A unidade ensaiada, que não será, seguramente a mais vendida da gama, oferece um motor 2.0, com 190 cavalos, 400 Nm de binário, caixa automática DSG de sete relações e a quinta geração do sistema Haldex, que transforma o Ateca num tração às quatro rodas apenas quando é necessário, chegando a transmitir 50% da potência para as rodas traseiras quando deteta perdas de motricidade.
Antes de analisarmos o desempenho dinâmico do Ateca, uma palavra para o espaço interior. O Ateca, apesar de utilizar a plataforma MQB (cuja modularidade permite a sua utilização em veículos do grupo VW de diferentes segmentos), é 12 centímetros mais curto que o seu “primo” VW Tiguan, que navega nas mesmas águas, embora as restantes medidas sejam bastante aproximadas.
O quinto passageiro vai um tudo ou nada mais apertado que os restantes companheiros de viagem (norma universal no mundo automóvel e raras vezes quebrada). Mas o bem estar a bordo é inquestionável e não nos cansamos nunca da luminosidade que o teto panorâmico permite. Em dias de Sol ajuda a alegrar um interior um pouco austero, quiçá germânico de mais. Ou seja, é solidamente acabado, utiliza materiais de qualidade (em especial nesta versão de topo), mas falta-lhe a alegria que a cor exterior desta unidade merecia.
A lição foi ergonomicamente bem estudada e está tudo à mão. Mesmo o monitor tátil está colocado numa posição elevada e consulta-se num rápido relance, sem necessidade de desviar muito os olhos da estrada.
Não se perde muito tempo à procura do local para deixar a chave de casa, o telemóvel, a carteira ou a garrafa de água e também não é necessário deixar muita bagagem em casa na altura das férias ou do fim de semana prolongado. Embora o sistema de tração às quatro rodas roube espaço à bagageira, continuam disponíveis 485 litros.Equipamento à prova de crítica
Nestas versões de topo poucas ou nenhumas falhas há a apontar, tanto mais que a unidade ensaiada dispunha de algum equipamento que é opcional, como o teto panorâmico, o Controlo Adaptativo do Chassis ou a Assistência à Condução Avançado Plus. Mesmo assim, e por gostarmos do sistema, assinalamos a falta do painel de instrumentos digital (disponível como opção). Mais do que uma lacuna da Seat, é mesmo uma preferência pessoal.
Mas o Ateca oferece a seleção da cor da luz ambiente, o sistema de deteção de ângulo morto, câmara de 360º e Assistente de Estacionamento Automático, jantes de liga leve de 19 polegadas, ar condicionado automático bi-zona, óticas em LED e abertura mãos livre da tampa da bagageira (basta passar o pé por baixo do para-choques).
Um nota para o diâmetro das jantes, que resulta esteticamente, mas que se faz pagar em conforto e no consumo.
Eficaz dinamicamente
Em estrada, o Ateca é convincente. Temos à nossa disposição os modos “Eco”, “Normal”, “Sport” e “Individual”, “Off-Road” e “Neve”. Todos afetam a resposta do motor, a consistência da direção e as reações do controle de estabilidade, a que acresce o Controle de Descida.
O primeiro ajusta-se bem a uma condução relaxada, no sentido em que não os obriga a estar constantemente a olhar para o ponteiro do combustível. Conseguimos, sem cuidados de maior, rolar em estrada com consumos de 5,7l/100km, a que somamos mais cerca de um litro em cidade.
No habitat citadino e rodando o seletor dos modos de condução para Normal, a resposta mais pronta do Ateca leva-nos, por vezes, a cometer ligeiros descuidos no acelerador, que se pagam na rapidez com que baixa o ponteiro do combustível. Ou seja, é fácil chegar ao emprego com perto de 8l/100km de média.
O modo Sport dispensa explicações, mas em estrada, que é onde deve ser utilizado com o devido cuidado, atira os consumos para perto dos 10 litros. Mas também eleva o prazer de condução para níveis insuspeitos num SUV e experimentámo-lo numa retorcida viagem entre Gouveia e Belmonte. Sempre rimando gozo com conforto dos ocupantes, que é quase como a quadratura do círculo. Mas o Ateca, pelo menos nas especificações da nossa unidade. Consegue-o.
O maior – e é grande – defeito do “nosso” Ateca Xcellence é mesmo o preço, pois ultrapassava os 50 mil euros (é possível comprá-lo, sem alguns extras que equipavam o nosso, por 48.109 euros).
FICHA TÉCNICA
Seat ATECA 2.0 TDI 190 CV DSG 4WD XCELLENCE
Motor: Quatro cilindros em linha
Cilindrada: 1968 cm3
Potência: 190 CV às 3500 rpm
Binário máximo: 400 Nm às 1750 rpm
Tração: Total
Caixa: Automática (DSG) de sete velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 7,5 segundos
Velocidade máxima: 212 km/h
Consumo médio anunciado (medido): 5,3 l/100 km
Emissões de CO2: 135 g/km
Peso: 1.589 kg
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4363/1841/1661
Distância entre eixos (mm): 2638
Preço (ensaiado): 51.000 euros
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