Rali Terras de Aboboreira: José Pedro Fontes volta a sorrir

07/09/2019

José Pedro Fontes e Inês Ponte fizeram a festa no final do Rali Terras de Aboboreira
A dupla José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroën C3 R5) levou a melhor no duelo com Bruno Magalhães/Hugo Magalhães (Hyundai i20 R5) e venceu o Rali Terras de Aboboreira.

A prova, realizada em situação de alerta máximo face ao risco de incêndio, infelizmente uma realidade que toldou de negro o horizonte e chegou a colocar em causa o arranque do rali, constituiu duro teste à capacidade organizativa e eficácia do Clube Automóvel de Amarante.

Os incidentes ocorridos no shakedown e na qualificação e a anulação atempada do troço mais extenso (Marão) inseriram-se nessa linha de dificuldades que foi necessário superar. Tanto esforço e tamanho desgaste mereciam um rali discutido até ao derradeiro metro, mas as provas são assim mesmo.

José Pedro Fontes estreou-se a ganhar esta temporada – foi o 4.º vencedor diferente em sete provas do Campeonato de Portugal – e repetiu o triunfo conquistado há um ano na prova do Clube Automóvel de Amarante.

«Tive a vantagem de já ter já feito alguns dos troços deste rali e daí o facto de ter ampliado a diferença para o Bruno», justificou o vencedor, no final de um rali em que ganhou seis das nove classificativas.

A metade inicial do rali foi particularmente animada e emotiva, com o duelo pela liderança a ser intenso. Bruno Magalhães e José Pedro Fontes entregaram-se a uma luta intensa, com Armindo Araújo a recuperar terreno na secção matinal do último dia. Diferenças pouco significativas, reflexo da extensão média das classificativas, na ordem dos 10 km.

Carvalho de Rei-1 : a classificativa-chave

Todavia, na 6.ª classificativa ocorreram os factos que acabaram por ser decisivos quanto ao rumo dos acontecimentos: líder desde o troço anterior, Fontes ampliou de modo significativo – de 2,3 para 7,8 segundos a diferença para Bruno Magalhães, enquanto Armindo Araújo, que ocupava o 3.º lugar, a 5,9 segundos, sofreu m furo, com o final da classificativa à vista e acabou por dar um toque, que deixou o Hyundai sem possibilidade de prosseguir.
Um rude golpe nas aspirações do campeão nacional. «Não conseguimos o resultado que pretendíamos, mas não perdemos as possibilidades de voltar a conquistar o título», sublinhou Armindo Araújo,
Miguel Barbosa, 4.º classificado na altura, a 12,6 segundos do líder, despistou-se e o troço foi interrompido. «Abri de mais numa curva e acabei por não a conseguir fazer e danificámos a traseira esquerda do Skoda», explicou o piloto.
Desta forma, Carvalho de Rei-1 acabou por ser a classificativa-chave do rali. Com dois candidatos á vitória fora de uma assentada e a maior diferença até ao momento entre os dois primeiros, o rali ficou, praticamente decidido.

José Pedro Fontes (Citroën) venceu seis das nove classificativas

Um golpe no interesse quanto à incerteza do desfecho final. Aliás, José Pedro Fontes admitiu que «o rali ia ser discutido até final entre os quatro primeiros, ou seja, com o Armindo e o Miguel Barbosa».
Aliás, o dia não começara bem para o piloto do Citroën: «o primeiro troço até foi bastante difícil, quando tentei atacar e não consegui, Mas, na especial seguinte, feita já o ano passado, consegui vantagem face ao Bruno», referiu o piloto do Citroën.
Para o piloto do Hyundai, «era expectável que tal acontecesse, pois os dois últimos troços da manhã realizaram-se o ano passado. Na véspera, em condições iguais, conseguimos liderar, mesmo por uma vantagem escassa», explicou Bruno Magalhães, que voltou a contar com o i20 em perfeitas condições. «Desde a revisão do motor que tudo alterou para melhor», justificou o novo vice-líder do CPR.

