Ser SUV ou não ser, eis a questão! A esta dúvida a SEAT responde com duas opções distintas na aparência, mas semelhantes nos atributos técnicos. Arona e Ibiza são cara e coroa da mesma moeda, um optando por formato SUV e o outro por carroçaria mais convencional. Ambos receberam uma atualização recente, incidindo principalmente na tecnologia. Eis o que esperar de ambos com a motorização 1.0 TSI de 110 CV.

De uma assentada, a SEAT atualizou dois dos seus modelos mais importantes na Europa, o Ibiza e o Arona, recebendo mais e melhor tecnologia a bordo e equipamentos que complementam aquelas que são duas das melhores ofertas nos respetivos segmentos, além de serem pilares importantes nas vendas da marca espanhola – em conjunto, representam cerca de 40% do mercado da SEAT. O foco mantém-se inalterado: a juventude para a qual são direcionados, apelando a uma veia irreverente sem castigar a funcionalidade e o estilo.

O conceito-chave para ambos os modelos é de que não há uma revolução neste meio de ciclo, pelo que a estética apenas recebeu ligeiras alterações, tanto no Ibiza, como no Arona. Ambos recebem tecnologia LED para os faróis, novos para-choques (com destaque para os novos faróis de nevoeiro circulares no Arona), novas jantes de 17 e de 18 polegadas e designação do modelo ao estilo de escrita manual no centro do portão traseiro. Há ainda novas cores disponíveis para a carroçaria e novas opções de personalização no Arona.

As maiores novidades estão no habitáculo, com novos materiais que inspiram maior qualidade percebida e um reforço da vertente tecnológica, com painel de instrumentos digital de 10.25” (configurável) e de novas opções para o ecrã tátil central, com 8.25” de série ou 9.2” opcionalmente no sistema de infoentretenimento mais evoluído. Passa a ser possível a integração sem fios com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto graças à tecnologia Full Link, podendo também responder a comandos vocais para interagir com o automóvel nalgumas funções.

Ambos disponibilizam habitabilidade correta, com espaço suficiente para quatro adultos a bordo, não comprometendo no conforto, apesar de terem dimensões compactas (4059 mm de comprimento no caso do Ibiza, 4138 mm no do Arona). Na bagageira, o SUV revela-se mais funcional, com 400 litros de capacidade contra 355 do Ibiza.

Condução adulta

Ambos assentam sobre a plataforma MQB-A0 do Grupo Volkswagen, não tendo nesta atualização recebido qualquer tipo de novidade mecânica ou tecnologia de eletrificação. A ensaio, pudemos avaliar os dois modelos com o mesmo motor 1.0 TSI de três cilindros a gasolina, capaz de debitar 110 CV de potência e 200 Nm de binário máximo.

Porém, uma diferença importante: o Ibiza com caixa manual e o Arona com caixa automática DSG de sete velocidades. Sem ser abismal, a distinção faz-se sentir na condução, com o maior número de relações da caixa DSG a permitir uma maior disponibilidade aparente, sobretudo nas retomas. Ainda assim, na essência, ambos têm desempenhos similares, com respostas rápidas e recuperações lestas que se traduzem numa condução competente e desenvencilhada para dentro e fora da cidade. Boa nota também para a insonorização e refinamento, não evidenciando pela sonoridade a arquitetura mecânica de três cilindros durante o funcionamento.

Também em excelente nível a qualidade de rolamento e a precisão na condução. Ambos oferecem um pisar de boa categoria, rivalizando mesmo com propostas do segmento acima. Ainda assim, destaca-se ligeiramente o Arona pelo seu carácter autoritário que, graças à maior altura ao solo, supera com notória qualidade as irregularidades do mau piso, não comprometendo o dinamismo em curva, numa combinação que merece elogios. O Ibiza, também envolvente em percursos sinuosos, assume-se como uma das propostas de referência no segmento B, no qual os Ford Fiesta, Renault Clio e Volkswagen Polo são outros modelos a ter em conta.

Também nos consumos os dois ficam muito equivalentes, mas aqui a vantagem ligeira vai para o Ibiza com caixa manual, com os valores oficiais a decretarem 5,1 l/100 km de média para este contra os 5,9 l/100 km do Arona com caixa DSG, algo que este ensaio duplo comprovou de certa forma – o Ibiza gastou 5,9 l/100 km, enquanto o Arona retribuiu média de 6,4 l/100 km, com os equipamentos e jantes a ajudarem a explicar a diferença face aos valores homologados.

Nota ainda para o reforço ao nível do equipamento – sobretudo, no que toca à segurança, passando a incluir tecnologia Travel Assist (opcional), que permite condução semi-autónoma em determinadas condições, bem como o Lane Assist, que mantém o veículo centrado na faixa, ou o assistente de luzes de máximos.

Quanto aos preços, o Ibiza é ligeiramente mais acessível, arrancando nos 18.049€ na versão Reference (a versão ensaiada Xcellence tem um custo de 21.787€), ao passo que o Arona começa nos 19.927€ (com a unidade testada Xperience a ter um valor de 26.727€). Enfim, um duelo familiar em que ambos esgrimem argumentos válidos e muito similares, mas que o condutor poderá decidir com base… na emoção do estilo.

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