Audi A5 Sportback 2.0 TDI 150: Trabalhos manuais

25/01/2018

No caso deste A5 Sportback, a Audi volta a procurar uma solução elaborada e multifacetada através de linhas elegantes e desportivas que vão de braço dado com a maior competência nas suas habilidades familiares, mercê do espaço mais amplo no habitáculo e na bagageira mais competente.

Sem sair muito do usual, a Audi tem neste A5 Sportback um automóvel de belo efeito e de belo encanto, mostrando pose requintada e atlética devido à grelha ‘Single Frame’ da marca em conjugação com os faróis muito estilizados que promovem robustez, o mesmo adjetivo que lhe pode ser dedicado na zona da traseira, que segue de perto as linhas do coupé. Aqui, sempre uma questão de subjetividade, mas nada a apontar, verdadeiramente a este modelo alemão que mostra visual muito apelativo.

Qualidade acima de tudo

Por dentro, predomina a qualidade, sendo esse atributo percetível em diversos detalhes do habitáculo, tendo ainda uma construção de excelência e materiais de elevado nível, sobretudo na parte superior do tablier (esconde alguns plásticos rijos na zona inferior do túnel central, mas sempre de boa aparência). Para o condutor, a posição de condução é bastante boa e com boa visibilidade geral, sendo ainda simples de chegar a todos os comandos, mesmo os do sistema de infoentretenimento, que continua, no entanto, a parecer ‘plantado’ no topo da consola central. No geral, é difícil encontrar falhas num habitáculo em que se ‘viaja’ bem e à larga.

Aqui, avaliando aquela que é uma das mais-valias do A5 Sportback face ao A5 Coupé, o espaço interior sai muito beneficiado com esta carroçaria, que é 10 cm mais longa (4,73 m) e tem mais 60 mm na distância entre eixos face ao seu irmão (para os 2824 mm), mas que é também 2,1 cm mais comprido do que o Sportback de geração anterior. Além disso, é 10 cm mais largo e muito baixo (1,39 m), o que lhe dá aquele aspeto de coupé dissimulado que tanto sucesso tem clamado por parte dos clientes da marca. Uma vez mais com recurso à plataforma MLB Evo, que os modelos de maiores dimensões do Grupo Volkswagen têm vindo a utilizar, este A5 acaba por se destacar na habitabilidade traseira.

Quem vai atrás poderá beneficiar de muito espaço para as pernas e largura apreciável, conseguindo albergar três ocupantes com algum aperto e se descontarmos o túnel central que é intrusivo nos lugares posteriores (obrigando a algum esforço extra na passagem dos pés de um lado para o outro). Por outro lado, a linha do tejadilho muito desportiva limita de certa forma a altura do assento traseiro ao tejadilho, mas não se pode considerar, sequer, uma falha grave deste Sportback. Apenas os adultos acima dos 1,85 m terão maiores inconvenientes. Quanto à bagageira, muito interessantes 480 litros que permitem levar as malas e tralhas de férias, havendo ainda que contar com o benefício de um portão traseiro de grandes dimensões que, uma vez aberto, dá acesso a um espaço amplo e muito regular. Não consegue ser tão prático quanto uma carrinha, mas os 1.300 litros possibilitados pelo rebatimento dos encostos dos bancos traseiros traduzem ainda mais capacidade no transporte de bagagens. A tampa da mala tem acionamento elétrico e melhora a funcionalidade de um modelo que, enfim, tem boas cotas habitáveis e uma mala que não desaponta.

À mão e com facilidade

Mas o foco deste teste está no conjunto motriz, em que o motor 2.0 TDI de 150 CV de entrada na gama se alia à ‘boa velha’ caixa de velocidades manual de seis relações para uma experiencia mais… mecânica. Numa primeira abordagem, deve-se mencionar a enorme competência deste bloco turbodiesel que continua a estar à altura dos acontecimentos, denotando um enorme equilíbrio em termos de prestações, com boa elasticidade logo desde regimes muito baixos, e economia, sobretudo tratando-se de um modelo Diesel pensado para oferecer elevada eficiência. Sim, esta combinação não é pensada para ambições velocistas, mas é cumpridor e refinado: o exercício dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 9 segundos, o que comprova, de certa forma, a afirmação anterior.

Ainda assim, é decidido nas respostas, com os seus 320 Nm a mostrarem-se presentes logo às 1500 rpm, o A5 Sportback, podendo por isso ganhar ritmo com prontidão e evidenciar bons predicados também nas recuperações, embora nalgumas ocasiões, por mera comodidade de condução, seja preferível recorrer à caixa para ainda maior rapidez nas retomas.

