O novo Renault Master foi eleito Furgão do Ano Internacional de 2025, tendo esse galardão sido entregue na abertura do Salão de Veículos Comerciais e de Transportes (‘IAA Transportation’), em Hannover, na Alemanha.
Texto: João Ouro
O respetivo prémio foi alcançado através da votação de um painel de jurados especializados, em representação de 25 países, tendo sido valorizado o facto da gama Master recorrer a diversos tipos de motorizações, desde versões térmicas (Diesel dCi) a elétricas (EV), além da nova alternativa a hidrogénio (H2-Tech), esta última disponível a partir do próximo ano.
Graças à plataforma modular, à melhor aerodinâmica e às dimensões acima do antecessor, o novo Master foi valorizado em toda a linha pelo referido júri – ‘International Van of the Year’ (IVOTY) –, destacando-se ainda pelas diversas funcionalidades tecnológicas.
O prémio IVOTY já foi atribuído ao Master II em 1998, tendo o Trafic II vencido em 2002, enquanto o Kangoo Z.E. (100% elétrico) ganhou em 2012 e o Kangoo Van III em 2022.
Para a Renault, o momento é, de facto, muito especial, uma vez que juntou este ano os prémios de Carro do Ano Europeu (Scénic E-Tech 100% elétrico) e, agora, o de Furgão do Ano Internacional, algo que não sucedia, em simultâneo, há 27 anos.
Os jurados do ‘International Van of the Year’ (IVOTY) destacaram várias qualidades do novo Master, tais como o design e a própria aerodinâmica, além da tecnologia, facilidade de utilização (compatível com carta B; carga útil de até 1625 kg) e eficiência, apontando ainda o espaço, a segurança e o conforto.
A gama contempla 20 tipos de carroçaria e cerca de 20 transformações oficiais (em fábrica), sendo proposta uma carga útil de até 2,4 toneladas e volumes de carga entre 11 e 22 m3, existindo versões de tração dianteira e traseira. De acordo com a Renault, o modelo tem o maior comprimento de carga da classe e o melhor acesso ao nível da largura nessa zona.
Em Portugal, a gama é proposta com 4 motores Diesel Blue dCi (105 cv, 130 cv, 150 cv e 170 cv; desde 42.930 € para o dCi 105 cv), contando também com a versão 100% elétrica E-Tech de 87 kWh (a partir de 67.150 €, autonomia de até 460 km; cargas rápidas CC até 130 kW; ‘wallbox’ de 22 kW CA, neste último caso com 4 horas de carga, dos 10% aos 100%). Há um único nível de equipamento transversal a toda a gama – advance –, e, no início de 2025, estará disponível uma versão com caixa automática de 9 velocidades. Mais tarde, existirá também uma versão E-Tech com uma bateria de 40 kWh e até 200 km de autonomia.
‘Aerovan’ a hidrogénio
Em 2025 – provavelmente só a partir do 2.º semestre –, o modelo contará com uma proposta a hidrogénio, designada por Master H2-Tech, capaz de atingir 700 quilómetros de autonomia (WLTP) e necessitando apenas de 5 minutos para abastecer na totalidade. Esta variante manterá uma capacidade de carga inalterada face às versões a combustão e elétrica, num portefólio com inúmeras configurações de carroçaria. A conceção é desenvolvida pela Hyvia, numa parceria estratégica criada entre o grupo Renault e a Plug, empresa dedicada à mobilidade a hidrogénio.
A arquitetura multimédia e o ‘software’ integrado reunirão dados relativos à gestão da autonomia e do consumo, tratando-se, ao mesmo tempo, de um dos furgões mais eficientes da categoria, cuja resistência aerodinâmica (CdA) foi reduzida em 20% face ao antecessor – daí o apelido ‘Aerovan’.
O novo Master a hidrogénio surge num contexto mais realista para utilização diária no setor profissional, mais até do que as anteriores propostas da Renault, sem perda de capacidades úteis ao nível do transporte de carga, sendo que a marca pretende avançar com estações de serviço (próprias) dedicadas ao abastecimento. Na Europa, aliás, até ao final deste ano, é previsível que existam, no total, cerca de 200 estações de H2.
«Não, não estamos a ir depressa demais! Acreditamos que é a ‘velocidade certa’», diz Sébastien Crochemore, vice-Presidente Sénior da Renault VCL (veículos comerciais ligeiros). E acrescenta: «os clientes não se focam só no preço. Há outros fatores, como a melhoria da logística e a rapidez de processos (…), poupando-se tempo».
No novo Master H2-Tech – produzido na fábrica de Batilly, perto de Metz (França) –, os depósitos de hidrogénio estão integrados no chassis e a pilha de combustível (fabricada em Flins) atinge 47 kW, enquanto a bateria adicional de 20 kWh (recargas até 11 kW) assegurará melhor eficiência e estabilidade de todo o sistema, aproveitando-se também a energia cinética das desacelerações e das travagens. Há duas opções de tanques de H2 (da Forvia e da Opmobility), a saber: as versões L2 e L3 com uma capacidade de 7,5 kg, além da L3 com cinco reservatórios e 9 kg no total.
O protótipo apresentado no ‘IAA Transportation’, em Hannover, prefigura a versão de produção a comercializar, como já se disse, a partir de meados de 2025 no Velho Continente, tendo como ‘cartão de visita’ a melhor autonomia anunciada para a categoria dos grandes furgões com emissões zero: de até 700 km.
Tal como as versões Diesel e 100% elétrica, a opção H2-Tech também está apta para várias utilizações e/ou transformações, incluindo variantes furgão, ‘plancher’ e/ou chassis-cabina, entre outras, além de adaptações para ambulância ou modelos com caixas-frigorífico, por exemplo.