O Focus é, tradicionalmente, um dos modelos mais bem-sucedidos da Ford, mantendo a sua competência geral na atual geração, a qual recebe uma atualização de meio de ciclo destinada a torná-lo mais apelativo, sobretudo na vertente tecnológica, além de merecer também algumas mexidas estéticas com vista à criação de uma maior diferenciação entre cada nível de equipamento na gama.
A versão ST-Line X é uma das que ganha maior especificidade, com um visual desportivo bem vincado inspirado na linha ST, traduzindo-se neste caso na aplicação de um novo capot, grelha dianteira redesenhada com o logótipo a passar para o seu interior, jantes especiais de 18 polegadas e novos para-choques, tanto à frente, como atrás. Aqui, destaque para o spoiler e para os farolins com tecnologia LED, não faltando até um difusor integrado no para-choques para um visual mais desportivo. A iluminação LED é também aplicada nos grupos óticos principais, na dianteira, recebendo neste caso a possibilidade de adaptação do feixe de máximos de forma automática.
A nível tecnológico, o grande destaque vai para as mudanças no habitáculo. O painel de instrumentos passa a ser digital e variável na sua apresentação gráfica, com o condutor a tirar partido ainda de sistema head-up display, que projeta as principais informações no para-brisas.
Adicionalmente, o Focus sobressai pela inclusão de um novo ecrã tátil no tablier com 13.4”, a partir do qual é possível controlar a mais recente geração do sistema de infoentretenimento SYNC4. Menus e interação simplificados são características deste sistema, que é ainda compatível com os sistemas operativos Android Auto e Apple CarPlay sem fios.
Os comandos da climatização foram retirados da sua posição anterior, na consola central e adicionados ao leque de funcionalidades passíveis de serem controladas pelo ecrã tátil, mas a Ford facilita a sua utilização durante a condução pelo facto de que não estão inseridos em submenus, mas sim na parte inferior do ecrã. O facto de ser um ecrã de grandes dimensões ajuda sobremaneira na sua utilização durante a condução, embora o controlo da temperatura, por exemplo, não seja ideal.De resto, ambiente desportivo também à vista, como é o caso do volante com pele perfurada, alavanca da caixa específica, bancos com contornos reforçados do corpo e boa qualidade dos materiais a nível geral (pese embora sejam evidentes os plásticos duros na área inferior e atrás), valorizando-se também os pespontos vermelhos no interior para reforçar a nota desportiva. Em ambiente muito bem construído e de enorme robustez, vale a pena também salientar o espaço mais do que suficiente para quatro adultos, graças à amplitude disponível para as pernas nos lugares posteriores e na altura do assento ao tejadilho. O formato das portas traseiras exige alguma atenção no momento da sua abertura, sob pena de acertamos em nós próprios com a parte superior, bem mais ‘esticada’.
Já a bagageira está na média do segmento, com 392 litros: competente e com formas regulares.
Respostas à altura
A Ford volta a confiar – e com boas razões – no seu motor 1.0 EcoBoost de três cilindros e, neste caso, surge associado a tecnologia de eletrificação ‘ligeira’ (mild hybrid) sob a forma de um motor de arranque/gerador por correia que consegue debitar 11.5 kW/16 CV de potência e 50 Nm de binário adicionais em caso de necessidade nas acelerações ou a fundo ou nas recuperações. Nas travagens e desacelerações, armazena energia cinética numa bateria compacta de iões de lítio.
O Focus é assim um modelo que agrada a um leque bastante vasto de condutores, mas sobretudo àqueles que procuram uma opção extremamente equilibrada entre consumos moderados e prestações desenvoltas e dinâmicas, muito por ‘obra’ da ajuda do pequeno sistema elétrico, mas também de uma caixa manual de seis velocidades com ótimo tato.
A moderação nos consumos permite-lhe obter valores não muito altos, situando-se geralmente na faixa dos 6,0 l/100 km: no caso do nossa ‘volta’ de teste de 100 quilómetros, com autoestrada, estradas nacionais e trajetos urbanos, obtivemos um valor de 6,2 l/100 km, com bom desempenho igualmente do sistema start-stop, que melhora a satisfação da condução.
Nota, apenas, para alguns momentos em desaceleração em que, por inerência do efeito de regeneração, parecem existir alguns pequenos solavancos, que não prejudicam o conforto geral, mas que são percetíveis ao condutor.
O comportamento dinâmico é aquele que a Ford já nos habituou, com um chassis muito bem calibrado, fazendo pender a balança um pouco mais para o lado desportivo, com direção firme e suspensão desportiva, mas que não compromete grandemente o conforto a bordo. Sabendo-se desta sua aspiração e característica, é justo afirmar que há concorrentes mais confortáveis.
No lado dos opcionais desta versão, destaque para as jantes de 18″ de estilo ‘Katana’ (508€), os faróis adaptativos LED antiencadeamento (966€), o tejadilho panorâmico (1117€), o sistema Head-Up display (457€) ou o Pack Exterior ST-Line com pedais em alumínio, embaladeiras, pinças de travão pintadas e spoiler de grandes dimensões (457€).
VEREDICTO
O Focus mantém-se como um dos concorrentes mais competitivos do segmento C, aliando uma excelente qualidade geral à faceta mais desportiva da sua condução, que neste caso é ainda reforçada pela versão ST-Line X, que acentua os elementos de índole desportiva.
O motor 1.0 EcoBoost na sua configuração de 155 CV impressiona pelas suas capacidades, sobretudo atendendo a um bloco de pequena cilindrada, mas que tem vindo a ser evoluído ao longo dos anos e ao qual a vertente eletrificada de 48 V adiciona facilidade de utilização. Eclético e equilibrado, este Focus continua a ser facilmente recomendável para as pequenas famílias.
Prestações e suavidade do motor
Consumos moderados
Dinamismo de condução
Qualidade geral
Vertente tecnológica
MENOS
Formato das portas traseiras
Firmeza pode não agradar a todas as famílias
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AVALIAÇÃO | |
Qualidade geral 9 | |
Prestações 9 | |
Espaço 8.5 | |
Segurança 9 | |
Condução 9 | |
Consumos 8 | |
Preço/equipamento 8.5 | |
8.7 PONTUAÇÃO GERAL |