O Avenger, enquanto modelo de entrada no universo elétrico da marca, reveste-se de elevado significado para a Jeep. Com 4,08 metros de comprimento, o Avenger está posicionado num patamar análogo ao do Renegade, embora este seja ligeiramente maior (existem 16 cm de diferença entre ambos).
Mas, além de ser o primeiro elétrico da Jeep, este SUV foi também o primeiro a ser desenvolvido com a Europa em mente. Face a isto, a ambição da marca é chegar a um leque de clientes mais amplo, pertencente a uma faixa etária mais jovem, urbana e ‘piscando o olho’ também ao público feminino.
Embora tendo por base a plataforma adaptada e-CMP do Grupo Stellantis, a Jeep procedeu a um trabalho de desenvolvimento específico, com cerca de 600 componentes específicos para este modelo, procurando incutir-lhe um cunho muito próprio. Todo o trabalho da marca passou por três pilares: o design, a capacidade e a tecnologia.
No ponto do design, a Jeep aponta que houve uma atenção muito particular ao design funcional, criando um modelo astuto com aspetos interessantes como os protetores de carroçaria a toda a volta para impedir riscos na carroçaria, mas também com grupos óticos retraídos numa medida que representa um ganho potencial de 1000€ no caso de pequenos toques ou riscos no trânsito…
Adicionalmente, o interior obedece a um imperativo de aproveitamento do espaço, com vários locais de arrumação para um total de 34 litros (com destaque para o compartimento entre os bancos, no tablier e nas portas), cinco lugares e bagageira com 355 litros de capacidade, a que se junta uma tampa da bagageira elétrica com abertura mãos-livres e bocal com um metro de largura. Há ainda bancos em pele para maior conforto e tejadilho panorâmico, para fornecer maior luminosidade a bordo. Não obstante, também notamos, desde já, que existem muitos revestimentos em plástico duro nas portas e tablier, o que está em linha com o segmento em que se insere o Avenger. Tudo robusto, no entanto e com ótima aparência.Quanto às capacidades, a Jeep promete a mesma competência fora do asfalto que a de outros modelos da marca, com ângulos de ataque e ventral de 20″, ângulo de saída de 32″ e distância ao solo de 200 mm.
Na vertente da tecnologia, há um novo sistema de infoentretenimento a bordo, assente em ecrã tátil de 10.25″, painel de bordo digital (que pode ser de 7.25” ou de 10.25”) e diversos assistentes à condução. A marca manteve botões físicos para o controlo da climatização ou para os modos de condução, facilitando dessa forma a sua utilização durante a condução.
Novos componentes
Tirando partido do novo motor elétrico M3 de 115 kW/156 CV de potência e 260 Nm de binário, o Avenger assume uma autonomia combinada (WLTP) de 400 quilómetros, podendo mesmo atingir os 550 quilómetros no ciclo urbano WLTP. O consumo médio WLTP anunciado é de 15.4 kWh/100 km.
Sempre com tração dianteira, o Avenger dispõe de diferentes modos de condução (Select Terrain) e controlo de velocidade em descida. Os modos de condução propostos são ‘Eco’, ‘Normal’, ‘Sport’, ‘Sand’, ‘Mud’ e ‘Snow’, sendo que cada um tem atuação distinta consoante o foco. Como exemplo, registe-se que a potência máxima (os 156 CV) apenas está disponível no modo ‘Sport’, sendo que o modo ‘Eco’ traz consigo uma limitação muito evidente da potência e do binário em favor de uma maior autonomia.
Em Portugal há já 350 encomendas concretizadas, das quais 250 foram da 1st Edition, que surgia bastante recheada no nível de equipamento. Para o mercado nacional, a Jeep terá três níveis de equipamento (de base para o mais equipado): Longitude, Altitude e Summit, sendo que a versão de base já conta com jantes de liga leve de 16″, luzes LED, sistema multimédia de 10.25″ e sensores traseiros, entre outros itens. Já a versão Summit tem lista aumentada com jantes de 18″, carregador wireless e luzes interiores ambiente, além de outras comodidades e tecnologias.
Os preços da gama começam nos 39.700€ do Avenger Longitude, passando pelos 41.700€ do Altitude e terminando nos 43.700€ do Summit.
CONTACTO: Eletrificar o sonho europeu
A chegada a Portugal do novo Jeep Avenger procura consolidar o posicionamento da marca americana em solo europeu, ao ser um modelo desenvolvido com este continente em mente e atendendo às contingências da eletrificação, que estão a ser mais aceleradas na Europa do que na América. Pegando em muitos dos componentes fornecidos pelo Grupo Stellantis, como a plataforma, o novo Avenger alia a tradicional robustez e irreverência da Jeep à despreocupação com as emissões poluentes.
Com uma posição de condução bastante boa, aproximada à de uma berlina mais baixa, o Avenger transmite, em primeiro lugar, uma sensação de robustez, a que se junta uma boa ergonomia com a presença dos comandos mais importantes junto da mão do condutor, até pela aplicação de comandos físicos na consola central.
De resto, a estreia de um novo motor elétrico com 115 kW/156 CV de potência auxilia sobremaneira nas prestações, com este modelo da Jeep a oferecer prestações muito lestas mesmo no mais equilibrado dos três modos disponíveis, que oferece apenas 100 kW de potência regra geral. Mas o Avenger permite desembaraçar-se comodamente tanto no trânsito urbano, como em vias rápidas, sendo que no modo ‘Sport’ é aquele em que oferece as sensações mais desportivas.
O consumo mostrou-se até abaixo das expectativas, com um valor de 15.6 kWh/100 km, o que até fica em linha com o valor anunciado pela marca americana para este modelo (15.4 kWh/100 km), atendendo ao facto de não termos recorrido a uma condução particularmente atenta com foco na economia.
Com direção a oferecer uma boa resposta e segurança nas passagens em curva, o Avenger revela que a sua vivência em estrada é também muito competente, enquanto as capacidades fora de estrada ficam asseguradas pelos modos dedicados de condução, como o ‘Sand’ ou o ‘Snow’, que atuam sobretudo na forma como a potência é entregue e no controlo de tração.
Em suma
O novo Avenger enverga o estatuto de Carro do Ano Europeu de 2023 e este primeiro contacto revela que a sua eleição não foi despropositada, revelando-se um produto altamente equilibrado e muito em linha com aquilo que os condutores da Europa apreciam: boas prestações, estilo irreverente e convincente, comportamento envolvente e um compêndio tecnológico bem composto.
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