Marca da oval azul avisa: mosquitos e todo o tipo de insetos ameaçam o bom funcionamento dos sistemas de navegação nos carros autónomos!

Dependendo da zona e estação ano em que viaja pode encontrar todo o tipo de insetos colados ao para-brisas, capot e matrícula do seu carro. Não é bonito, nem saudável para a pintura do automóvel. Mas nada que uma limpeza a fundo não resolve. Efeito mais nefasto terá para os veículos autónomos, porque este tipo de sujidade ameaça o bom funcionamento das câmaras, radares e sensores que são os “olhos” de todo o sistema.

A Ford, marca com vasta experiência na investigação na área da condução autónoma, concluiu mesmo que os insetos são grande inimigo da tecnologia. «Os sensores dos carros autónomos trabalham constantemente para oferecer a melhor imagem possível do mundo e um inseto pode afetar seriamente essa capacidade», diz Venky Krishnan, supervisor do Núcleo de Sistemas de Veículos Autónomos da Ford nos Estados Unidos. «Por isso, dedicamos uma quantidade inacreditável de tempo para pensar sobre essas criaturas no desenvolvimento dos veículos autónomos», explicou.

No centro de pesquisa da marca da oval azul, testaram-se variadíssimos cenários para aferir a eficiência dos sistemas quando expostos a agentes exteriores como a poeira, os excrementos de aves e até a simulação de chuvas torrenciais sobre as lentes das câmaras dos sensores do automóvel. Mais: os engenheiros do fabricante desenvolveram mesmo um “lançador de insetos” para avaliar o impacto negativo nos sensores a alta velocidade. «Toda essa pesquisa colocou dúvidas à nossa equipa: não seria muito mais fácil simplesmente evitar que os insetos atinjam os sensores?», referiu Venky Krishnan.

Mais de 50 patentes depois… o “anti-mosquitos”

Para solucionar o problema, a Ford registrou já cerca de 50 patentes de sistemas estruturais e de limpeza de carros autónomos. O dispositivo que denomina de «tiara» é a primeira linha de defesa dos sensores, com ranhuras que criam uma cortina de ar para desviar os insetos das lentes. «Esse método mostrou-se muito eficiente, desviando a maioria dos insetos dos sensores. E estávamos salvando vidas (de insetos)!”, brincou Krishnan.

Solução que não é 100% eficaz, levando a equipa de técnicos da Ford a desenvolver um sistema adicional de limpeza, com aspersores que borrifam líquido para lavar a lente, sem que o sensor deteta este tipo sujidade. E, depois da lavagem, um jato de ar para secar muito rapidamente a lente.

O sistema “anti-mosquitos” da Ford já equipa a terceira geração de veículos autónomos da marca, em testes nos Estados Unidos.