
No total, foram já alteradas oito datas de Grandes Prémios, com o GP do Mónaco anulado por impossibilidade de organização em data posterior. Para Helmut Marko, conselheiro desportivo da Red Bull Racing, as repercussões financeiras destes adiamentos poderão ser catastróficas para a sobrevivência de algumas equipas.
O calendário para 2020 seria o maior de sempre, com 22 provas previstas, atendendo à estreia do Vietname e ao regresso dos Países Baixos, mas uma nova proposta de calendário poderá ter apenas 15 eventos, o que terá um outro efeito no lado financeiro: cada equipa recebe uma fatia no final do ano consoante a sua posição no campeonato de construtores, mas essa verba é resultante do total obtido no ano em termos de publicidade e direitos televisivos. Com a redução do calendário, o valor a dividir será forçosamente inferior.
“Todas as equipas enfrentam uma perda de receitas. Se cinco corridas forem canceladas, perder-se-ão 100 milhões [de euros]”, referiu Marko ao site austríaco Österreich, embora admita que algum do valor se poderá recuperar com o congelamento do regulamento para 2021, adiando a introdução de novos carros para 2022.
“Isso faz muito sentido. Agora temos um regulamento estável. Se congelarmos isso, o custo vai diminuir enormemente e a reformulação [técnica] ficaria abaixo do teto orçamental previsto”, acrescentou.
Uma das medidas tomadas pela FIA e pela Liberty, detentora dos direitos da modalidade, foi o adiantamento do fecho obrigatório das fábricas de agosto para abril, permitindo encaixar corridas num período que, usualmente, é de férias para as equipas, em pleno verão. Antes de encerrar, porém, Marko indica que a fábrica da Red Bull está a “trabalhar a fundo”, na esperança de “ter uma oportunidade de lutar pelo título com o Max [Verstappen]”.