BMW X2 xDrive 20d: Como um fato feito por medida

12/03/2019

A BMW parece ter perdido, definitivamente, o receio de afrontar algum conservadorismo por parte dos seus clientes e desde há algum tempo que partiu para a criação de nichos, como sejam os SUV Coupé, uma saga iniciada com o X6. Desta feita a marca alemã atirou-se ao X1 para criar o surpreendente…X2, um coupé de linhas arrojadas, de forte presença na estrada e sólido comportamento. Há muito que não nos sentíamos tão envolvidos ao volante de um automóvel. Este xDrive 20d parece ser um fato feito por medida, com tudo ao alcance das mãos, um volante de diâmetro e espessura corretos, posicionado quase na vertical, bancos envolventes e uma dinâmica irrepreensível.

Visto de qualquer ângulo, é difícil dizer de que SUV este X2 deriva e com razão, pois só partilham duas peças da carroçaria: a antena e os puxadores da porta. Mais curto e mais baixo que o X1, este coupé destila charme e pisca o olho ao vasto passado desportivo da marca, com o símbolo da BMW colocado no montante traseiro, a exemplo do que acontecia com o 3.0 CSL, coupé produzido entre 1968 e 1975.

Esta versão, equipada com o pack “M Sport”, distingue-se exteriormente pelas jantes de 19 polegadas, uma dupla saída de escape e largas entradas de ar na parte frontal. Já o interior é o mesmo do BMW X1, com um espaço a bordo suficiente para quatro adultos e uma bagageira com capacidade para 470 litros, fácil de carregar, apesar de um ligeiro degrau.

Encontrar uma boa posição de condução é extremamente fácil e, após regularmos os bancos (com muito bom apoio lateral) e o volante, tudo fica à mão e mesmo o monitor central está virado para o condutor. Conduzimos não demasiado altos, mas o suficiente para termos uma boa visibilidade para o que se passa lá mais à frente.

No entanto, este formato “coupé” traz alguns constrangimentos na visibilidade traseira, pois o óculo tem dimensões algo reduzidas e mesmo para a frente, nas curvas à esquerda, a conjugação de um pilar muito inclinado com a colocação do retrovisor exterior algo avançada, fazem com que tenhamos de ter cuidados redobrados pois fica muita estrada tapada.

Despachado e seguro

A unidade que ensaiamos (cedida pela Caetano Baviera) utiliza o motor 2 litros, de 190 cavalos e um binário de 400 Nm, disponível logo desde as 1750 rotações, e tração às quatro rodas. Uma configuração que se mostra à altura dos cerca de 1.675 quilos, assegurando acelerações ao nível de alguns desportivos (faz 7.7 segundos na clássica medição dos 0 as 100 km/h, para uma velocidade máxima de 221 km/h) e um comportamento exemplar em estrada.

O X2 raramente nos deixa em apuros, seja numa estrada sinuosa de montanha, seja em piso molhado. Mesmo que abordemos uma curva com demasiado otimismo, a tração integral encarrega-se de “desenhar” dois carris na estrada que este BMW segue fielmente.

A somar a isto juntam-se as dimensões mais compactas que as do X1 (menos oito centímetros em comprimento, para um total de 4,36m e sete centímetros mais baixo, ultrapassando em pouco o 1,52 m), que tornam o X2 um SUV ágil e divertido de conduzir.

A diversão paga-se um pouco cara, pois o XDrive 20 que ensaiamos custava 72.895 euros, um preço “inflacionado” pelos opcionais daquela unidade, pois quase oito mil euros diziam respeito à versão Desportiva M e ao sistema de navegação Plus.

Mas o X2 está disponível a partir dos 39.250 euros (versão sDrive 16d, com motor de 116 cavalos). A gasolina, o preço de entrada começa nos 41.045 euros (sDrive 18i, de 14o cavalos e caixa manual).

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