Num final de cortar a respiração, Nyck de Vries (Mercedes-EQ) venceu a prova da Fórmula E no circuito Ricardo Tormo, em Valência, valendo-se de uma excelente gestão energética da bateria do seu monolugar naquela que foi uma corrida de sabor amargo para António Félix da Costa (DS Techeetah). O piloto português liderou toda a prova até à entrada da última volta, quando a bateria do seu carro entrou em ‘mínimos’, acabando por terminar na sétima posição.
A primeira corrida da Fórmula E em solo espanhol, numa incomum passagem por um circuito convencional, não dispensou a usual emotividade da modalidade, sobretudo com a presença da chuva a tornar a tarefa dos pilotos bastante mais complicada, sucedendo os toques entre monolugares, alguns dos quais com obrigatoriedade de passagem pela pista do MINI elétrico que desempenha o papel de safety car.
Com efeito, foram cinco as vezes em que o pequeno MINI foi chamado à pista, a última das quais a pouco mais de cinco minutos (a que se junta ainda uma volta) do final, com Félix da Costa a ter de resistir à pressão do homem da Mercedes-EQ na fase final depois do regresso às boxes do safety car.
Com ligeiramente menos energia disponível, Félix da Costa teve ainda de sofrer com a redução da energia disponível a cada passagem pela pista do safety car, pelo que no início da penúltima volta (tendo passado a linha de meta escassos segundos antes do final do tempo de prova previsto, o que fez com que se realizassem mais duas voltas) tinha apenas 3% de energia disponível contra os 5% de de Vries.
Assim, fruto de um gasto de energia mais elevado do que o desejado, António Félix da Costa teve de ceder o comando no início da última volta, com Nyck de Vries a levar o seu carro até a linha de meta na primeira posição, vencendo à frente de Nico Müller (Dragon/Penske Autosport), piloto que iniciou a corrida do 22o lugar.
Valendo-se dos diversos problemas de gestão de energia das diversas equipas, Müller conseguiu assim um excelente resultado no final, tendo admitindo no final que a sua gestão conservadora de energia pagou dividendos. No lugar mais baixo do pódio ficou Stoffel Vandoorne, no outro Mercedes-EQ, que havia sido o mais rápido na Super Pole. Porém, penalizado por uma infração técnica, teve de começar a prova da última posição, tirando partido, tal como o vencedor, de uma melhor gestão de energia do seu carro.
Com efeito, a última volta foi pródiga em casos de aflição para os pilotos, que ficaram a ‘seco’ nas baterias dos seus monolugares, cumprindo os metros finais a uma velocidade baixíssima. Só assim se explicam as diferenças tão grande no final de uma prova que foi bastante renhida, sobretudo com os diversos períodos de safety car a juntarem o pelotão.
Nick Cassidy (Envision Virgin Racing) foi o quarto melhor, logo à frente de Rene Rast (Audi Sport ABT Schaeffler), enquanto Robin Frijns (Envision Virgin Racing) ficou na sexta posição, cruzando a meta à frente de Félix da Costa.