A Opel continua a tirar grandes dividendos daquela que é mais recente geração do Insignia e, tal como já sucedeu na versão anterior, conta igualmente com uma variante mais campestre denominada Country Tourer, que na prática oferece à carrinha Insignia uma maior competência para trilhos longe do asfalto sem se transformar num profissional do todo-o-terreno.
Assim, a esta versão do automóvel de topo da Opel há que reconhecer, uma vez mais, o enorme esforço feito pela companhia de Rüsselsheim na redução do peso e na afinação geral de um chassis que é extremamente competente e de enorme agilidade em percursos sinuosos, sem nunca perder também a noção do conforto a bordo. Mas há muito mais para referir sobre este Insignia Country Tourer, a começar pelo seu estilo bem conseguido.
Se a carrinha tem já um aspeto apelativo e aerodinâmico, a versão de ‘calças arregaçadas’ não se lhe fica atrás. Na secção dianteira, destaque para a conjugação entre grelha e faróis, os quais contam com a temática da asa, a exemplo do que sucede na traseira. Também presentes estão as proteções inferiores da carroçaria e nas cavas das rodas, ao passo que na traseira há ainda espaço para duas saídas de escape delgadas que conferem à carrinha um efeito mais largo.
Por dentro, volta a merecer muitos elogios pela forma como os comandos principais surgem ordenados de forma racional na consola central, com o ecrã tátil a congregar muitas das funcionalidades, como as do sistema de áudio e de navegação, sendo de fácil leitura e de bom acesso para o condutor. Além da qualidade dos materiais com que é construído (mesmo com alguns plásticos ‘escondidos’ na zona inferior do tablier), não apresenta igualmente falhas na junção entre painéis, com este Insignia a destacar-se ainda pela habitabilidade de ótimo nível, quer em altura, quer em espaço para as pernas dos ocupantes dos bancos traseiros ou até mesmo na largura interior. Muita da responsabilidade nesta boa vivência a bordo recai no aumento da distância entre eixos, que é 92 mm mais longa do que na geração anterior.
Também com isso ganha a capacidade da bagageira, que ascende aos 560 litros na sua configuração normal de cinco lugares, mas que com o rebatimento dos encostos dos bancos posteriores (proporção 40/20/40) pode chegar aos 1665 litros, mais 130 litros do que a do anterior Insignia Country Tourer. Nota, igualmente, para a boa insonorização a bordo, havendo uma ausência notória de ruídos provenientes do exterior assim que se fecham portas e janelas.
Em termos de funcionalidade, a mala tem patamar de carga baixo, o que auxilia nas tarefas de carga-descarga, além de o pragmatismo estar também presente sob a forma do portão com acionamento elétrico, podendo também ser ativado por um simples movimento do pé sob o para-choques. Nem sempre responde à primeira, mas é uma ótima solução.
Na estrada e também fora
Graças a uma plataforma de baixo peso que tirou quilos a este modelo face à geração anterior e a uma afinação mais cuidada, a nova geração da Insignia é bem mais ágil e ligeira, sentindo-se isso na forma mais incisiva como a frente pode ser inserida em curva, com reações muito seguras que lhe dão um dinamismo digno de relevo. O aumento da distância ao solo em 25 mm pode, no limite, traduzir-se numa sensação de adornamento da carroçaria ligeiríssima, mas com o bom trabalho efetuado ao nível das ligações ao solo, esta versão da Insignia sente-se sempre composta em estrada, obedecendo com sensatez aos comandos da direção. Fora do asfalto, dá muito boa conta de percursos com alguns desníveis e declives sem exageros, mas para isso há ainda uma versão 4×4 com vetorização do binário (produzida pela GKN Driveline) que promete adequar-se muito mais a percursos de terra e lama.
mais: comportamento, insonorização, eficiência da mecânica diesel, equipamento de série.
Menos: alguns plásticos escondidos na zona inferior do tablier. posição de condução.
