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Este carro antigo de Fórmula 1 tinha motor de 16 cilindros

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A BRM foi a primeira equipa britânica a construir um carro de Fórmula 1, estreando-se no primeiro Mundial, em 1950, com muitas expectativas mas poucos resultados. Apesar disso, o BRM P15 ficou famoso pelas suas características técnicas, nomeadamente o seu motor de 16 cilindros. E é por isso que a herdeira do nome, a marca de relógios BRM, criou uma série especial de relógios que usa os pistões originais do motor V16.

Para criar estes relógios, a peça central foi montada onde normalmente os pistões ficariam ligados à cambota. As letras, números e cores usados na face foram desenhados para replicar o mostrador de pressão do óleo do carro. O pistão usado no relógio ganha uma cobertura de latão. Cada um dos 14 relógios vai estar numerado, e os lucros da sua venda vão ser usados para a restauração e manutenção do carro de F1, que já tem 68 anos.

O BRM P15 nunca deixou a sua marca no mundo da Fórmula 1 do mesmo modo que equipas contemporâneas como a Alfa Romeo, Ferrari e Maserati. A British Racing Motors foi fundada após a Segunda Guerra Mundial para criar um carro que pudesse lutar de igual para igual com as equipas italianas, tal como o antecessor ERA nunca conseguiu nos anos 30. No entanto, má gestão e desinteresse da indústria automóvel levou a vários atrasos no projeto, que copiava muitos elementos do imbatível Mercedes W154 de 1939.

Com o motor V16 e uma cilindrada de apenas 1500 cc, o diretor de equipa Raymond Mays e o engenheiro-chefe Peter Berthon esperavam atingir 500 cv a uma rotação alta de 12.000 rpm, uma estimativa generosa, tendo em conta que, quando começou a ser desenvolvido, o melhor carro da época, o Alfa Romeo 158, só tinha 300 cv, e nunca passou dos 425 quando atingiu o limite do seu desenvolvimento em 1951. O BRM P15 estreou-se numa prova de F 1 extra-campeonato em 1950, e andou apenas alguns centímetros antes de se partir o veio de transmissão, logo na partida. O sucedido foi uma vergonha nacional por acontecer numa pista britânica, o público reagiu atirando moedas para a pista.

O carro continuou a ser desenvolvido vagarosamente, e chegou a ser pilotado por nomes famosos como Juan Manuel Fangio (cinco vezes campeão mundial), José Froilán González (primeiro a vencer uma prova do Mundial de Fórmula 1 com a Ferrari) e Stirling Moss (duas vezes vencedor do GP de Portugal, na época em início de carreira). Ficou finalmente competitivo em 1952, tarde demais, pois novas regras tinham chegado à Fórmula 1. O BRM com motor V16 continuou a correr até 1955, conquistando 15 vitórias em provas menores, onde os carros antigos podiam correr, e nessa altura já tinha 600 cv anunciados.