Numa visão pouco comum para os lisboetas, António Félix da Costa celebrou o seu histórico título de Fórmula E ao volante do monolugar da DS Techeetah numa viagem pela cidade de Lisboa, com direito a passagem pelos principais locais da capital. No final do evento, o português admitiu ser um grande orgulho comemorar na capital e que gostaria de ver uma corrida da modalidade em Lisboa.

Campeão da temporada de 2019-2020 da Fórmula E, Félix da Costa pôde celebrar da melhor forma o seu feito no campeonato de monolugares elétricos, numa ação organizada pela DS Automobiles, em conjunto com a DS Techeetah, equipa que se sagrou igualmente campeã, ao levar o seu monolugar pelas ruas da cidade, num percurso que começou no Museu dos Coches e que teve passagem por Belém, pela Baixa e pelo Marquês de Pombal.

“Foi um dos momentos mais felizes da minha vida, poder andar nas ruas de Lisboa com o carro com que fui campeão da Fórmula E. Foi incrível ouvir também o apoio das pessoas, que é algo que é possível por estar num carro elétrico, pois posso ouvir melhor o que me rodeia”, começou por destacar Félix da Costa no final do percurso, já vestido ‘à civil’ na conferência de imprensa.

O piloto da DS Techeetah lembrou que, apesar de ter sido ele a levantar o troféu de campeão, “houve um grande trabalho de equipa”, realçando que a força daquela formação se deve ao empenho de todos os membros: “É uma equipa bastante forte, na qual toda a gente se conhece, dá o máximo e veste a camisola”, além de que a “equipa técnica também é mesmo muito forte, com um método de trabalho exigente”.

Garante, porém, que o orgulho nacional é também um ponto de honra em cada triunfo. “É muito importante para mim e é sempre um orgulho ter comigo a bandeira portuguesa no pódio”, referiu.

Quanto à possibilidade de haver uma corrida da Fórmula E em Lisboa, Félix da Costa admite que gostaria muito e que a capital “tem todas as condições”, até porque o país está bastante destacado no desporto, com boas prestações em modalidades como o surf, ténis, MotoGP e que vai receber corridas de Fórmula 1 e de MotoGP.

Quanto ao desejo para a nova temporada da Fórmula E, o piloto de Cascais assegura que tem por objetivo “deixar a minha marca na Fórmula E. Quero ganhar mais corridas, mais títulos e bater mais recordes. Para o ano será um campeonato oficial com a chancela da FIA, um Mundial de Fórmula E e sei que será difícil, mas acredito que teremos todas as condições para nos batermos com as outras marcas. Sabemos que temos um grande alvo nas costas, mas temos todas as condições para continuarmos a vencer”.

Mobilidade elétrica veio para ficar

O sucesso de Félix da Costa na Fórmula E ajudou também a aumentar a notoriedade dos elétricos entre os portugueses, mas Félix da Costa considera que os “os carros elétricos já não são o que eram há cinco anos. Agora são carros ‘cool’, muito eficientes e divertidos”, afastando-se do visual mais peculiar do início da década.

E assegura que “temos de fazer isto, não por nós, mas pelas gerações futuras. Temos de empurrar o barco para a frente. Enquanto piloto da marca DS, conduzo agora um DS7 Crossback E-Tense e sempre que posso conduzo na cidade em modo elétrico, sem emitir poluição na cidade”.

António Félix da Costa revelou também que firmou o seu primeiro patrocínio português em dez anos, graças a um acordo com a EDP Comercial para pertencer também à ‘geração zero’, nome que é dado pela companhia ao movimento de transição energética.

Lisboa acolheu evento com satisfação

A possibilidade de ter um monolugar da Fórmula E a acelerar pela capital portuguesa apenas se concretizou com a autorização da Câmara Municipal de Lisboa, com Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade e Inovação da autarquia a admitir que este foi mais um bom evento para demonstrar o compromisso da cidade para com a mobilidade elétrica.

“Quando fui contactado sobre a possibilidade de fazer este evento em Lisboa, a questão que se colocou de imediato foi perceber como, porque fazer era garantido. Hoje sou conhecido como o homem das bicicletas, mas a verdade é que sou um apaixonado pela Fórmula 1, acompanhando a modalidade desde os tempos de criança em que a F1 era sempre companhia de domingo”, começou por dizer Miguel Gaspar.

“Também por isso acompanho de perto a carreira do António Félix da Costa, que ainda esteve perto da Red Bull na Fórmula 1, mas hoje, se calhar, digo que ainda bem que o António não foi para a Fórmula 1 e abraçou esta disciplina que é, a meu ver, o futuro, e onde ele nos representa a todos tão bem. Lisboa é uma cidade que reflete bem as preocupações ambientais e a necessidade que as cidades têm de ter veículos não poluentes. Ter o António e o seu DS de Fórmula E em Lisboa é uma demonstração clara do nosso empenho nesta área”.

Fotos: Aifa e DR.

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