A smart passou definitivamente para o setor dos elétricos e, a partir de agora, não mais será possível adquirir modelos da marca com motorização térmica. Uma decisão arrojada e assumida em pleno pela marca que prepara, cada vez mais, uma entrada em força dos chineses da Geely. O caminho está definido e agora é dar carga…

Nascido para ser um modelo citadino e elétrico, o smart ajudou a redefinir os conceitos de aproveitamento do espaço dentro das grandes cidades, cada vez mais populadas e cada vez mais poluídas. Quanto à primeira situação, o veículo pouco ou nada poderá fazer, mas quanto á segunda, responde com a potencialidade de ser unicamente elétrico, sem emissões decorrentes da condução.

Se as duas gerações anteriores já contavam com versões elétricas, foi preciso esperar por 2020 para que a marca abandonasse os motores de combustão interna, servindo-se agora, única e exclusivamente, de motores elétricos que, para todo o caso, não se alteraram em características face à versão que chegou ao mercado com a nova geração em 2015. Ou seja, debaixo do pé direito do condutor estão 60 kW (82 CV) que lhe permite uma autonomia de de 159 quilómetros em ciclo NEDC e 133 quilómetros em WLTP no caso do EQ fortwo (ligeiramente inferiores no forfour).

Na condução, não se pode considerar que o fortwo esteja agora diferente do modelo que já se conhecia, uma vez que uma grande parte das renovações incidiram na estética exterior e na atualização tecnológica do interior. No entanto, os smart EQ mantêm a mesma ligeireza de condução, acelerando com vontade pelas avenidas urbanas, sem qualquer tipo de ruído ou emissões. Pelo menos, que sejam provenientes do motor, já que o ruído de rolamento nos pareceu algo elevado no curto trajeto fora da cidade de Valência num dia em que a tempestade Glória foi provocando o caos nalgumas zonas costeiras de Espanha.

Com os seus 160 Nm de binário, o fortwo EQ é rápido a ganhar ânimo para se movimentar na cidade, sendo também possível – e recomendável – jogar de forma frequente com o sistema de recuperação de energia da travagem para repor alguma energia para a batera de iões de lítio de 17.6 kWh, fornecida pela Deutsche Accumotive (subsidiária da Daimler), a qual é refrigerada por via de líquido. A marca afirma que a aceleração dos zero aos 60 km/h é de 4,8 segundos, parecendo, de facto, muito eficaz a arrancar. Contudo, face à sua tecnologia elétrica, os smart parecem agora mais devotos da cidade e menos aptos para quem quer fazer viagens mais longas, algo que os atuais proprietários dos modelos fazem amiúde.

Em termos de carregamento, os smart podem repor entre 10% e 80% da carga da bateria em menos de 40 minutos, graças a um carregador opcional de 22 kW. De série, recorre a um carregador de 4.6 kW. Numa tomada doméstica de 230 V, o smart pode carregar o suficiente para percorrer trajetos quotidianos (de zero a 80%) em cerca de seis horas, enquanto o recurso a uma wallbox de 7.2 kW pressupõe uma espera de 3,5 horas).

Os novos modelos à venda a partir de fevereiro estarão equipados já com uma nova unidade multimédia, com ecrã tátil de 8.0 polegadas e novas funcionalidades, incluindo a conectividade a uma aplicação smart EQ Ready que lhe concede novos atributos.

Os preços para o smart renovado começam nos 22.845€ para o smart EQ fortwo, passando pelos 23.745€ do forfour e terminando nos 26.395€ do fortwo cabrio, sempre na linha Passion. A linha Pulse acrescenta 605€ aos valores acima enquanto a linha de topo, Prime, aumenta em 930€ nos dois fortwo e em 1290€ no forfour.

Em suma

Os renovados smart, com foco maior no estilo e na tecnologia, permanecem fiéis a si mesmos, ou seja, divertidos de conduzir, ágeis e fáceis de manobrar nas grandes urbes. No entanto, agora fazem-no sem ruídos ou emissões decorrentes do motor de combustão interna, numa decisão assumida há já dois anos e agora efetivada. No entanto, fica a ideia de que estes smart de nova geração ficam agora algo confinados à cidade, embora seja também uma noção assumida.
smart EQ fortwo smart EQ fortwo cabrio smart EQ forfour
Motor/tipo Motor síncrono Motor síncrono Motor síncrono
Potência máx. (kW) 60 60 60
Binário máx. (Nm) 160 160 160
Consumo de corrente, ciclo misto (kWh/100 km), carregador de bordo de 4.6 kW 16,5-15,2 16,8-15,4 17,3-15,9
Consumo de corrente, ciclo misto (kWh/100 km), carregador de bordo de 22 kW 15,2-14,0 15,4-14,2 15,9-14,6
Emissões de CO2, ciclo misto (g/km) 0 0 0
Autonomia (km) 147-159 145-157 140-153
Aceleração 0-60 km/h (s) 4,8 4,9 5,2
Aceleração 0-100 km/h (s) 11,6 11,9 12,7
Velocidade máxima (km/h) 130 130 130

 


Tetris na mala

Uma das aplicações com funcionalidades reforçadas é a ‘Ready to Pack’, que é uma das tecnologias digitais lançadas agora e pensadas para facilitar a vida dos utilizadores. Neste caso, parece que a ideia é tornar o ‘tetris’ da arrumação de objetos na bagageira numa tarefa mais simples.

A aplicação ‘pactris’ já existe há três anos, ajudando os condutores a arrumarem as cargas na bagageira de forma mais eficiente. Recorre a um algoritmo que mostra ao utilizador durante uma compra se os pacotes que está a levar consigo irão caber na bagageira do smart e em que disposição. Particularidade interessante é de poder ler os códigos de barras através do smartphone, por exemplo, numa loja de móveis, indicando de que forma é que as caixas caberão – ou não – no smart. A função de realidade aumentada permite igualmente fazer scan de um objeto com a câmara do smartphone, indicando como caberá no veículo.

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