Ferrari F8 Spider: Evolução da espécie com 720 CV

A Ferrari mantém a cadência acelerada de introdução de novos modelos e apresenta agora o F8 Spider, a versão descapotável do F8 Tributo, recorrendo a um sistema de tejadilho rígido retrátil bastante compacto que acaba por marcar o desenho deste modelo.

O F8 Spider é o mais recente exemplar de uma linhagem de descapotáveis V8 que se iniciou em 1977 com o 308 GTS, sendo posicionado como um modelo menos extremo do que o 488 Pista Spider, mas mais desportivo do que o 488 Spider, o qual substitui na gama. Face às evoluções sofridas, o motor V8 tem mais 50 CV do que o 488 Spider, com este novo desportivo a ser igualmente 20 kg mais leve. Além disso, é apenas 20 kg mais pesado do que o mais extremo 488 Pista Spider.

A unidade V8 deste modelo tem uma cilindrada de 3902 cc capaz de debitar 720 CV às 8000 rpm, com um binário máximo de 770 Nm às 3250 rpm. Conta com uma nova linha de admissão derivada diretamente do 488 Challenge, com as tomadas de ar transferidas dos flancos para a traseira, localizadas em cada um dos lados do spoiler superior. A marca italiana explica que essa medida permite uma redução drástica das perdas de eficiência e assegura uma melhoria do fluxo de ar para o motor, assim incrementando a potência.

Por outro lado, o sistema Adaptive Performance Launch analisa a motricidade na aceleração e utiliza a eletrónica para otimizar o binário e a sua entrega perante as condições do piso, reduzindo assim as derrapagens ao mínimo. Noutro sistema, a Ferrari aplica a estratégia de Gestão Variável do Binário (Variable Torque Management) para todas as mudanças, com curvas de entrega de potência suaves e consistentes em cada relação de caixa. Só a motorização é 18 kg mais leve do que a do 488 Spider, recorrendo a materiais como o titânio para a cambota, bielas ou o volante do motor, elementos nos quais se reduziu a inércia em 17%.

As condutas de escape derivadas do 488 Challenge contribuem para uma outra redução de 9,7 kg no peso do motor, havendo também novo formato do sistema de escape para produzir uma sonoridade distinta para este descapotável. Como não poderia deixar de ser, na era da eficiência, recorre a um filtro de partículas de gasolina (GPF).

A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em apenas 2,9 segundos e dos zero aos 200 km/h demora impressionantes 8,2 segundos. A velocidade máxima é de 340 km/h.

Sendo mais eficiente em termos aerodinâmicos, o F8 Spider conta também com a evolução de diversos sistemas eletrónicos associados à condução, como o Side Slip Angle Control, que ajuda a controlar os drifts de traseira e que já vai na versão 6.1. No mesmo campo, nota para a nova versão do Ferrari Dynamic Enhancer (FDE+), que pode ser ativado no comando Manettino do volante em posição ‘RACE’,

Já o desenho, levado a cabo pelo Centro de Estilo Ferrari, presta uma homenagem simbólica ao motor V8, destacando-se elementos aerodinâmicos como o S-Duct numa ampla área da secção dianteira, embora seja na traseira que se encontram enormes diferenças, como o spoiler totalmente redesenhado, sendo agora mais largo e envolvente, baixando visualmente o centro de gravidade do carro e permitindo o regresso dos grupos óticos duplos circulares, honrando o legado do 308 GTB. O tejadilho retrátil demora apenas 14 segundos na sua operação (seja a colocar, seja a retirar), podendo ser ativado até aos 45 km/h. A marca conseguiu uma distribuição de peso na ordem dos 41,5% à frente e 58,5% atrás.