Elétricos podem sofrer duro revés nos EUA

03/11/2017

Os carros elétricos poderão estar prestes a sofrer um duro revés nos Estados Unidos da América (EUA), caso a proposta dos Republicanos na Câmara dos Representantes de eliminar o incentivo fiscal de 7500 dólares seja aprovada.

Este desconto tem vindo a ajudar nas vendas dos veículos elétricos em território americano, com a legislação atual a permitir que os construtores possam recorrer a esse crédito para tornar os modelos mais apetecíveis para os consumidores. Nos moldes atuais, o desconto apenas se poderá aplicar até que o fabricante atinja os 200.000 veículos elétricos vendidos, funcionando essencialmente como uma ‘rampa de lançamento’ para a tecnologia e para cada fabricante.

Com esta proposta dos Republicanos, que atualmente detém a maioria e assim a capacidade para aprová-la, os fabricantes que têm carros elétricos na sua gama ou que os preparam irão perder um forte argumento para a venda dos seus carros, que com o desconto ficam com um custo mais equilibrado em relação aos veículos com motor de combustão interna convencionais.

Esse é o caso de marcas como a Tesla, Chevrolet (General Motors), Ford e Nissan, que já têm carros 100% elétricos à venda, mas companhias como a Daimler, Volvo ou Volkswagen também trabalham afincadamente na tecnologia elétrica, pelo que o final deste desconto terá um efeito negativo nas vendas num momento em que começam a ganhar tração.

No caso da Tesla, que ainda esta semana anunciou os seus piores resultados financeiros trimestrais, o final dos incentivos fiscais acaba por ser mais uma má notícia para Elon Musk, mesmo que esse efeito deva ser mais sentido nas vendas do Model 3, que pretende ter uma base de clientes mais ampla, do que nos Model S e Model X, cujo custo mais elevado torna o efeito do final desse incentivo menos prejudicial para as vendas. Mas esse também é um problema para a Nissan, com o seu Leaf, e para a Chevrolet, que tem o Bolt à venda na América do Norte.

Os grupos ambientais e alguns dos fabricantes automóveis já vieram a público considerar que esta proposta é muito negativa. A General Motors, por exemplo, mostrou-se determinada a lutar contra esta intenção, considerando que “o incentivo fiscal é um importante benefício para os consumidores que ajuda a acelerar a aceitação dos veículos elétricos”.

Ainda no setor energético, a proposta dos Republicanos prevê o final (imediato ou faseado) doutros incentivos, incluindo em situações de investimento em infraestruturas para a produção de energia a partir de fontes renováveis ou mais ecológicas (solar, eólica e pilha de combustível, entre outros). O incentivo para os clientes particulares no campo de projetos de energia ‘verde’ também será eliminado.

Caso seja extinto, a partir de dia 1 de janeiro de 2018 os carros elétricos não terão qualquer incentivo federal para a sua venda, embora os diferentes estados possam ter os seus incentivos específicos para os veículos elétricos.

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