O novo modelo, com design agressivo e jovial, pretende captar um público mais jovem, com a pretensão de um interior disruptivo. De acordo com a Audi, o A1 de nova geração representa uma simplificação a quase todos os níveis. O Diesel foi proscrito e existe uma nova definição de linhas de equipamento (Base, Advance e S Line), em que o desenho vai ficando mais agressivo em consonância.
Um dos grandes destaques deste novo modelo é o incremento nas dimensões, que cresce 56 mm no comprimento (para os 4029 mm) e 94 mm na distância entre eixos (2563 mm), com os ganhos a serem aplicados na habitabilidade e na bagageira.
Apesar de ter ganhado em comprimento e de ter uma aparência robusta, o novo A1 está mais baixo (menos 13 mm) e mais estreito (6 mm). No que diz respeito à bagageira, há agora mais 65 litros, para os 335 litros (ou 1090 com o rebatimento dos bancos traseiros).
Esses valores trazem consigo ligeiros ganhos no espaço a bordo, sobretudo atrás, ponto em que se destaca face ao modelo anterior de forma evidente. É fácil ‘arrumar’ as pernas nos lugares posteriores e a altura é também convidativa até para adultos, embora seja a largura interior que menos sobressai pela positiva.
O ambiente, de resto, é de aparência qualitativa superior, com bons materiais e construção que se rege pelos cânones da Audi, ou seja, de aparência robusta e bem conseguido pela composição de comandos, destacando-se o ecrã tátil central de 8.8 polegadas com ótimo manuseamento, complementado na unidade ensaiada pelo painel de instrumentos digital de 10.25 polegadas, que permite configuração personalizada.Pena, no entanto, que nesta mesma unidade, sem navegação ativada, o sistema fique perca uma das suas formas de visualização mais vanguardistas com o mapa. Todavia, fica ainda o reparo para a presença excessiva de componentes em plástico duro, o que num modelo de perfil mais Premium acaba por ser ligeiramente dececionante. Impera, todavia, a qualidade de construção e a possibilidade de personalização variada em diversos revestimentos e elementos – por dentro e por fora. Como se imagina, muitas dessas opções trazem custos associados…
A bagageira, com os já mencionados 335 litros, é também possível de elogiar, dispondo também de fundo falso que melhora a capacidade.
Gasolina é que manda
O Audi A1 disse adeus ao Diesel e abraçou a gama a gasolina de motorizações. O destaque e aquele que será, provavelmente, o grande gerador de vendas será o 1.0 TFSI de três cilindros e injeção direta, que debita 116 CV de potência e 200 Nm de binário, associando-se no caso premente a uma caixa automática de dupla embraiagem S tronic de sete velocidades.
Isto porque o acerto privilegia a dinâmica, com alguma firmeza notória em mau piso, que tem como contraponto uma boa aptidão para curvar de forma estável e em segurança, com rolamento de carroçaria muito bem contido (cortesia da suspensão desportiva S Line). À entrada em curva de forma mais veloz, o A1 Sportback responde com decisão, promovendo por isso uma condução que pode entusiasmas quem procura um pouco mais de emotividade na condução. A distância entre eixos mais comprida e o aproveitamento da plataforma MQB A0 do Grupo VW são também fatores que potenciam esta atitude dinâmica. Nota para a precisão e resposta da direção. O consumo médio que alcançámos no ensaio, ao cabo de 100 quilómetros, foi de 6,0 l/100 km, que não deixa de ser interessante.
O equipamento de série na versão Base conta com o Audi Pre Sense frontal com travagem autónoma de emergência, dispondo ainda de (interventivo) assistente de manutenção em faixa, sensores de luminosidade e de chuva e painel de instrumentos digital, além do ecrã tátil central de 8,8 polegadas e seis altifalantes. O preço de base começa nos 26.949€ para este A1 Sportback 30 TFSI com caixa S tronic (24.979€ para o de caixa manual de seis velocidades), ao passo que a gama tem como início o 25 TFSI de 95 CV com caixa manual de cinco velocidades a partir dos 23.422€. É, precisamente, nos preços que o A1 terá as suas maiores dificuldades, uma vez que este já é território dos modelos de segmento C…
VEREDICTO
Para quem procura um pacote jovem, aguerrido e agradável de conduzir sem ser um desportivo, este Audi A1 Sportback pode encher as medidas, embora a versão com caixa manual neste mesmo motor possa ser de mais fácil acolhimento pelo preço mais em conta sem que exista uma grande diferença nas prestações (esquecendo, naturalmente, que um modelo de caixa automática é bem menos trabalhoso na condução, sobretudo em cidade…). A tecnologia e a qualidade de construção agradam, nem tanto a quantidade de plásticos a bordo.
Em suma, um Audi de estilo e substância, que está mais maduro e competente, valendo-se do estatuto Premium para sobressair face a outros modelos do segmento, como o SEAT Ibiza, Volkswagen Polo, Peugeot 208 (está mesmo ao virar da esquina…) ou Nissan Micra, apenas para mencionar alguns.
Características | Audi A1 Sportback 1.0 TFSI 116 CV S tronic S-Line |
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Motor | Gasolina, 999 cc, 3 cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler |
Potência | 116 CV às 5000-5500 rpm |
Binário | 200 Nm às 2000-2500 rpm |
Transmissão | Dianteira, caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades S tronic |
0-100 km/h | 9,4s |
Velocidade máxima | 203 km/h |
Consumo (anunciado/medido) | 5,9-6,2 l/100 km (6,0 l/100 km) |
Emissões CO2 | 132-140 g/km (WLTP combinado) |
Comp./Larg./Alt./Entre eixos | 4029 mm/1740 mm/1433 mm/2563 mm |
Peso | 1200 kg |
Suspensão (Fr/Tr) | Independente McPherson/barra de torsão |
Mala | 335/1090 litros |
Pneus | 215/45 R17 |
Preço | Preço: 28.958€ (Gama desde 23.422€) |
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