O aumento da agilidade e do seu dinamismo em percursos sinuosos não se fez às custas do conforto. O modelo mantém uma tónica muito forte na qualidade do amortecimento, filtrando muito bem as irregularidades, mesmo com as jantes de 18 polegadas. Nos pisos muitíssimo deteriorados, ou com depressões mais profundas num lado no que do outro, poderá sentir-se um pouco mais de firmeza, mas não a ponto de incomodar em demasia. O sistema Flex Ride com os modos ‘Normal’, ‘Tour’ e ‘Sport’ está presente, alterando os parâmetros da resposta do acelerador, a assistência da direção e o amortecimento, sendo bem mais apelativo de utilizar na solução mais desportiva sempre que o piso e a estrada se tornam mais serpenteantes, com o modo ‘Tour’ a trazer mais macieza no amortecimento e menor acutilância nas respostas.
Prestações com economia
No capítulo do motor, a marca aposta no 2.0 Turbodiesel de 170 CV para versão de acesso à gama entre os Diesel, mostrando fulgor e energia mais do que suficiente para a totalidade das ações que lhe são pedidas. Um dos grandes predicados deste bloco com injeção direta e turbo é a sua elasticidade, uma vez que os seus 400 Nm de binário estão disponíveis às 1750 rpm, mas bem antes disso já consegue firmar boas recuperações sem recurso constante à caixa manual de seis velocidades.
Sendo eficaz nas prestações (9,2 segundos dos zero aos 100 km/h são um bom cartão de visita), esta assume-se igualmente como a escolha mais acertada para quem procura um equilíbrio óbvio entre ritmo e economia de combustível, uma vez que obtivemos uma média de 6,6 l/100 km, mostrando pouco desvio face ao anunciado de 5,5 l/100 km.
Nota final para o equipamento – muito e variado – que compõe esta Insignia Country Tourer, como as jantes de 18”, o sistema de conectividade OnStar com diversos recursos associados como a chamada de emergência ou serviços de assistência em viagem (uma mais-valia ‘per se’), o sistema Opel Eye com deteção de peões, travagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção autónoma, alerta de colisão iminente e indicador de distância para o veículo da frente. Além disso, conta ainda com o evoluído sistema de iluminação de Matriz LED IntelliLux e com o sistema de conectividade IntelliLink 900 com navegação, sete altifalantes ‘premium’, ecrã tátil de 8.0” e tomada USB. Mesmo entre os opcionais, os preços parecem-nos ajustados. Assim, o custo desta versão Country Tourer 2.0 Turbo D Innovation, situado nos 47.390€, parece-nos perfeitamente ajustado, atendendo a tudo o que oferece e proporciona a quem vai a bordo.
VEREDICTO
Uma evolução notória a todos os níveis, aquele que é um dos melhores Opel de sempre fica mais competente em versão campestre, graças à maior altura ao solo (25 mm) e a um conjunto motor/caixa que lhe traz óbvios méritos na hora de aumentar o ritmo e no momento de reabastecer. Uma mescla de performance e de economia que faz desta versão uma escolha acertada. Por outro lado, a condução deu um grande passo em frente, estando a Insignia Country Tourer mais ágil e reativa, sem dificuldades na execução das trajetórias desejadas, obtendo ainda um nível de habitabilidade que se situa entre os melhores do segmento. Um dos modelos mais completos do momento, sobretudo quando se pensa em relação qualidade/preço.
FICHA TÉCNICA
OPEL INSIGNIA COUNTRY TOURER 2.0 TURBO D INNOVATION
Motor: Diesel, quatro cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler
Cilindrada: 1956 cm3
Potência: 150 CV às 3750 rpm
Binário máximo: 400 Nm às 1750-2500 rpm
Suspensão Dianteira: Multibraços, independente McPherson, adaptativa
Suspensão Traseira: Multibraços, independente, adaptativa
Tração: Dianteira
Caixa: Manual, seis velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 9,2 segundos
Velocidade máxima: 220 km/h
Consumo médio (medido) em l/100 km: 5,5 (6,6)
Emissões de CO2: 145 g/km
Peso: 1666 kg
Bagageira: 560-1665 litros
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5004/1871/1525
Distância entre eixos (mm): 2829
Pneus: 235/50 R18
Preço base (ensaiado): 47.390€ (51.190€)