Numa corrida relativamente monótona na discussão pelas três posições do pódio, Max Verstappen (Red Bull) fechou a temporada de 2020 da melhor forma, vencendo o GP de Abu Dhabi com uma prestação irrepreensível na qual deixou os dois Mercedes-AMG na ‘sombra’. Valtteri Bottas foi segundo e bateu Lewis Hamilton, este último ainda a queixar-se dos efeitos da Covid-19.
Depois da pole position surpreendente no sábado, Verstappen converteu a primeira posição da grelha de partida num triunfo dominante, beneficiando também do facto de ambos os pilotos da Mercedes-AMG pilotarem carros com motores menos potentes depois de a equipa descobrir um potencial problema na unidade de potência híbrida. Embora mais fiáveis, os dois sistemas híbridos acabaram por não possibilitar aos pilotos da Mercedes-AMG que lutassem com o holandês da Red Bull com ‘armas’ semelhantes.
Assim, Verstappen ‘fez’ de Hamilton e dominou de ‘fio a pavio’ no circuito de Yas Marina, com Bottas a ser o segundo classificado, mas já a mais de 15 segundos do vencedor, deixando Hamilton na terceira posição, com este último a lamentar os efeitos duradouros da Covid-19 no seu estado físico e a estratégia idêntica à de Bottas nas paragens nas boxes (quase todos pararam nas boxes no período de safety car causado pelo abandono de Sérgio Perez (Racing Point)) à 11a volta.
Alexander Albon (Red Bull) terminou em quarto lugar, praticamente ‘colado’ a Hamilton, mas sem capacidade para o ultrapassar, naquela que foi uma das suas melhores prestações do ano. Depois ficaram os dois McLaren, com Lando Norris a ficar à frente de Carlos Sainz, num resultado que possibilitou à equipa de Woking a obtenção do importante terceiro lugar no Mundial de Construtores.
Daniel Ricciardo (Renault) terminou a sua última corrida pela marca francesa na sétima posição, à frente de Pierre Gasly (AlphaTauri) e de Esteban Ocon (Renault), ao passo que Lance Stroll (Racing Point) foi apenas o décimo, obtendo um ponto para a sua equipa.
Autores de uma estratégia de paragem nas boxes diferente das demais equipas (que optaram por parar, maioritariamente, aquando da situação de safety car), a Ferrari concluiu a sua pior temporada desde 1980 com os seus dois pilotos de fora dos pontos. Charles Leclerc foi o 13o classificado, uma posição à frente de Sebastian Vettel, que fez a sua derradeira corrida pela equipa italiana.
Despedidas e mudanças
O Grande Prémio de Abu Dhabi foi bastante emocional para muitos dos pilotos, que se aprestam a deixar a modalidade em 2021 ou a trocar de equipa. Entre os pilotos que tiveram uma despedida emocional, o exemplo de Sebastian Vettel foi bastante notório, com o alemão a terminar uma ligação de seis anos à Ferrari com uma canção dedicada à sua formação e aos seus adeptos em italiano. No próximo ano, Vettel estará ao serviço da Aston Martin, marca que irá assumir a estrutura e espólio da Racing Point, de onde sairá o mexicano Sérgio Perez.
O vencedor do GP do Sakhir não tem lugar ainda marcado para a temporada de 2021, embora seja apontado ao segundo lugar na Red Bull, uma vez que Alex Albon não parece ter convencido os principais da formação austríaca. Porém, no momento atual, Perez não tem equipa e poderá não estar na grelha de partida da próxima temporada.
Carlos Sainz irá deixar a McLaren para a Ferrari na temporada de 2021, juntando-se a Charles Leclerc, ao passo que Daniel Ricciardo vai assumir o lugar do espanhol na equipa de Woking. Para o lugar do australiano virá o regressado Fernando Alonso.
Despedidas praticamente asseguradas para Kevin Magnussen e Romain Grosjean, com a dupla da Haas a sair de cena (Grosjean já não competiu nas duas últimas provas devido às lesões sofridas no seu acidente violento no GP do Bahrein), vindo para os seus lugares o alemão Mick Schumacher e o russo Nikita Mazepin. O primeiro vem acompanhado de grande expectativa devido ao facto de ser filho do heptacampeão do mundo Michael Schumacher e o campeão de Fórmula 2. Já Mazepin começou com o ‘pé esquerdo’ ao iniciar uma confusão infeliz com um vídeo publicado nas redes sociais nas quais assediava uma mulher.
Ainda não confirmado na sua equipa está também o russo Daniil Kvyat, que poderá ser substituído na AlphaTauri pela jovem promessa japonesa Yuki Tsunoda.
1 |
Max Verstappen |
RED BULL RACING HONDA |
55 voltas em 1h36m28.645s |
2 |
Valtteri Bottas |
MERCEDES |
+15.976s |
3 |
Lewis Hamilton |
MERCEDES |
+18.415s |
4 |
Alexander Albon |
RED BULL RACING HONDA |
+19.987s |
5 |
Lando Norris |
MCLAREN RENAULT |
+60.729s |
6 |
Carlos Sainz |
MCLAREN RENAULT |
+65.662s |
7 |
Daniel Ricciardo |
RENAULT |
+73.748s |
8 |
Pierre Gasly |
ALPHATAURI HONDA |
+89.718s |
9 |
Esteban Ocon |
RENAULT |
+101.069s |
10 |
Lance Stroll |
RACING POINT BWT MERCEDES |
+102.738s |
11 |
Daniil Kvyat |
ALPHATAURI HONDA |
+1 volta |
12 |
Kimi Räikkönen |
ALFA ROMEO RACING FERRARI |
+1 volta |
13 |
Charles Leclerc |
FERRARI |
+1 volta |
14 |
Sebastian Vettel |
FERRARI |
+1 volta |
15 |
George Russell |
WILLIAMS MERCEDES |
+1 volta |
16 |
Antonio Giovinazzi |
ALFA ROMEO RACING FERRARI |
+1 volta |
17 |
Nicholas Latifi |
WILLIAMS MERCEDES |
+1 volta |
18 |
Kevin Magnussen |
HAAS FERRARI |
+1 volta |
19 |
Pietro Fittipaldi |
HAAS FERRARI |
+2 voltas |
NC |
Sergio Perez |
RACING POINT BWT MERCEDES |
NT |