Bruno Magalhães (Hyundai) voltou a estar em plano elevado e conquistou um bom resultado em termos de campeonato

Na sequência das desistências de Armindo Araújo e de Miguel Barbosa com Ricardo Teodósio sem pontuar, Bruno Magalhães optou por segurar o 2.º lugar, o que explica a diferença final de 14,9 segundos para o vencedor.
«Desde a qualificação que demonstrámos bom ritmo. O carro esteve mais a meu gosto e esta vitória acabou por ser um justo prémio para a equipa e muito em especial para a Inês Ponte, pois marcou o fim de um ciclo difícil para nós», sublinhou José Pedro Fontes.
Entretanto, Pedro Meireles, protagonista de um toque com a frente lado direito do VW Polo logo no 1.º quilómetro da especial de abertura da última etapa, optou por desistir.
«A direção ficou afetada e decidi não arriscar, uma vez que podia causar danos maiores», justificou o piloto vimaranense. «Precisava de fazer quilómetros, de rodar mais. Vamos continuar a trabalhar», lamentou Pedro Meireles.

O pódio de João Barros e o teste de Teodósio

Como reflexo direto das desistências ocorridas no final da secção matinal, João Barros chegou ao 3.º lugar, revelando subida gradual de andamento. «O carro foi melhorando, apesar de termos alterado muito pouco a afinação. Foi dando confiança e consegui encontrar o ritmo certo para andar perto dos mais rápidos do CPR», referiu ao MOTOR 24 o piloto do Skoda, que terminou na frente de Ricardo Teodósio.

João Barros (Skoda) subiu de rendimento ao longo do rali e terminou em bom plano. O pódio foi prémio merecido

O piloto algarvio (4.º classificado) confessou que alinhou neste rali «para fazer o trabalho de casa. Não andámos a apertar, mas a sentir o carro e a experimentar várias opções em termo de suspensão para tirarmos conclusões. Senti-me bem com o Skoda e até arrisquei um pouco mais, mas com calma…».

Ricardo Teodósio (Skoda) fez um bom teste e manteve a liderança do campeonato

O mais velho dos irmãos Meireles acabou por salvar a honra da família: Paulo Meireles levou o Hyundai ao 5.º lugar, fruto da regularidade demonstrada. O Rali Vidreiro é o próximo (e último por esta época) nos planos do piloto de Guimarães.
Com uma atuação aquém das próprias expectativas, Pedro Almeida (Skoda) terminou na 6.ª posição, seguido pelo campeão açoriano Luís Miguel Rego, que voltou a conduzir, praticamente um ano volvido, o Ford Fiesta R5. O piloto de Ponta Delgada concretizou o objetivo de ganhar experiência no asfalto.

O campeão açoriano Luís Miguel Rego, em dupla com Jorge Henriques no Ford Fiesta R5 terminou no 7.º lugar e concretizou objetivo: ganhou mais experiência no asfalto ,

Manuel Castro (Hyundai) concluiu o rali no 8.º lugar e Carlos Fernandes (Peugeot) fechou o top 10, atrás do espanhol Daniel Berdomáas, vencedor pelo 3.o rRali consecutivo, da Peugeot Rally Cup Ibérica.

Outros vencedores

No CPR 2RM, Gil Antunes (Renault Clio R.S. R3T) alcançou o 2.º triunfo consecutivo e a consequente liderança do campeonato, Hugo Araújo (Kia Picanto GT Cup) impôs-se na categoria RC5; Pedro Leone (Ford Escort RS Cosworth) foi rei nos Clássicos, Eduardo Cunha (Mitsubishi Lancer Evo IX) nos RC2N e André Cabeças (Mitsubishi Lancer Evo IX) conquistou a vitória no Campeonato Norte.

O pilot

Classificações

1.º José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen c3 R5), 49.19,1 minutos

2.º Bruno Magalhães/Hugo Magalhães (Hyundai i20), a 14,9 segundos

3.º João Barros/António Costa (Skoda Fabia R5), a 34,8 segundos

4.º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia R5), a 53,5 segundos

5.º paulo Meireles/marco Gonçalves (Hyundai i20 R5), a 1.40,4 minutos

Campeonato

1.º Ricardo Teodósio, 119,18 pontos

2.º Bruno Magalhães, 114,12

3.º Armindo Araújo, 104,94

4.º José Pedro Fontes, 87,74

5.º Miguel Barbosa, 70,82

Próxima prova: Rali Vidreiro/Centro de Portugal, dias 4 e 5 de outubro

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