicional já com a meta praticamente à vista», referiu o piloto de Tomar.
Para o novo vice-líder do campeonato, «o carro esteve irrepreensível e este pódio anima-nos muito e permite ao José Janela estar na frente entre os navegadores. Está provado que este é o caminho que temos que trilhar para atingir os nosso objetivos», sublinhou Pedro Dias da Silva.
Boa nota para André Amaral, com Nelson Ramos ao lado, que colocou a Ford Ranger no 4.º lugar, seguido pela dupla David Spranger/Paulo Fiúza (BMW 316 Proto).
Desta vez Edgar Condenso e Nuno Silva levaram o Opel Mokka Proto até final 6.º lugar), apesar da indisposição do navegador, na última etapa, o que obrigou o piloto a conduzir à vista durante vários quilómetros.
«O carro não deu problemas, apesar de ainda não estar adaptado ao meu estilo de condução. De qualquer modo, começo a sentir-me mais à vontade e a perceber melhor as seus potencialidades», referiu Edgar Condenso.
João Rato bisa no T8 e Giorgino Pedroso vence T2
A exemplo do que sucedera na Baja do Pinhal, João Rato/Pedro Colaço (Land Rover Discovery Wildcat) repetiram o triunfo entre os T8 e alcançaram a 7.ª posição da geral.
Rui Marques/Miguel Marques (Nissan Navara) concluíram a prova no lugar imediato, a 3m 50s, seguidos por Mário Duarte/Joaquim Serrão (Toyota Rav 4), com mais 8m 51s, completando o pódio desta categoria.
Entre os T2, impôs-se a dupla da Prolama formada por Giorgino Pedroso/Carlos Silva (Isuzu D-Max), que terminou com 2m 17s de diferença para o Toyota Land Cruiser de João Ferreira/David Monteiro. Na 3.ª posição da categoria classificou-se o Nissan Pathfinder de Nuno Corvo/José Camilo Martins.
Na Taça de Portugal, triunfou a dupla José Maia/Sérgio Cruz (Nissan Navara D22).
Numerosas desistências
Nuno Matos foi um dos azarados de um dia marcado por várias desistências: Ricardo Porém e César Sequeira nem sequer arrancaram; Alexandre Franco. Lino Carapeta e Tiago Reis ficaram pelo caminho.
O então líder do campeonato ocupava o 3.º lugar à partida para a última etapa, mas logo nos quilómetros iniciais do setor seletivo da manhã, manifestaram-se problemas na caixa de direção no FIAT Fullback Proto. Nuno Matos ainda percorreu cerca de 15 quilómetros sem direção assistida, mas foi forçado a renunciar.
«Vínhamos a andar com um bom ritmo, quando percebemos que tínhamos problemas na caixa de direção e parámos para ver o que era. Infelizmente, era impossível continuar», explicou Nuno Matos.
Para o piloto de Portalegre, «voltámos a conseguir estar na discussão dos primeiros lugares, o que volta a comprovar o grande potencial do carro, numa prova com novidades para nós e muito exigente».
Desportivismo exemplar
No todo-o-terreno ainda ocorrem gestos de camaradagem, neste caso, protagonizado pela dupla Edgar Condenso/Nuno Silva que parou, no SS1, para ajudar Alexandre Franco, cujo BMW X1 Proto estava tombado numa ribeira.
Edgar Condenso/Nuno Silva (Opel Mokka Proto) terminaram no 6.º lugar absoluto e foram protagonistas de uma ação louvávelUm gesto de desportivismo que se revelou penalizado em termos de classificação geral: apenas foi restituído 1m 45s pela organização, quando, segundo comunicado da equipa, «o tempo perdido foi bastante superior». Os pilotos recorreram, mas não houve qualquer alteração à decisão inicial.
«É verdade que, sem isso, poderíamos ter alcançado outra posição. Mas respeitamos a decisão da organização. Estamos aqui para nos divertirmos e ajudar um colega que precisa é o mínimo. É essa a nossa forma de encarar o desporto e fá-lo-emos sempre que necessário», referiu Edgar Condenso.
Classificação final
1º João Ramos/Vítor Jesus (Toyota), 4h 44m 22s
2º Alexandre Ré/Hugo Magalhães (VW), a 1m13s
3º Pedro Dias da Silva/José Janela (Ford Ranger EXR 05), a 17m 23s
4º André Amaral/Nelson Ramos (Ford), a 29m 19s
5º David Spranger/Paulo Fiúza (BMW) a 43m 42s
Campeonato
1.º Alexandre Ré, 42 pontos
2.º Pedro Dias da Silva, 31
3.º João Ramos, 28
4.º Nuno Matos, 27
5.º André Amaral, 26
Próxima prova: Baja capital dos Vinhos de Portugal, em Reguengos de Monsaraz , dias 24 a 26 de maio.
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