A dupla Kris Meeke/Brian Hoy (Hyundai i20 N Rally2) venceu o Rali Vidreiro Centro de Portugal, derradeira prova do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), mas a celebração maior foi para a dupla portuguesa Ricardo Teodósio/José Teixeira, também com um i20 N Rally2, que terminou em terceiro lugar e sagrou-se campeã nacional.

Com a luta pelo título em Portugal a ser protagonizada por quatro pilotos, qualquer erro poderia sair caro, mas era também preciso correr riscos para garantir a melhor posição na prova. No final do primeiro, Teodósio era o melhor, mas os seus três rivais estavam praticamente ‘encostados’: José Pedro Fontes (Citroën C3 Rally4) estava a apenas 1,2 segundos, com Miguel Correia (Skoda Fabia RS Rally2 evo) a 2.1s e Armindo Araújo (Skoda Fabia RS Rally2 evo) a 4.8s.

Assim, o segundo e último dia prometia emoções fortes nesta derradeira prova da temporada, mas até à hora de almoço dois deles ficariam afastados da disputa.

O primeiro foi Armindo Araújo, ao errar na escolha de pneus para os dois primeiros troços. “Faz parte, são coisas que acontecem. Levamos pneus duros em vez de macios, ficando desde logo ‘fora’ do rali e do ‘campeonato’”, contava o campeão nacional em título, que num ápice cedia mais de 40 segundos.

Depois, foi Fontes a sair de cena, após um ‘toque’ com a parte traseira esquerda do C3, sendo forçado a abandonar e a colocar um ponto final nas suas aspirações.

A partir daí, enquanto Meeke dominava por completo na liderança, com o ‘visitante’ Alejandro Cachón (Citroen C3 Rally2) em segundo lugar, a Ricardo Teodósio bastou manter a concentração e o ritmo necessário para ficar à frente de Miguel Correia, o que lhe bastou para celebrar mais um título. Num ano ímpar, como nos seus dois títulos anteriores (2019 e 2021), o piloto algarvio da Hyundai alcançou o objetivo.

Na discussão do título das 2RM (duas rodas motrizes), Ernesto Cunha foi o primeiro dos quatro candidatos a ficar de fora, na sequência de uma saída de estrada, no primeiro troço do dia, quando Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally4) saltou para a liderança e Hugo Lopes (Peugeot 208 Rally4) viu o título que tinha na mão fugir-lhe, devido a um problema de travões.

A partir daí, e depois de ter entrado forte, mas sem correr demasiados riscos, Henriques passou a ser o favorito à conquista do título, até porque Ricardo Sousa (Peugeot 208 Rally4) nunca conseguiu anular a diferença. E no final o jovem piloto de Poiares pôde festejar o segundo título da sua curta carreira nos ralis.

CLASSIFICAÇÃO FINAL (oficiosa)
1º Kris Meeke/Brian Hoy (Hyundai i20 N Rally2), 1.00.11,7
2º Alejandro Cachón/Alejandro Lopez (Citroen C3 Rally2), a 54.3s
3º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), a 1.18.8
4º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia RS Rally2 evo), a 1.36.4
5º Miguel Correia/Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 evo), a 1.44.8
6º Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 evo), a 1.44.8
7º Paulo Meireles/Marcos Gonçalves (Hyundai i20 N Rally2), a 3.29.4
8º Lucas Simões/Nuno Almeida (Ford Fiesta R5), a 4.22.9
9º Paulo Neto/Nuno Mota Ribeiro (Skoda Fabia Rally2 evo), a 5.06.5

2RM (classificação oficiosa)
1º Gonçalo Henriques/Gonçalo Cunha (Renault Clio Rally4), 1.05.25,7
2º Ricardo Sousa/Luís Marques (Peugeot 208 Rally4), a 45.8s
3º Hugo Lopes/Tiago Neves (Peugeot 208 Rally4), a 2.05.6
4º Pedro Silva/Roberto Santos (Peugeot 208 Rally4), a 2.05.9
5º Kevin Saraiva/Beatriz Pinto (Peugeot 208 Rally4), a 2.09.4
6º Rafael Cardeira/Luís Boiça (Renault Clio R3T), a 2.22.9

CAMPEONATOS (classificação oficiosa)
Absoluto:
1º Ricardo Teodósio, 128 pontos;
2º Armindo Araújo, 121;
3º Miguel Correia, 121;
4º José Pedro Fontes, 115;
5º Kris Meeke, 109

2RM:
1º Gonçalo Henriques, 119,5 pontos
2º Hugo Lopes, 117
3º Ricardo Sousa, 113
4º Ernesto Cunha, 91,5
5º Pedro Silva, 68.

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