Aproveitando a edição do centenário das 24 Horas de Le Mans, a Alpine revelou aquele que será o seu Hypercar para a nova temporada, rivalizando dessa forma com marcas como a Ferrari (recente vencedora da prova), Toyota, Porsche, Peugeot, Cadillac, BMW ou Lamborghini, entre outras.
Desenvolvido em parceria com a ORECA, que fornece o chassis ao abrigo dos regulamentos LMDh (com sistema híbrido de 500 kW/675 CV, tração traseira e utilização de um de quatro chassis pré-selecionados), o A424_β é visto como um esforço ambicioso por parte da Alpine, que consegue incutir no seu Hypercar alguma da experiência da Fórmula 1, mas também por parte da Signatech, estrutura que faz correr os protótipos em pista.
Também presente em Le Mans, Laurent Rossi, CEO da Alpine, referiu-se ao novo protótipo da marca como um “um sucesso visual e estamos a trabalhar para que, já a partir do próximo ano, também seja um sucesso desportivo. Não subestimamos a tarefa que nos espera neste emocionante desafio. Mantemo-nos humildes, mas determinados a deixar a nossa marca em ambos os lados do Atlântico”.
Além de reforçar o seu empenho no desporto automóvel, a Alpine está assim também interessada em expandir a sua presença global, muito concretamente no mercado americano, servindo a participação no WEC como uma alavanca para essa previsível entrada no mercado americano no futuro.
Um regulamento chaveA opção pelo regulamento LMDh (Le Mans Daytona hybrid) foi determinante para que a Alpine regressasse ao mais alto nível nas competições de resistência, depois de ter decidido dar um passo atrás em 2023, para a categoria LMP2, para assim preparar mais convenientemente a entrada em cena do Hypercar.
Bruno Famin, diretor-executivo da Alpine Racing SAS desde 2022, cuja experiência na competição inclui um triunfo na edição de 2009 das 24 Horas de Le Mans, então com a Peugeot, explica que “a escolha dos regulamentos LMDh tornou-se óbvia”, na medida em que um dos objetivos da Federação Internacional do Automóvel (FIA) é “colocar os carros nas mesmas janelas de desempenho aerodinâmico e de motor através destes regulamentos”.
“Temos todos uma coluna vertebral partilhada, rodeada por um chassis de um dos quatro fabricantes aprovados. Os construtores podem também conceber uma carroçaria com os códigos estilísticos das suas marcas, daí as divergências a que já assistimos com protótipos cujo estilo não é ditado apenas pela aerodinâmica. Com isto, a Alpine reafirma a sua forte identidade e os seus talentos técnicos dentro de um orçamento razoável, permitindo-nos comercializar o nosso LMDh no futuro”, acrescenta Famin, sendo que esse é um dos objetivos para o futuro – vender o A424_β a competidores privados que queiram também participar na categoria Hypercar.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.