Ainda imune aos efeitos do coronavírus que vai fazendo cair ou adiar competições um pouco por todo o mundo, o Mundial de Fórmula 1 arranca já este fim de semana, em Melbourne, na Austrália, com os campeões Mercedes-AMG e Lewis Hamilton a serem apontados, novamente, como favoritos aos títulos.

Na última época dos atuais regulamentos, um novo título para o piloto britânico colocá-lo-á a par de Michael Schumacher, com sete triunfos na classificação geral, algo que se julgava impensável em tão curto espaço de tempo desde que o alemão se retirou no final de 2012.

Os primeiros indícios apontam, contudo, para uma posição favorável para a equipa de génese alemã, uma vez que os testes de pré-temporada mostraram uma forma impressionante dos W11 EQ Performance, pelo que a tarefa dos seus rivais será muito dura para travar os ‘flecha de prata’. No seio da equipa, Hamilton tem de ser encarado como o elemento mais forte, atendendo à forma como tem liderado Valtteri Bottas nos dois últimos anos, mas o finlandês estará em busca de uma outra imagem e pretende mostrar-se em alto nível na temporada de 2020.

O circuito de Albert Park, em Melbourne, costuma não ser o mais preciso em termos de indicações de competitividade para o resto do ano atendendo às suas características, mas um eventual triunfo por larga margem de qualquer um dos Mercedes-AMG deixará desde logo a concorrência em estado de alerta, nomeadamente, a Ferrari, equipa que se perfila como uma candidata crónica aos triunfos, mas que tem falhado os seus objetivos nos últimos anos, mesmo quando aparenta ter um carro forte, como foi o caso em 2018.

A formação italiana terá de gerir a relação entre Sebastian Vettel e Charles Leclerc, dois pilotos que estão empenhados em mostrar serviço na formação, mas também assegurar que o SF1000 assegura os pergaminhos necessários para dar luta à Mercedes-AMG e à Red Bull. Além disso, tem ainda – por tempo indefinido – um inimigo adicional na forma do Covid-19 que está a sequestar a Itália no seu próprio terreno, pelo que ainda não se conhecem bem os contornos seguintes das operações da equipa de Maranello, em Modena, Norte de Itália, numa fase de quarentena total do país.

A outra das favoritas aos triunfos é a Red Bull Racing, que confia uma vez mais nos motores Honda e na capacidade dos seus pilotos Max Verstappen e Alex Albon, ambos com muito talento e vontade para contrariar os ímpetos de Hamilton e Cia. O holandês já tem sido uma das figuras do Mundial, este ano com o aliciante adicional de poder exibir-se frente aos seus adeptos no GP dos Países Baixos.

Mais atrás, a Racing Point, que estreitou ligações com a Mercedes, parece ter igualmente um monolugar muito forte, com Sérgio Perez e Lance Stroll a mostrarem nos ensaios de Barcelona ao longo do defeso que a rapidez dos carros cor de rosa pode dar algumas dores de cabeça às equipas consideradas da dianteira. O mesmo se poderá aplicar aos carros da Renault, equipa que teve boas prestações nos testes de pré-temporada, sendo este um ano importante para a confirnação dos esforços da equipa francesa na modalidade, contando com a experiência e simpatia de Daniel Ricciardo (que começa o ano em casa) e com a promissora rapidez de Esteban Ocon, que regressa à modalidade por troca com Nico Hulkenberg, que foi afastado da Renault no final da temporada passada.

Expectativa também para verificar o progresso da Alfa Romeo, da McLaren, da AlphaTauri e da Haas.

A primeira conta com a experiência de Kimi Raikkonen como grande aliciante, enquanto a segunda terá uma temporada de confirmação de subida de forma, depois de Lando Norris e Carlos Sainz Jr terem feito uma temporada de 2019 muito positiva. A AlphaTauri terá Daniil Kvyat e Pierre Gasly a postos para lutarem por posições no meio do pelotão, enquanto a Haas pretende retornar às boas prestações depois de em 2019 terem regredido nas suas prestações, não por falta de competitividade, mas por nunca terem conseguido efetuar uma gestão adequada dos seus pneus.

Por fim, a Williams. A histórica equipa de Grove teve em 2019 a sua pior temporada de sempre, com um singelo ponto obtido por Robert Kubica no insólito GP da Alemanha, pelo que espera regressar a posições de destaque em 2020, confiando nas melhorias do seu monolugar e no talento de George Russell e do jovem Nicholas Latifi, que assume o lugar deixado vago pelo polaco (que entretanto rumou à Alfa Romeo para ser piloto de testes).

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