McLaren Senna: Quanta tecnologia neste ‘transformer’ pensado para as pistas

05/04/2018

Com um nome tão forte, o McLaren Senna teria de ter pergaminhos muito elevados para lhe corresponder. A marca de Woking não deixou os seus créditos por mãos alheias e idealizou um hiperdesportivo com motor V8 bi-turbo de 850 CV e 800 Nm de binário, em que, mais do que a potência pura, todo o conceito gira em torno da sua utilização em pista.

A marca prossegue, por isso, o seu desenvolvimento em circuito, mais concretamente, na pista sul-africana de Kyalami, na qual a Fórmula 1 e Ayrton Senna passaram pela última vez em 1993 – então pilotando um Mclaren-Ford V8 -, revelando agora uma parte desses ensaios em vídeo.

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Este novo automóvel, que não é um sucessor direto do P1 mas que se encaixa também na Ultimate Series, é apelidado pela marca britânica como seu carro de estrada mais extremo de sempre, desenvolvido com o foco na pista, mas também com homologação para estradas públicas.

A inspiração na competição é visível em elementos como a construção do chassis e carroçaria em fibra de carbono, com um peso em ‘seco’ de apenas 1198 kg, beneficiando por isso de toda a sabedoria retirada da competição automóvel ao longo dos últimos anos. Aerodinamicamente, adota um formato muito específico, trabalhado para proporcionar elevados níveis de carga aerodinâmica em pista. Dispõe de elementos aerodinâmicos ativos à frente e atrás que permitem variar a resistência ao ar para assim melhorar a sua eficácia quando pilotado em circuito.

Impressionante é também a asa traseira de grandes dimensões, que remete para os modelos que competem nos circuitos mundiais. Note-se que este elemento tem ajuste automático, podendo posicionar-se de forma a conseguir o nível mais adequado de carga aerodinâmica em cada momento. Em virtude disso e da compressão das molas em altas velocidades, a McLaren garante que este é um carro que elimina virtualmente todo o rolamento da carroçaria.

Relação peso/potência extraordinária

Para um modelo desta envergadura, a McLaren optou por um motor V8 bi-turbo de 4.0 litros associado a caixa automática de sete velocidades, sendo os 800 CV de potência e 850 Nm de binário máximo entregues ao eixo traseiro. As prestações são, por isso, extremas. Os 0 aos 100 km/h cumprem-se em cerca de 2,5 segundos e uma velocidade de ponta superior aos 320 km/h são credenciais que evidenciam uma relação peso/potência de 668 CV/tonelada.

Este Senna conta com uma evolução do sistema de suspensão do P1, o mesmo equivale a dizer que dispõe de suspensão com triângulos duplos e amortecedores adaptativos, associados a barras anti-rolamento que a McLaren designa de RaceActive Chassis Control II. Ou, para abreviar RCC II.

Também o sistema de travagem é específico para este modelo, argumentando mesmo que é o “mais avançado” alguma vez feito para um carro de produção em série, com discos em carbocerâmica. Tudo em nome da performance máxima, assim como o conjunto de pneus, uns Pirelli PZero Trofeo R criados especificamente para este modelo e que pode ser utilizado na estrada e na rua.

Volante desportivo de três raios, despido de botões, e um painel de instrumentos simples e sem grandes devaneios criativos completam o ambiente interior muito focado no universo da competição, sendo a única exceção o ecrã tátil central.

Tudo vendido

Este McLaren Senna tem produção limitada a 500 unidades, com um preço inicial no Reino Unido de 750.000 libras (850 mil euros na Europa, sem impostos). Como usualmente acontece com estes modelos muito especiais, as unidades destinadas à produção já estarão todas reservadas, com o último dos modelos disponíveis vendido em leilão – numa estranha inversão de procedimentos já que o modelo ainda não fora lançado – por uma módica quantia de 2 milhões de libras. Os lucros dessa unidade reverteram para o Instituto Ayrton Senna.

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