Sergio Pérez (Red Bull) alcançou a primeira pole position da sua carreira na sessão de qualificação para o GP da Arábia Saudita, batendo por escassa margem o Ferrari de Charles Leclerc. A sessão ficou marcada por duas interrupções, a segunda das quais causada pelo violento acidente de Mick Schumacher, que destruiu o seu Haas de forma aparatosa.

 

Pairando ainda algum incómodo no circuito de Jidá após o ataque terrorista dos rebeldes Houthi contra depósitos de combustível na sexta-feira (com os pilotos a efetuarem uma reunião que excedeu as quatro horas durante a madrugada de sábado para debater um eventual boicote ao resto do evento), o foco esteve novamente na perícia dos pilotos ao volante dos seus monolugares.

A melhor volta na fase decisiva (Q3) pertenceu a Sergio Pérez, que pela primeira vez irá partir do primeiro lugar da grelha de partida após uma volta em 1.28,200s, batendo Leclerc por meros 0,025s, roubando dessa forma a pole position ao monegasco da Ferrari. Atrás deste irá partir o seu colega de equipa, Carlos Sainz, que ficou ligeiramente mais atrás, a 0,202s do mexicano.

Já o campeão Max Verstappen (Red Bull) ficou apenas no quarto lugar, igualmente a dois décimos de Pérez, mostrando-se algo desapontado, mas ainda assim, em boa posição para lutar pelas posições do pódio. Esteban Ocon (Alpine) foi o melhor das outras equipas, ficando em quinto lugar e à frente do melhor dos Mercedes-AMG, que foi George Russell, sendo mesmo o único carro com motor Mercedes no top 10.

O resultado de Russell foi, ainda assim, bem melhor do que o de Lewis Hamilton, que causou uma surpresa ao ficar-se pela primeira fase da qualificação (Q1) sem problemas mecânicos ou quaisquer explicações adicionais que não apenas a falta de ritmo. Hamilton foi o 16º e irá partir de 15º devido ao acidente de Schumacher.

Fernando Alonso (Alpine) foi o sétimo melhor, ao passo que Valtteri Bottas (Alfa Romeo) foi o oitavo, na frente de Pierre Gasly (AlphaTauri) e de Kevin Magnussen (Haas), que voltou a colocar a equipa americana no Q3 pela segunda vez consecutiva.

De fora do Q3, mas bem melhores do que no Bahrein, Lando Norris e Daniel Ricciardo colocaram os seus McLaren nos 11º e 12º lugares, à frente de Guanyu Zhou (Alfa Romeo).

Schumacher fora da corrida

O décimo lugar de Magnussen também compensou a infelicidade de Mick Schumacher, que não evitou uma aparatosa saída de pista, com danos significativos no seu monolugar, obrigando a uma longa interrupção da Q2 para remoção do carro, limpeza da pista e reparação das barreiras de segurança. Exíguo e rapidíssimo, o circuito saudita de Jidá demonstra-se imperdoável ao mínimo erro, com o piloto alemão a colocar duas rodas sobre uma das lombas que delimitam o traçado, perdendo o controlo do VF-22 e embatendo violentamente contra o muro.

Schumacher foi observado pela equipa médica no centro hospitalar do circuito e, embora não tivesse lesões físicas aparentes, foi levado de helicóptero para o Hospital King Fahad das Forças Armadas para exames de verificação complementares.
Comissários limpam a pista e os destroços após o acidente de Mick Schumacher. (Foto: Andy Hone/LAT Images/Haas Media)

No entanto, a equipa já esclareceu que o piloto permanece consciente e bem fisicamente, mas já os estragos do monolugar revelam-se impossíveis de reparar numa noite, com Günther Steiner, diretor da equipa, a preferir preparar o carro e piloto na sua máxima força para a próxima corrida, em Melbourne, na Austrália. Ou seja, a prova terá apenas 19 carros à partida com a ausência já assegurada do jovem alemão.

Também Nicholas Latifi (Williams) não evitou uma saída de pista violenta, embora menor em proporcionalidade do que a de Schumacher, causando a primeira interrupção da sessão. Yuki Tsunoda (AlphaTauri) não efetuou qualquer tempo devido a problemas mecânicos no seu carro, pelo que irá partir do último lugar.

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