Apostando numa linha diferente de requinte, a DS Automobiles tem vindo a demarcar-se no segmento dos automóveis Premium, impondo-se com credenciais como o estilo vincadamente singular, as tecnologias avançadas, o conforto de primeira linha e uma fundamental vertente de eletrificação. Os mais recentes dignitários desta família de requinte francês são os DS4 e DS9, que ‘empurram’ a jovem marca gaulesa para novos patamares e para outras ambições.

Sendo uma marca ainda jovem pelos cânones tradicionais da indústria automóvel, a DS Automobiles (DS, para simplificar) aposta num estilo diferente de requinte, valorizando características como a qualidade dos materiais, na apresentação tecnológica e na competência das ferramentas tecnológicas do grupo Stellantis.

Fiéis representantes desta premissa, os novos DS4 e DS9 assumem-se como pedras basilares para materializar a estratégia de eletrificação no ‘velho continente’, sendo por esta via também que a marca tem vindo a crescer em quota de mercado e nas vendas: na Europa, 37% das vendas são eletrificadas, enquanto em Portugal o peso é muito maior, assumindo já 61% das vendas.

Além disso, nos híbridos plug-in (PHEV), o condutor português utiliza, em média, o modo elétrico sem emissões durante 78% do tempo no seu dia-a-dia, representando uma das taxas mais elevadas da Europa.

Porém, o cenário já traçado dita que o ritmo da eletrificação na DS é para acelerar, com todos os novos lançamentos a partir de 2024 a serem 100% elétricos. Os atuais modelos com motor de combustão manter-se-ão até ao final do seu ciclo de vida, findo o qual os seus sucessores serão apenas elétricos.

Filosofias partilhadas

Ambos os modelos têm por base a plataforma EMP2 e ostentam a nova linguagem estética da DS, com um visual que se apresenta agressivo e elegante em igual medida, graças a destaques como a grelha dianteira, os faróis com tecnologia LED e assinatura diurna com 150 díodos, os farolins traseiros LED com efeito de escamas ou os diversos elementos cromados que surgem espalhados pela carroçaria.

Caberá ao DS4, compacto de segmento C Premium, a tarefa mais relevante para sustentar o crescimento da marca francesa nos tempos mais próximos, tratando-se de um novo modelo totalmente desenvolvido com vista aos novos padrões de condução, conforto, tecnologia, segurança e emissões zero num dos segmentos mais importantes.

Já o DS9, partilhando os mesmos ideais, procura uma expressão suplementar de requinte premium para o mercado das berlinas executivas, com pormenores tão singulares como a divisória cromada no capot (que a marca apelida de ‘Clous de Paris’), as luzes indicadoras de mudança de direção na parte superior do óculo traseiro e as jantes de grandes dimensões, situando-se como a epítome do conforto francês.

Para o interior há uma abordagem ainda mais cimeira, com abordagem semelhante nos dois modelos em termos de construção e qualidade dos materiais, sobressaindo pela grande presença de couro, pelos acabamentos ‘Clous de Paris guiloché’ e pelo ponto ‘pérola’ para os acabamentos.

A nível tecnológico, os dois novos modelos da DS demarcam-se ainda pela ampla oferta de tecnologias avançadas, como o head-up display de nova geração, amortecimento DS Active Scan Suspension (opcional no DS4 e DS9, exceto no DS9 Performance Line+) ou ecrã central tátil de grandes dimensões que surge alicerçado no mais recente sistema multimédia, com navegação em tempo real, Android Auto e Apple CarPlay, bem como outras funcionalidades.

Poder de escolha (ainda) a valer

Até ao momento, a DS continua a primar pela filosofia de poder de escolha alargada em termos de motorizações, mas o foco já assumido para o futuro é o da eletrificação, naquela que é uma afirmação muito relevante em termos de redução das emissões poluentes no segmento Premium.

Ainda sem versões 100% elétricas para os DS4 e DS9, a eletrificação assume a forma dos híbridos plug-in (PHEV). Sob a denominação E-Tense, o DS4 surge com motorização de 225 CV resultante da combinação de um bloco 1.6 PureTech de 180 CV com um motor elétrico de 110 CV (81.2 kW), sendo este alimentado por uma bateria de iões de lítio de 12.4 kWh.

Além dessa versão, este compacto surge ainda com versões de motor térmico ‘puras’ nas formas do 1.2 PureTech de 130 CV, 1.6 Puretech de 180 CV e de 225 CV e, como única opção Diesel, o motor 1.5 BlueHDi de 130 CV.

Em contraste, o topo de gama DS9 surge apenas com versões PHEV de 250 CV e de 360 CV (esta sob a égide Performance Line+). Apesar das semelhanças entre si, a versão DS9 E-Tense de 360 CV diferencia-se grandemente ao adotar um motor elétrico traseiro de 113 CV (83 kW) que se junta ao motor 1.6 PureTech de 200 CV e ao motor elétrico dianteiro de 110 CV para oferecer assim tração integral (4×4). Também a bateria difere na capacidade: o híbrido de menor potência tem 15.6 kWh, contra os 11.9 kWh do mais potente.

Num percurso pelas zonas de Arraiolos e Alqueva, o DS9 Performance Line+ mostrou a sua postura mais desenvolta em termos de prestações, com uma perceção muito nítida de que o conforto e a segurança na condução estão habilmente fundidas. Ao voluntarismo das acelerações, fomentadas pelos dois motores elétricos, o DS9 de 360 CV sobressai também pelo chassis e pela suspensão Ative Scan (com a câmara dianteira a ler o piso adiante e a adaptar a suspensão de forma antecipada) que lhe vale um conforto exemplar sem lhe roubar a estabilidade elevada na passagem em curva e reações muito fidedignas ao volante.

Já o modelo de 250 CV tem menores propensões desportivas, mas não deixa de ser um companheiro de estrada rigoroso no conforto, buscando um maior equilíbrio entre prestações e autonomia elétrica mais extensa (até 67 quilómetros de autonomia entre carregamentos).

Tanto o DS4, como o DS9 dispõem de equipamentos abundantes, com diversos ambientes e estilos disponíveis, refletindo também no preço algum desse posicionamento estatutário de requinte gaulês tantas vezes reclamado: o primeiro inicia os seus preços nos 30.980€ (1.2 PureTech 130 EAT8 Bastille+), enquanto o segundo ‘arranca’ nos 62.100€ (E-Tense 250 Performance Line+).

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