Motivada pela sua ambição de optar sempre por um caminho diferente, a Mazda lança agora em Portugal o MX-30, uma variante híbrida plug-in daquele SUV elétrico, mas que tem como grande diferença a opção por um motor Wankel, comummente denominado de rotativo, para servir de extensor de autonomia, acabando assim com qualquer tipo de ansiedade associada.

A marca japonesa continua a ser acérrima defensora do princípio ‘Crafted in Japan’, honrando dessa forma a tradição verdadeiramente japonesa de respeito pelas suas tradições. Fá-lo com base em três pilares: a dedicação (com todo o esforço e empenho associado), a precisão e o rigor que são empregues no processo de desenvolvimento dos veículos e, por último, o foco no ser humano para facilitar o trabalho do condutor.

Ao defender esses pilares e as suas raízes, a Mazda acredita que existem múltiplas soluções para um fim – a neutralidade carbónica -, com a opção escolhida para o MX-30 e-Skyactiv R-EV a ser um ótimo exemplo de um desenvolvimento aturado com uma vertente técnica que obrigou a maior empenho.

O desafio da tradição

Já com o MX-30 elétrico no mercado desde 2021, a marca decidiu recorrer aos préstimos de um motor de combustão como extensor de autonomia, mas com uma particularidade: voltou ao conceito de motor Wankel, cuja tradição na marca de Hiroxima é bastante longa. Com efeito, os mais atentos à história da Mazda lembrar-se-ão do icónico 787B que venceu as 24 Horas de Le Mans de 1991, inscrevendo assim de forma indelével o seu nome na história da prova de resistência francesa.

Com recurso a uma plataforma desenvolvida desde o início para múltiplas soluções de motorização, o MX-30 e-Skyactiv R-EV é um plug-in que depois tem um apoio do motor térmico, mas no qual este último nunca move as rodas. Ou seja, existe apenas para alimentar a bateria de tração e movimentar as rodas.

Desenvolvido para ser eficiente e ter menos peças, logo menos sujeito a desgaste com peças móveis, o motor Wankel tem 830 CC de cilindrada, com 55 kW/75 CV de potência, um valor discreto porque o interesse foi criar um motor apenas para servir de fonte de energia estacionária.

O motor de tração continua a ser o elétrico de 125 kW/170 CV de potência, enquanto a bateria tem capacidade reduzida, agora de 17.8 kWh, o que lhe permite ao Mazda oferecer uma autonomia em modo elétrico de 85 quilómetros (110 quilómetros em ciclo urbano). Mas, graças ao Depósito de gasolina de 50 litros, a autonomia combinada total é de 600 quilómetros. As emissões têm um valor de apenas 21 g/km de CO2.

Já o carregamento tem por base um carregador de bordo de 11 kW, o que numa tomada trifásica CA permite repor de 20 a 80% do estado de carga em cerca de 50 minutos ou carregar totalmente a bateria em cerca de uma 1h40. Admite ainda carga rápida de 36 kW para repor de 20 a 80% em cerca de 25 minutos. Noutra nota, Pode fornecer energia a utensílios externos.

Tal como na variante 100% elétrica, conta igualmente com patilhas no volante para diferenciar a regeneração.

Dispõe de modos de condução ‘Normal’, ‘Electric’ e ‘Charge’, sendo que a marca indica que este último é apenas para utilizar em situações limite ou em que seja mesmo necessário carregar a bateria em andamento para utilização posterior do veículo em modo elétrico. Regra geral, o modo normal faz a gestão automática do carregamento da bateria caso seja necessário e privilegia a total eficiência de andamento.

De resto, tecnicamente nada se altera, havendo porém algumas diferenças estéticas relacionadas com a opção pelo motor de combustão, como a representação gráfica do rotor (que serve de êmbolo na câmara de combustão) representado nos encostos de cabeça dos bancos, nos tapetes e na carroçaria. A cortiça de origem portuguesa mantém-se no interior, bem como o esquema de portas ‘suicidas’ para facilidade de acesso aos lugares traseiros (com abertura das dianteiras e traseiras num ângulo perto dos 90°).

Num modelo em que os benefícios fiscais jogam um papel importante para o seu futuro desempenho comercial, o Mazda MX-30 e-skyactiv R-EV tem um preço base de 40.927€ (versão Prime-Line), com a estrutura de preços a ser praticamente idêntica à do MX-30 elétrico, mas com o custo acrescido entre 900€ e 1400€, decorrente do acréscimo dos componentes e dos respetivos impactos da fiscalidade de um modelo que passa a ter motor de combustão interna.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.