Esta confissão é de Mattias Ekström, o bicampeão do DTM que o ano passado conquistou o título mundial de ralicrosse (WRX), tendo destronado outro nórdico: o norueguês Petter Solberg.
O piloto da Audi, vencedor da Corrida dos Campeões (ROC), mantém no WRX estreita ligação à marca dos anéis. Criou a sua própria estrutura, que batizou com as letras vistas nas laterais do Audi A5 do DTM – EKS – e lançou-se na aventura do regresso a um mundo familiar.
“O meu pai fazia ralicrosse, preparava o carro e era o patrocinador e eu desde muito novo que me habituei a viver no paddock”, recorda o sueco que vai já em 17 temporadas no DTM.
Em 2013, o Europeu de Ralicrosse foi oportunidade que surgiu através de Jan Markklund. “Porque não tentar?” A aposta correu bem e o segundo lugar alcançado, “com grande surpresa”, deu ânimo para prosseguir a caminhada.
“O ambiente do ralicrosse é completamente diferente, há muito mais relax e a empatia com o público é enorme. O campeonato está a crescer imenso, a ganhar enorme notoriedade e a prova está no facto de, na primeira vez que vim a Montalegre, montei apenas uma tenda e agora foram três, ocupando uma área muito mais alargada, pois trouxemos três carros”, salienta Ekstrom, que tem Toomas Toppi Heikkinen e Reinis Nitiss como colegas de equipas, embora este último tenha o estatuto de piloto-cliente.Com a ajuda de Janne Ljungberg, atual diretor técnico da equipa, de alguns mecânicos e amigos a EKS ganhou forma e músculo. A temporada seguinte foi de aprendizagem, “embora o objetivo principal fosse o DTM”. Desse modo, 2014 foi uma temporada marcada por participações esporádicas. “Mesmo assim, ainda ganhei na Suécia”, relembra Ekström.
A primeira época com um programa completo começou, precisamente, em Montalegre, no ano seguinte, ou seja, em 2015.
Os chassis dos Audi S1 EKS RX Quattro foram construídos pela Audi Bélgica e os motores – 560 CV de potência e 750 Nm de binário – desenvolvidos pela Lema Motors.
“O Ralicrosse é, de longe, o mais barato dos campeonatos do Mundo FIA. É mais acessível que o WRC”, revela o sueco, sem adiantar, no entanto, números exatos. Apesar de não existir qualquer restrição para testes, nem de quilómetros, nem de custos.
Em Montalegre, a estrutura contou com 40 pessoas para apoio aos três Audi S1 EKS RX Quattro, ou seja, menos cinco elementos que em Barcelona, na jornada anterior.
“Este é um plano a três anos, que já deu o título em 2016, mas se não tivermos apoio, deixamos o campeonato e paramos”, promete Ekström.
No entanto, a presença, em Montalegre, de técnicos e responsáveis de topo da estrutura desportiva da Audi, deixaram perceber que o projeto não é só do piloto sueco…
Aliás, estará na forja um plano para tornar o WRX um campeonato de veículos elétricos, tomando como exemplo o norte-americano Global Ralicrosse. As corridas são de curta duração, o que favorece a participação dos elétricos.
Quanto a Mattias Ekström, atual detentor do título e imbatível esta temporada, vamos, decerto, continuar a vê-lo em ação no WRX. A razão é muito simples: «o Mundial de Ralicrosse custa menos 20 por cento do DTM».
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