A SEAT aprimorou aqueles que são dois dos seus modelos mais importantes à venda na Europa, o Ibiza e o Arona. Ambos partilham a plataforma e a grande maioria dos componentes, surgindo agora bastante diferentes no exterior, mas sobretudo no interior, demonstrando que é a juventude que é um posto. Mais tecnologia de conectividade e mais equipamento em modelos que chegam ao mercado este verão.
Aliás, quando se pensa em juventude, importa reter que a SEAT é, de acordo com a marca, a porta de entrada para o Grupo Volkswagen, com um índice de conquista de 50%, concretizando a ideia de uma marca plena de juventude e irreverência. Em conjunto, Ibiza e Arona representam cerca de 40% das vendas da SEAT.
Começando pelo Ibiza, este é um ícone da marca, tendo sido durante muito tempo o mais vendido da companhia espanhola, com um acumulado de aproximadamente seis milhões de unidades vendidas ao longo dos seus 37 anos de existência (nasceu em 1984). Já o Arona assume-se atualmente como o pilar fundamental para o crescimento da SEAT a par dos restantes SUV, o Ateca e o Tarraco. Em apenas quatro anos, o modelo vendeu 400 mil unidades, o que é representativo do sucesso.
Para descobrirmos o que mudou, o Motor24 foi ao País Basco, mais concretamente a Bilbau, onde o verão azul não passou de mito nos dois dias de apresentação, com chuva e baixas temperaturas para a época em questão.
De Ibiza…
Sob o conceito de que houve aqui uma evolução exterior, mas uma revolução interior, os responsáveis da SEAT destacaram que a preocupação foi apenas proceder a mudanças ligeiras na estética exterior, aplicando a maioria das novidades no interior. Assim, o Ibiza conta com iluminação com tecnologia LED de série, três novas opções de jantes de liga leve (duas de 17” e uma de 18”) e a designação ‘escrita’ à mão na traseira, no centro do portão da bagageira para um toque mais cativante e elegante. Além disso, também o logótipo da SEAT foi retocado, surgindo agora em dois tons com acabamento cromado. O exterior passa também a poder receber nove tonalidades, duas das quais inteiramente novas, as azuis ‘Sapphire Blue’ e ‘Asphalt Blue’.O maior esforço foi aplicado no interior, com a escolha de novos materiais, com a adição de revestimento macio ao toque na totalidade da parte superior do tablier, e de melhoria do elemento tecnológico. No global, apresenta um desenho interior mais jovem e dinâmico, sendo o destaque o ecrã central em posição elevada com dimensão de 8.25” de série (anteriormente, era de 6.5”) e de 9.2” em opção, resultando mais fácil de observar e de manusear. Crucialmente, mantiveram-se os comandos físicos para a climatização.
Uma vez atrás do volante – que também é novo, em ‘Nappa’, de série nos equipamentos Xcellence e FR –, o condutor tem à sua disposição o painel de instrumentos digital de 10.25” para o sistema Digital Cockpit, que pode ser personalizado com diferentes modos. Aplicaram-se melhorias igualmente nos acabamentos, com detalhes interiores iluminados em LED, como as saídas da climatização do lado do passageiro e do condutor (para os níveis Xcellence e FR). A versão FR tem cor encarnada ‘Daring Red’, enquanto a Xcellence aposta na tonalidade ‘Burgundy’. Já as versões Style e Reference revelam cor ‘Mel’, ou seja, amarelado.
As dimensões não se alteraram, como seria de esperar para uma atualização de meio de ciclo de produto, pelo que também a bagageira se mantém com 355 litros de capacidade (reduzindo-se para os 262 litros da versão a gás comprimido TGI).
…A Arona
Mudança temática, a variante Xcellence passa a denominar-se Xperience, salientando uma dimensão mais robusta para fora de estrada, ainda que não apresente diferenças de maior. Por fim, a personalização mantém-se como uma mais-valia face ao Ibiza, permitindo que os clientes escolham três cores distintas do tejadilho (Midnight Black, Magnetic Tech e Candy White) em relação à carroçaria para um design contrastante.
