Passou-se muito tempo desde que Lewis Hamilton se apresentou ao anterior diretor da McLaren, Ron Dennis, ainda criança, para lhe confessar o seu sonho de um dia ser campeão do mundo na Fórmula 1. Se alguns poderiam encarar as palavras do jovem Hamilton como um gracejo juvenil, Dennis não ignorou o britânico e começou a seguir as suas pisadas na competição, financiadas pelo pai Anthony Hamilton.
Prestações de sonho na GP2 levaram-no rapidamente à Fórmula 1, modalidade na qual se estreou em 2007, na McLaren de Ron Dennis, com a missão de acompanhar o bicampeão Fernando Alonso. Logo aí fez jogo igual com o espanhol, obtendo o seu primeiro triunfo no Canadá e criou uma batalha interna que acabaria por deixar o título mundial ao alcance de Kimi Raikkonen, então num Ferrari.
A temporada seguinte seria de alegria maior, com o seu primeiro título mundial conquistado no final mais dramático de sempre de uma temporada, batendo Felipe Massa (Ferrari) no GP do Brasil. Depois, viriam alguns anos de altos e baixos, acabando por trocar a McLaren pela Mercedes-AMG, que havia regressado oficialmente à Fórmula 1 em 2010, nos alicerces da campeã Brawn GP em 2013. Curiosamente, viria a substituir o piloto de maior sucesso na modalidade, Michael Schumacher, cujos recordes eram julgados inalcançáveis – 91 triunfos e sete títulos mundiais. Um já está batido, o outro poderá sê-lo em 2021, se a competitividade da Mercedes-AMG se mantiver.
“Um sonho desde que era miúdo e via os grandes prémios na televisão. Isto está muito para além desses sonhos. É muito importante que os jovens vejam isto e saibam que, mesmo que lhes digam que não podem fazer algo, que devem perseguir os seus sonhos. Sonhem o impossível e convertam-no em realidade, trabalhem para isso e nunca desistam, nunca duvidem de si mesmos”, disse Lewis Hamilton pouco depois de terminar a prova em Istambul, a qual venceu.
Foi ao serviço da marca da estrela que Hamilton obteve o seu maior pecúlio, com seis títulos mundiais entre 2014 e 2020, apenas falhando um para Nico Rosberg, seu companheiro de equipa.
O britânico é hoje considerado o melhor piloto da modalidade, mesmo com o surgimento de novas vedetas e a continuidade de outras, fazendo-se valer de experiência, rapidez e imenso trabalho para se manter na crista da onda. Além de todo o seu trabalho dentro da pista, Hamilton é também um lutador por causas mais humanitárias, lutando pela igualdade de oportunidades de pessoas com deficiências (Nicolas Hamilton, o seu irmão tem paralisia cerebral) e, mais recentemente, encetando uma luta contra o racismo na Fórmula 1, entendendo que aquela é a melhor plataforma comunicacional possível – uma causa que levou mesmo a Mercedes-AMG a trocar a sua habitual cor prateada pelo negro na carroçaria dos monolugares para 2020.Eis alguns momentos-chave para uma carreira que, afinal, se tornou inevitável rumo ao sucesso.
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