Numa solução relativamente simples, a Suzuki implementou nos seus modelos mais compactos uma fórmula ‘mild hybrid’, de micro-hibridação, que associa um pequeno motor elétrico ao motor a gasolina de 1.2 litros. Com muito espaço a bordo, o Ignis é uma boa surpresa pela combinação de fatores.

Já com alguns anos de presença no mercado, o Ignis revela carroçaria muito irreverente, com filosofia SUV misturada com a ideia de um citadino, o que lhe confere uma robustez inusitada. Por dentro, a construção simples e honesta mostra simplicidade, mas ao mesmo tempo robustez e ideia de boa durabilidade, com todos os comandos colocados em boa posição. Destaque para o muito espaço oferecido para quatro passageiros, sobretudo nos lugares traseiros, onde a amplitude para as pernas e a altura do banco ao tejadilho são atributos muito positivos no segmento.

Por outro lado, já numa norma do segmento, a largura é escassa a bordo. Muito boa, também, a capacidade da bagageira, com 260 litros disponíveis, o que é obra para um carro que mede apenas 3,7 metros de comprimento.

No compartimento do motor está uma solução micro-híbrida de 90 CV de potência combinada, que resulta de um bloco de 1.2 litros a gasolina e de um pequeno motor elétrico de 3 CV que ajuda nos momentos de arranque para assim gastar um pouco menos de combustível (ainda que a potência máxima não seja afetada pela presença da unidade elétrica).

Com uma força muito apreciável em arranque, o Ignis com esta solução permite-se a andamentos vivos dentro e fora da cidade, apenas necessitando de recurso mais frequente à caixa manual de cinco velocidades para as retomas fora de terrenos urbanos (apesar de ter um valor de binário muito aceitável para o segmento – 120 Nm). Dentro desta, o seu tamanho compacto e a energia em baixos regimes dão boa conta do recado. Mexe-se bem, portanto, este Ignis, com a vontade adequada para os ritmos do dia-a-dia.

O motor elétrico do Ignis nunca serve de meio único de locomoção, mas contribui para maior eficiência ao recuperar energia decorrente da desaceleração para utilização posterior em aceleração. A energia recuperada é armazenada numa bateria muito compacta de iões de lítio de 0.3 kWh de capacidade.
O sistema mild hybrid deste Ignis permite que o modelo seja poupado, mesmo numa utilização que não seja preocupada em demasia com os consumos. No final do nosso ensaio, uma média de 4,7 l/100 km é credencial que poucos conseguem igualar.

Na súmula de credenciais, o consumo é mesmo um dos seus melhores argumentos, já que é fácil obter médias abaixo dos cinco litros por cada 100 quilómetros, como foi o nosso caso, que obtivemos 4,7 l/100 km sem grandes preocupações com o andamento.

Dinamicamente, a maior altura ao solo (18 cm) e da própria carroçaria não indiciam propensão para ritmos muito altos, o que se compreende atendendo ao seu princípio urbano mais vincado. Ainda assim, denota boa agilidade e, em curva, apesar da inclinação da carroçaria, tem boa aderência e as suspensões fazem um bom trabalho a contrariar a física.

O modelo ensaiado (GLX) contava com o equipamento mais completo, com jantes de 16 polegadas, vidros elétricos à frente e atrás, botão de arranque, ar condicionado automático, bancos dianteiros aquecidos, cruise control, faróis com tecnologia LED, sistema multimédia com ecrã tátil de 7.0″ com ligação ao smartphone por Bluetooth e sistemas operativos Apple CarPlay e Android Auto e câmara de visão traseira, entre outros detalhes. Este volume de equipamento acaba por ajudar a explicar o preço da versão GLX, que é de 17.978€ (sem despesas administrativas e pintura metalizada), mas que a reboque de uma campanha da Suzuki, fica por 16.403€.

VEREDICTO

O Ignis é proposta muito competente no seu segmento, munindo-se de visual jovem e irreverente, interior espaçoso e bem construído para os padrões e com uma solução de motorização que admite elevada economia de utilização. Sem apontar grandes falhas a este modelo, o Ignis na sua versão 1.2 GLX apenas tem como pecadilho o seu preço que o afastará de uma maior base de ‘adeptos’. Mas, acaba por ser um mini-SUV urbanito com muitas virtudes se atendermos ao que oferece ao condutor e passageiros.

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