Por outro lado, a caixa manual tem um manuseamento gratificante, com bom escalonamento de relações capaz de ajudar na contenção dos consumos, os quais são um ponto muito positivo deste motor, na medida em que é possível obter uma média real – com o nosso habitual método de 100 quilómetros divididos por 60 em cidade e 40 em autoestrada e vias rápidas sempre a velocidades legais – na ordem dos 5,2 l/100 km. Uma agradável competência que traduz também o elevado aprumo aerodinâmico da carroçaria e uma boa distribuição de peso.

É, pois, na condução que também reside um outro ponto forte do A5 Sportback nesta variante 2.0 TDI de 150 CV. Não é um modelo plenamente desportivo, mas consegue ter uma eficácia digna de registo numa variada amplitude de cenários, curvando de forma tão confiante e composta, como capaz de proteger os ocupantes do mau piso com enormíssima solidez. Havendo um ponto a destacar deste A5 SB, esse tem de ser a consistência de rolamento, na medida em que tanto está à vontade em estradas sinuosas, como a sua suspensão trabalha eficazmente na dissimulação do mau piso. Além disso, fá-lo com cuidada insonorização a bordo, naquela que é mais uma evidência de cuidado nos detalhes. Todavia, se é excitação que procura… olhe para outras paragens.

De notar que este Audi tinha o modo Dynamic Select (de série) com diferentes modos de condução – destacando-se os Efficiency, Dynamic e Auto – diferenciando parâmetros como a resposta da direção e do acelerador, bem como o funcionamento da climatização. No geral, não existe uma diferença tremendamente significativa entre eles, havendo notoriamente uma maior resposta do pedal do acelerador e um pouco mais de peso na direção no caso da opção pelo modo mais dinâmico. No modo Auto, deixa-se a gestão desses parâmetros à eletrónica do veículo, adequando cada um ao estilo momentâneo de condução.

Por fim, tratando-se da versão de entrada Diesel do A5 Sportback, tem um custo de base de 47.999€ (na versão denominada Base), embora seja preciso adicionar diversos equipamentos acessórios para que o conjunto fique ainda mais apelativo, como são os casos dos sistemas Audi virtual cockpit (instrumentação digital assente num ecrã de 12.3 polegadas, um ‘must’ em termos de funcionalidade e informação para o condutor) por 590€ ou a navegação MMI Navigation plus com o já mencionado ecrã de 8.3 polegadas controlável por comando na consola central, por 1555€. Na versão ensaiada havia ainda que contar com o pack Advanced (1480€), outra mais-valia que acrescenta sensores de estacionamento atrás e à frente, banco do condutor e do passageiro com regulação elétrica e revestimentos em couro sintético. Por outro lado, itens como o cruise control ou assistente de arranque em subida no leque de opcionais fazem pouco sentido…

VEREDICTO

Uma pose senhorial que na versão Diesel de base (150 CV) não desilude, desde que também não se pretenda uma prestação amplamente desportiva. Mesmo que um dos seus principais rivais seja interno na forma do A4, o facto é que o A5 tem um visual mais dinâmico e performance extremamente equilibrada, sobretudo através de um acerto que cumpre todos os seus objetivos de forma capaz, seja num percurso sinuoso (sem o brilhantismo de um desportivo, atente-se), seja por intermédio do amortecimento que isola os ocupantes das irregularidades mais densas.

O motor turbodiesel de 150 CV tem prestações adequadas para o modelo em questão, com elasticidade e pujança, valendo-se do facto de dispor de caixa manual com tato acertado e escalonamento bem concebido, mesmo que as duas últimas relações sejam mais longas para defender os consumos. Sobre estes, nota muito boa, pois a poupança que permite é muito boa, sendo possível rodar na fronteira entre os quatro e os cinco litros por cada 100 quilómetros. Em suma, se o visual refinado de falso coupé é a sua praia, este pode ser o modelo certo, atendendo a que a soma de todas as partes tem como resultado um modelo de elevadíssima competência.

FICHA TÉCNICA

AUDI A5 SPORTBACK 2.0 TDI 150 BASE ADVANCED

Motor: Diesel, quatro cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler
Cilindrada: 1968 cm3
Potência: 150 CV/3250 rpm
Binário máximo: 320 Nm/1500-3250 rpm
Suspensão Dianteira: Multibraços, independente McPherson
Suspensão Traseira: Multibraços, independente
Tração: Dianteira
Caixa: Manual, seis velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 9,0 segundos
Velocidade máxima: 219 km/h
Consumo médio (medido) em l/100 km: 4,2 (5,2)
Emissões de CO2: 109 g/km
Peso: 1545 kg
Bagageira: 480 litros
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4733/1843/1386
Distância entre eixos (mm): 2824
Preço base (ensaiado): 47.999€ (51.459€)

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