Publicidade Continue a leitura a seguir

Ensaio Nissan Navara: Nome de ‘guerra’ NP300

Nissan Navara
Navara breaks 50,000 sales barrier in Europe since winning International Pickup Award 2016
Navara breaks 50,000 sales barrier in Europe since winning International Pickup Award 2016
Nissan Navara

Publicidade Continue a leitura a seguir

É a pick-up que inspirou a nova Mercedes Classe X e é uma referência com mais conforto e estabilidade nas curvas do que nunca. A Navara, ou NP300, não tem o sex-appeal de versões mais premium, mas está aí para as curvas, dentro ou fora da estrada.

Frontier, Terrano, Navara ou NP300. Os nomes são diferentes – o primeiro só é usado nos EUA –, o modelo é só um. A Nissan Navara mais recente, como qualquer boa pickup dos tempos modernos, primeiro estranha-se, depois entranha-se.

Clichés à parte, as pick-up estão cada vez mais agradáveis e fáceis de conduzir e, embora o tamanho e o grau de atenção a estacionar seja diferente de um pequeno SUV, a facilidade de conduzir, o conforto a bordo e no andamento não são propriamente diferentes dos modelos da moda. Não é de agora que as pickups têm argumentos para todos os gostos, a moda já dura há uma década.

Mas vamos a uma pitada de história. A Navara nasceu em 1997 e vem de uma longa história da marca japonesa de modelos eficazes no todo o terreno. A outback australiano é exigente e a Austrália foi precisamente um dos mercados onde a Navara (por lá também se chama assim) fez sucesso desde os primeiros anos de vida. Desde a primeira geração que o modelo tinha características estéticas, como o uso de muito cromado e uma grelha de respeito. A segunda geração, de 2004, aumentou ainda mais a frente robusta e à americana da pickup da Nissan e manteve um sucesso global, dando também maior conforto ao modelo, que foi tendo cada vez mais equipamento e a ser cada vez menos “apenas” um veículo de trabalho, rude e sem grande conforto.

Estilo TT

Chegados a 2014, surgiu a terceira geração, que manteve a produção europeia em Barcelona e manteve o ar americano, embora com linhas tradicionais e que não são das mais modernas. Está feito para ser simples e ‘pau para toda a obra’.

Certo é que a Navara é uma referência, ao ponto de servir de base para a nova Mercedes Classe X ou da nova Renault – sim, a marca francesa tem uma pick-up com ar premium – Alaskan, que deve chegar em breve a Portugal.

A Navara é, assim, simples e muito ao estilo do SUV Qashqai no interior – bem melhor do que as primeiras gerações do modelo da marca japonesa. Não tem o luxo nem a atenção aos detalhes da Mercedes X, mas tem o preço a seu favor. A altura imponente dá uma dimensão rara à condução.

Não só temos melhor vista – é mesmo verdade –, como temos uma sensação de conseguirmos passar por tudo que apareça no caminho com ela. Nada de novo no mundo das pickups, mas é sempre bom lembrar as vantagens de um modelo destes.

O interior tem monitor tátil de sete polegadas, já típico na Nissan, não é brilhante, mas cumpre. Neste mundo das pickups que são mais do que veículos de trabalho há depois ar condicionado automático bizona, saídas para os bancos de trás, vidros traseiros escurecidos e câmara de visão traseira. Nada mau.

Conforto em alta

A segurança também não foi descurada: temos o chamado aviso de anticolisão com travagem de emergência e também sete airbags e distribuição eletrónica da travagem. Na hora de ir para o fora de estrada a Navara foi mimada com o útil diferencial eletrónico – ajuda bastante quando uma roda começa a perder tração (a ‘força’ é concentrada nas outras que têm tração).

É bem eficaz em obstáculos e a tração integral é, como já dissemos, uma referência. Não falta controlo automático de descida e assistência em subida. A geração mais recente distingue-se ainda por ter, em estreia absoluta, suspensões traseiras multibraços e molas helicoidais. O que é que significa? Mais conforto, estabilidade em curva (é mesmo
surpreendente neste capítulo) e eficiência fora de estrada do que as chamadas lâminas, que nunca foram exemplo de uma viagem confortável para uma pick up.

O motor que conduzimos foi o turbodiesel 2.3 de 160 cv (preço ronda os 27 mil euros com cabine dupla para cinco ocupantes), associado a uma caixa manual de seis velocidades (as relações curtas no início ajudam a controlá-la bem em todo o terreno) que cumpre as exigências de um veículo pronto para quase tudo. Também está disponível com 190 cv, com preço a rondar os 32 mil euros.

Os consumos não são o seu forte, mas não é difícil rondar abaixo dos 9 l/100 km numa utilização em asfalto e sem muita cidade – sobe, naturalmente, quando chegamos à terra e aos obstáculos mais intensos. Os rivais são a Ford Ranger, Toyota Hilux e Mitsubishi L200 (Strakar).

Em resumo, pode não ter o encanto e ‘sex-appeal’ da nova Mercedes Classe X, mas é uma referência que convence pelo preço (o preço base anunciado é de 23.500 euros, com três lugares e já algum equipamento), eficiência e também pela garantia de cinco anos ou 160 mil km.

João Tomé