Mercedes-Benz X 250d: Uma aposta ganha no mundo das pickups

O mercado das pickups apresenta previsões de crescimento que ronda, em termos mundiais, os 43% até 2026. Um segmento apetecível, a que a Mercedes não podia ficar alheia, aventurando-se a lançar a primeira pickup do segmento “Premium”, a X.

Aproveitando-se da sua parceria com o aliança Renault-Nissan para cortar nos custos e no tempo de desenvolvimento do novo produto, a marca alemã pegou na Nissan Navara/Renault Alaskan e tornou-a esteticamente (tanto exterior, como interiormente) um produto Mercedes, sendo que já está disponível na versão 350d 4MATIC, com motor de 3.0 litros e 258 cavalos. A versão ensaiada, a 250d, estava equipada com o motor 2.3 de cilindrada, de 190 cavalos e caixa automática de sete velocidades.

Usando o mesmo chassis da Navara, a X é 2 cm mais comprida (5,3 m), 2 cm mais alta (1,8 m) e 7 cm mais larga (2,1 m) e tem um inegável ar de requinte de produto “Premium”, com a estrela a dominar a enorme grelha de duas lâminas. Difícil perceber que debaixo daquela roupagem está uma Nissan.

No interior, domina o luxo da marca alemã, com os ventiladores circulares, o monitor multimédia colocado por cima e, na unidade por nós ensaiada (cedida pela Soc. Comercial C. Santos), bancos em pele, com os dianteiros ajustáveis eletricamente, e a parte superior do tablier em madeira. Viaja-se bem a bordo da X, embora se note que os acabamentos não estejam ao nível de outras propostas da marca da estrela, se bem que a montagem seja sólida, mais resistente aos “maus tratos” dos percursos fora de estrada, essencial num veículo com estas características.

Como é usual em veículos de fabricantes “Premium”, o “Diabo” está nos detalhes, ou seja, nos opcionais que, no caso do veículo ensaiado, fazem o preço chegar aos 69.046 euros, dos quais 16.366 euros correspondem a opcionais (e quase 20 mil a impostos…).

Só a linha de equipamento Power custa 5700 euros, contemplando faróis LED de alto desempenho, Keyless-Go, bancos dianteiros ajustáveis ​​eletricamente com apoio lombar, sistema automático de climatização Thermotronic, jantes de liga leve de 18 polegadas com um design de seis raios duplos pintados a negro, e luzes traseiras bicolores com tecnologia LED, entre outros detalhes. Como, por exemplo, uma pequena janela, no óculo traseiro, que é acionada eletricamente. Exclusivamente disponíveis para esta linha, são elementos de acabamento em madeira e em alumínio.

Onde se notam mais as raízes da X é na ausência de alguns espaços de arrumação a bordo. O compartimento no apoio de braços é complementado por dois porta-copos e a presença da alavanca da caixa automática na consola (e não na coluna de direção como é usual na Mercedes) bem como um travão de mão à “antiga” impede a existência de outros locais onde “despejar os bolsos”.

Comportamento exemplar

A Mercedes não se limitou a juntar elementos estéticos exteriores e um interior que faz jus à marca. Alterou, já vimos, algumas da medidas da Navara mas, mais importante, operou mudanças significativas na suspensão, sendo que à frente existem travessas duplas, aumentando a largura das vias em 70 mm. Atrás, o eixo traseiro, que dispõe de tecnologia multi-link, tem afinações diferentes e os travões são de disco.

Sabendo-se como, normalmente, o comportamento das pickups em vazio (ou mesmo com cinco passageiros) é peculiar, com uma traseira algo nervosa, esta X conduz-se com toda a serenidade em estrada e, fora dela, mantém todas as virtualidades da Navara, apesar de os ângulo de ataque serem ligeiramente piores.

Viajando com quatro passageiros, os 190 cavalos e os 450 Nm, disponíveis logo às 1500 rpm são mais do que suficientes para os 2.234 quilos de peso, embora a caixa de velocidade automática (um extra que custa 1400 euros) não nos tenha deixado grandes saudades, com hesitações nas subidas de relações e nas reduções.

As melhorias na insonorização tornam esta X mais de acordo com os padrões da marca e o trabalhar do motor não incomoda, nem em aceleração. Chegamos ao final dos pouco mais de 400 quilómetros de teste com o computador de bordo a marcar 10,3 l/100 km.

FICHA TÉCNICA
Mercedes X 250d
Motor: Diesel, 4 cilindros em linha
Cilindrada: 2298 cm3
Potência: 190 CV às 3750 rpm
Binário máximo: 450 Nm às 1500 rpm
Tração: Integral (AWD)
Caixa: Automática de sete velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 11,8 segundos (tração integral)
Velocidade máxima: 176 km/h
Consumo médio anunciado: 7.9 l/100 km
Emissões de CO2: 207 g/km
Peso: 2.234 kg
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5340/1916/1819
Distância entre eixos (mm): 3150
Preço base: 47.809 euros (a versão 220d, apenas com tração traseira, pode ser comprada a partir dos 38.126 euros)