Rali de Mortágua: brilho nipónico e dividendos para Armindo Araújo

29/04/2018

A dupla Armindo Araújo/Luís Ramalho (Hyundai i20) festejou em Mortágua vitória no CPR
 

O japonês Hiroki Arai (Ford Fiesta) honrou o apelido familiar – é filho do lendário piloto Toshi Arai – e conquistou vitória sem mácula no Rali de Mortágua, prova em que Armindo Araújo (Hyundai i20) arrecadou, no plano nacional, os maiores dividendos.

Rápido e consistente, sem ter conhecido percalços significativos, o jovem (24 anos) nipónico, líder da 3.ª classificativa até final e vencedor de cinco das nove especiais, foi a expressão da supremacia dos jovens do programa de talentos da Toyota.

Arai e Katsuta Takamoto, atrasado na 5.ª especial devido a problemas com a bomba da direção assistida – desceu de 2.º para 4.º classificado, mas conseguiu recuperar até ao pódio (3.º) — conseguiram três duplas em especiais, ou seja, um terço do total dos troços,

Aliás, ambos ocupavam os dois lugares de topo antes da última classificativa.

Uma superioridade só contrariada por Armindo Araújo, que impediu dobradinha japonesa dos pilotos dos Ford Fiesta da Tommi Makinen Racing na fase derradeira da prova.

O forcing final do piloto do Hyundai i20 foi premiado não só com o 2.º lugar, mas em especial com o máximo de pontos para o Campeonato de Portugal.

«As últimas duas especiais foram completamente ao ataque e felizmente conseguimos chegar à vitória no campeonato de Portugal», confessou Armindo Araújo, que sublinhou o facto de «toda equipa ter trabalhado muito para explorar o potencial do carro», que surgiu mais evoluído em relação à estreia em Fafe.

No entanto, um percalço na fase inicial do segundo dia impediu o piloto do Team Hyundai Portugal de ir mais além:

“Furámos logo no primeiro troço de sábado e isso obrigou-nos a andar no máximo para recuperar o atraso».

Face a este desfecho muito positivo, Armindo Araújo, que vencera, em 2006, o rali do Clube Automóvel do Centro na versão de terra, adiantou que «este resultado mostra que temos todas as condições para lutar pelo título».

Na última classificativa, Pedro Meireles (Skoda Fabia) não conseguiu segurar o lugar de melhor do campeonato. O facto de ter recebido o carro poucos dias antes do rali e a ausência de testes são atenuantes, que justificam de algum modo o 4.º lugar absoluto, à frente de Carlos Vieira.

Carlos Vieira/Jorge Carvalho (Hyundai i20) terminaram no pódio do CPR

O piloto do Team Hyundai Portugal completou o pódio nacional, após rali com vários percalços.

Um furo e o embaciamento dos vidros do Hyundai i20 quando a chuva surgiu ao início da tarde, atrasaram o campeão nacional, que ficou «satisfeito com o ritmo que impus e com o excelente comportamento do carro». Uma evolução que levou Carlos Vieira a adiantar:

«Estou, plenamente, convencido de que poderia ter, pelo menos, lutado pela vitória; mas, foi pena o furo que nos limitou bastante o andamento».

Após início prometedor – líder no final do 1.º dia – Ricardo Teodósio (Skoda Fabia) não conseguiu manter tal posição. Opção menos feliz em termos de pneus e pouco conhecimento do terreno limitaram o andamento do piloto algarvio.
A dupla Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia) não esteve particularmente feliz

«Preciso ter a certeza absoluta dos terrenos que piso. Este era um rali praticamente novo para nós, e este foi o melhor resultado possível. Corri mais riscos na última secção e por isso fomos mais rápidos», sublinhou Teodósio, já a pensar no Rali Vidreiro:

«Vamos começar a trabalhar, com muitos testes em asfalto», adiantou.

O novo carro – Skoda Fabia – e um navegador diferente – António Costa – não foram fatores impeditivos para Joaquim Alves alcançar o 7.º lugar, resultado que permitiu à ARC Sport colocar dois pilotos no top 5 nacional.

«Acabei por ter uma boa adaptação ao carro, com uma manhã muito positiva, embora o registo da tarde não fosse tão bom, devido à chuva», explicou o piloto de Cesar, que com muito sentido de humor desvendou o futuro:

«Se o carro e o navegador, que já vinha incluído no Skoda, estiverem disponíveis, estarei presente no Vodafone Rali de Portugal»
Boa estreia de Joaquim Alves no Skods Fabia e com o navegador António Costa

Manuel Castro colocou o Hyundai i20 no lugar imediato, à frente de Miguel Barbosa, com Pedro Almeida (Ford Fiesta R5) a fechar o top 10.

Um bom resultado para o jovem piloto, que fez apenas o 3.º rali da carreira.

Penalização arredou Miguel Barbosa da luta pelo topo

Nas voltas do rali, uma volta a mais numa das rotundas da superespecial de Mortágua custou a Miguel Barbosa penalização de três minutos, acrescida do pior tempo da categoria. Primeiro líder, após brilharete nas ruas de Águeda, o piloto do Skoda Fabia viu-se arredado da luta pelos lugares cimeiros e no mero campo das hipóteses, poderá ter perdido a 3.ª posição em termos de campeonato.

Engano no percurso da suiperspecial custou penalização a Miguel Barbosa e Hugo Magalhães (Skoda Fabia)

«É uma penalização que me parece excessiva para este tipo de infração da qual não tirámos qualquer benefício», salientou Miguel Barbosa.

Empenhado em tentar minimizar o prejuízo, recuperou as posições possíveis e venceu três das sete especiais seguintes.

«Provámos que tínhamos condições de lutar pela vitória na prova», sublinhou.

Para esquecer foi o rali de José Pedro Fontes (14.º) no «adeus» ao Citroën DS3 R5, confirmada que está a estreia do novo Citroën C3 R5 no próximo Vodafone Rali de Portugal. Má escolha de pneus, um furo e vidros embaciados quando choveu atrasaram o piloto do Porto.

Pedro Antunes (Peugeot) venceu 2 RM

A liderança cedo conquistada nas 2 RM (Rodas Motrizes) por Pedro Antunes não foi sinónimo de vitórias tranquila: o motor do Peugeot 208 R2 teve falhas na fase final do rali, mas Daniel Nunes, em carro idêntico, não aproveitou: depois de ter perdido tempo quando rodava no pó de Paulo Neto (Citroën DS3 R3), atrasado na sequência de uma saída de estrada, capotou e acabou por furar.

Desse modo, o 2.º lugar acabou pro ser um bom resultado para Daniel Nunes, enquanto Pedro Antunes somou novo triunfo.

Na Taça FPAK, triunfou a dupla Ricardo Matos/Carlos Matos (Mitsubishi Lancer Evo IX); Nuno Nunes/Joaquim Alvarinhas (Subaru Impreza) impuseram-se no Regional do Centro.

Campeonato

1.º Ricardo Moura, 54,35 pontos

2.º Carlos Vieira, 42

3.º Armindo Araújo, 38,65

4.º Pedro Meireles, 34

5.º Ricardo Teodósio, 31,88

6.º Miguel Barbosa, 31,55

7.º José Pedro Fontes, 19

Próxima prova: Vodafone Rali de Portugal, dias 17 a 20 de maio

Ver classificações aqui: www.cac.cronobandeira.com