Com a magia que só as provas míticas conseguem transmitir, o Rali Vinho da Madeira, a contar para o ERT (European Rally Trophy) e para os campeonatos de Portugal e da Madeira, promete espetáculo de primeira grandeza no duelo sempre curioso entre as estrelas locais e os melhores valores continentais.

O campeonato de Portugal atinge o final da primeira metade; logo, a hora é de definição dos candidatos ao título.

Feudo dos pilotos madeirenses desde 2017, a prova do Clube Sports Madeira não foge, este ano, ao paradigma dos anos mais recentes,

Na primeira linha do favoritismo estão os pilotos locais, tanto mais que o candidatos á conquista do título nacional vão, certamente, estar mais preocupados com as contas do campeonato do que propriamente em lutar pelo triunfo neste rali em que ambiente à volta do rali é único, tal o entusiasmo do público.

Na verdade, o facto de só os inscritos no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) pontuarem para esta competição, o que não deixa de ser controverso, leva a despiques mais calculistas em detrimento da luta aberta pela vitória no rali.

Com três provas do CPR já realizadas, o atual campeão nacional Armindo Araújo (Skoda Fabia Rally2 Evo), com duas pontuações máximas, chega à Madeira em vantagem: lidera o campeonato com sete pontos de vantagem para Ricardo Teodósio, em carro idêntico.
O algarvio Ricardo Teodósio (Skoda Fabia) é o vice-líder do Campeonato de Portugal

Para o piloto algarvio, vitorioso no abertura da época – Rali Terras de Aboboreira — só o ataque interessa, para conquistar resultado que lhe permita manter o duelo com Armindo Araújo.

Mais longe, a 32 pontos, está Bruno Magalhães, que vai dispor ainda do Hyundai i20 R5 da velha geração, ao contrário do que tinha previsto: a estreia da nova evolução foi retardada, o que constitui significativo handicap para o piloto que construiu palmarés relevante neste rali: conquistou quatro triunfos absolutos.

Bruno Magalhães (Hyundai i20) já ganhou por quatro vezes o Rali Vinho da Madeira

Com 39 pontos de atraso face ao líder, José Pedro Fontes (Citroën C2 Rally2) vai tentar um brilharete, A participação no recente Rali do Marítimo, em que alcançou o 3.º lugar, é exemplo da determinação do piloto da Sports & You em conquistar resultado de topo que não o afaste em definitivo da corrida ao título.

José Pedro Fontes (Citroën C3) é candidato a um lugar de topo no rali insular

De igual modo, Pedro Meireles (VW Polo GTI Rally2) participou na referida 2.ª prova do Campeonato da Madeira – terminou na 5.ª posição –, com o objetivo de preparar melhor o Vinho da Madeira, em que Bernardo Sousa, apesar de dispor de um Skoda Fabia R5 da geração anterior, vai apostar em andar entre os mais rápidos, tal como Miguel Correia (Skoda Fabia Rally2 Evo), o campeão açoriano Luís Miguel Rego, em carro idêntico e também integrado na estrutura da ARC Sport, líder do CPR/Equipas, e o espanhol Jan Solans (Citroën C3 Rallye2), único estrangeiro presente na lista de 50 inscritos e que faz dupla com o experiente navegador Marc Marti.

Locais são favoritos

Na corrida ao triunfo absoluto, perfila-se um trio de madeirenses em Skoda Fabia Rally2 Evo2: Alexandre Camacho lidera o campeonato local com dois escassos pontos de vantagem para Miguel Nunes: ambos dividiram os triunfos nas duas provas já realizadas – A. Camacho ganhou o Ribeira Brava com 1,4 segundos de vantagem para M. Nunes; no Marítimo, este impôs-se por 0,5 segundos – e o duelo promete ser empolgante.

Todavia, Pedro Paixão quer desforrar-se do azar sofrido o ano passado, quando lutava pela vitória.

Estrutura sem alterações

A estrutura desta edição do rali Vinho da Madeira é, literalmente, idêntica à de 2020: devido às restrições impostas pela pandemia, a superspecial da Avenida do Mar, no Funchal, não se realiza.

Assim, os concorrentes sairão para a estrada n manhã do dia 6 de agosto (6.ª feira) para cumprir, ao longo do dia, dupla passagem por Campo de Golfe, Palheiro Ferreira, Boaventura e Cidade de Santana.

No sábado (dia 7), mais quatro classificativas, igualmente em dupla passagem: Câmara de Lobos, Ponta do Sol, Ponta do Pargo e Rosário, a mais extensa (11,37 km) e que é a power stage, dando pontos bónus (3, 2 e 1) aos mais rápidos.

Ao todo, 16 classificativas, que totalizam 159,30 km.

O pódio está instalado no centro do Funchal.