Por dentro, as mesmas mudanças tecnológicas de digitalização foram as mesmas do Ibiza, pelo que há novos revestimentos, com maior qualidade, e novos ecrãs disponíveis para o sistema de infoentretenimento e de instrumentação, com as exatamente as mesmas dimensões que as descritas no caso do Ibiza.
Entre as poucas diferenças no interior estão as luzes das saídas de climatização, com a ‘Daring Red’ para o FR e a verde ‘Aran Green’ para a Xperience, mantendo-se amarelada ‘Mel’ para os Style e Reference. A capacidade da bagageira é maior do que no caso do Ibiza, com 400 litros nas versões a gasolina e de 282 litros no TGI.
Tecnologia reforçada
Porém, na tecnologia, a marca apostou em força (em ambos os modelos), com a maior novidade a ser a integração sem fios dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto ao abrigo da tecnologia Full Link. Dispondo de um cartão eSIM integrado, a navegação com informações de trânsito online está prevista, assim como informações de parques de estacionamento ou de preços de combustível. A interação com o veículo a partir dos comandos vocais – usando a expressão ‘Hola!’ (ou ‘Olá’, à portuguesa…) – foi também melhorada, permitindo dessa forma efetuar alguns comandos a sistemas de Ibiza e Arona sem que o condutor tenha de retirar as mãos do volante.
Ao nível da segurança, reforçou-se a lista de sistemas de assistência à condução, acrescentando aos já conhecidos Cruise Control Adaptativo (ACC), reconhecimento de cansaço do condutor e Front Assist, a tecnologia Travel Assist, que permite condução semi-autónoma em determinadas condições, bem como o Lane Assist, que mantém o veículo centrado na faixa. O sistema de reconhecimento de sinais de trânsito foi igualmente incluído. O sistema Side Assist também auxilia nos processos de mudança de via de trânsito, tirando partido dos radares traseiros que vigiam o ângulo morto até 70 metros para trás. O assistente de luzes de máximos foi igualmente acrescentado.
Motores sem mexidas
Sendo uma mudança de meio de ciclo e tendo estes modelos por base a plataforma MQB A0, ou seja, a mais compacta, seria difícil contar com tecnologia eletrificada para os renovados Ibiza e Arona. Assim, tirando desde já essa questão do caminho – não há modelos eletrificados nas novas gamas –, os dois modelos mantêm a gama de motores que já é conhecida. De acordo com os responsáveis da marca em Bilbau, estes são os “motores que os nossos clientes pedem”. Sabia-se também que o Diesel já não fazia parte da lista pelo que apenas teremos no mercado Ibiza e Arona com motores a gasolina (MPI e TSI) e a gás natural (TGI).
No Ibiza, o leque de potência varia entre os 80 CV e os 150 CV, enquanto no Arona o mesmo leque varia entre os 90 CV e os 150 CV.
A opção mais potente é a 1.5 EcoTSI de 150 CV e 250 Nm, acoplada unicamente à caixa DSG de sete velocidades, ganhando na eficiência pela tecnologia de desativação de dois dos quatro cilindros (ACT) em condução sem carga no acelerador. Este sistema funciona até aos 130 km/h, independentemente da velocidade engrenada pela caixa automática de dupla embraiagem.
Por fim, o gás natural continua a ser um combustível importante para a SEAT, com a tecnologia TGI a ser aplicada com o motor 1.0 de três cilindros de 90 CV, que permite uma redução das emissões de CO2 em cerca de 25% quando comparado diretamente com um motor a gasolina equivalente.
Note-se que no Arona, a versão de entrada é a 1.0 TSI de 95 CV, não havendo motorização 1.0 MPI disponível, acrescentando-se então depois o motor 1.0 TSI de 110 CV com caixa manual ou automática e a versão TGI de 90 CV.
Por fim, alguns dos parâmetros de funcionamento do motor e de climatização podem ser ajustados de forma diferente a partir dos modos de condução (SEAT Drive Profiles), com quatro modos diferentes: ‘Eco’, ‘Normal’, ‘Sport’ e ‘Individual’.
Os preços ficarão em linha com os dos atuais modelos, mas não estão ainda finalizados, sendo preciso esperar um pouco mais para se ficarem a conhecer os custos dos renovados Ibiza e Arona.
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.