Conhecido pela sua postura despreocupada e fria (daí a alcunha ‘Iceman’), Kimi Raikkonen anunciou que irá deixar a Fórmula 1 no final desta temporada de 2021, colocando um ponto final numa carreira que se iniciou em 2001 e que teve como ponto alto o título da modalidade em 2007, com a Ferrari.
O finlandês, atualmente o piloto mais experiente da grelha, com um total 344 participações em Grandes Prémios, abandonará a disciplina após um recorde de 19 temporadas, nas quais venceu 21 corridas, um título e o coração e admiração de milhões de adeptos em todo o mundo.
Kimi fez a sua estreia em 2001 com a equipa Sauber, ajudando o construtor suíço a conquistar o quarto lugar no campeonato, o melhor resultado à época, antes de se mudar para a McLaren, na qual chegou a lutar pelo título por diversas vezes. Porém, foi apenas quando se transferiu para a Ferrari, em 2007, que conseguiu festejar o título, confirmado apenas na última ronda do campeonato ao bater os rivais da McLaren, Fernando Alonso e Lewis Hamilton.
Esteve na equipa italiana até 2009, optando depois por um hiato de dois anos, em 2010 e 2011, no qual chegou a competir no Mundial de Ralis e na NASCAR. No entanto, voltou a ser aliciado pelo mundo da Fórmula 1 e voltaou à modalidade ao serviço da Lotus em 2012, com a qual regressou às vitórias, tornando-se popular a sua resposta à equipa em plena corrida “Deixem-me em paz, eu sei o que estou a fazer!”. Regressou depois à Ferrari em 2014 no arranque da nova fase de regulamentos, ficando na formação italiana até 2018, voltando depois para outra equipa que conhecia bem, a Sauber, embora então já sob o emblema da Alfa Romeo (a sede da equipa continua a ser Hinwill, na Suíça), fechando, assim, de forma perfeita, um círculo completo de uma impressionante carreira.
Em comunicado, a sua equipa recorda as “incríveis temporadas passadas em conjunto nestas duas etapas, pela ética de trabalho, pela paixão pela competição, pela determinação em ser bem-sucedido desde o seu primeiro teste em Fiorano até às reuniões pós-corrida da semana passada, e por ser uma pessoa única, sempre fiel a si mesmo, algo que cativou todos aqueles que com ele trabalharam”.
“Não há, em lado nenhum, outro piloto como Kimi Raikkönen. A sua presença, o seu carisma e a sua atitude única, aliados à habilidade inata, que fez com que esta equipa lhe desse uma oportunidade em 2001, fizeram dele uma lenda do nosso desporto, de tal forma que até os números e as estatísticas têm dificuldade em transmiti-lo”, afirmou Frédéric Vasseur, diretor da equipa Alfa Romeo Racing ORLEN, acrescentando que “Kimi escreveu algumas páginas indeléveis da história da nossa equipa e do nosso desporto”.