O Spectre, o primeiro elétrico da Rolls-Royce, concluiu a fase de ensaios no Círculo Polar Ártico, cumprindo a primeira fase do seu desenvolvimento a baixas temperaturas para garantir que cumpre os pergaminhos da conceituada marca britânica.

Diversos protótipos de desenvolvimento do Spectre foram levados até à região sueca de Arjeplog, perto do Círculo Polar Ártico, para testes de certificação de componentes a temperaturas que variam entre os -26º C e os -40º C, sendo este o primeiro passo de cada novo modelo lançado pela Rolls-Royce. No total, serão cumpridos 2.5 milhões de quilómetros em todo o mundo, com esta fase na Suécia a representar apenas 25% do valor ambicionado.

De acordo com a marca, existem várias razões para submeterem os seus novos modelos a estes extremos, sendo o mais óbvio o de verificação de que todos os componentes cumprem os seus objetivos iniciais a baixas temperaturas, sendo então uma base de aprendizagem para corrigir aquilo que é detetado como pontos menos positivos. Todos os componentes têm de cumprir com planos de requinte e refinamento, como por exemplo, as borrachas das portas, os compostos dos revestimentos e os adesivos de diversos componentes da carroçaria.

O desempenho destes elementos pode variar, bem como a eficiência de outros sistemas, como os de aquecimento, ventilação ou de refrigeração. Paralelamente, a Rolls-Royce usa estes testes no gelo como forma de aprimorar os sistemas motrizes, nomeadamente os sistemas de gestão eletrónica e de gestão do motor.

Ao serem conduzidos em superfícies de baixa aderência, deliberadamente desestabilizando o Spectre, os engenheiros da Rolls-Royce procuraram melhorar a dinâmica do veículo tanto a baixas como a altas velocidades. Tudo isto pode ser revisto e melhorado localmente, servindo também como base de aprendizagem para melhoria de componentes e de interação geral entre sistemas.

Programa de testes personalizado

O Spectre, enquanto primeiro modelo elétrico da Rolls-Royce, cumpre um programa de desenvolvimento específico, criado à medida das exigências. “A extraordinária missão de ensinar o Spectre a pensar e a comportar-se como um Rolls-Royce vai cobrir 2.5 milhões de quilómetros, que é uma simulação de mais de 400 anos de utilização para um Rolls-Royce. Hoje, posso confirmar que 25% dessa jornada está completa e que os resultados cumpriram as nossas expectativas mais ambiciosas”, afirmou o CEO da marca, Torsten Müller-Ötvös.

Outro dos patamares relevantes de desenvolvimento do novo Spectre passa pela referida interação de sistemas e de sistemas, com este modelo a apresentar uma abordagem inédita naquilo que é denominado pela marca como a ‘escola’ da Rolls-Royce. Sendo o modelo mais conectado da história da marca, o Spectre exibe uma componente de inteligência complexa que tem de ser integrada e interligada.

Um dos resultados mais notórios em termos de engenharia está no aumento da extensão da cablagem utilizada: dos cerca de dois quilómetros utilizados nos atuais Rolls-Royce, o novo Spectre prevê um aumento para sete quilómetros de extensão na cablagem, tendo também uma capacidade superior de tratamento de dados.

“Refinar a motorização totalmente elétrica que serve de base ao Spectre desafia a própria definição de engenharia. O afastamento dos motores de combustão interna permite-nos aumentar significativamente o poder de processamento dos nossos componentes individuais e criar uma Inteligência Descentralizada. Referimo-nos a esta era sem precedentes, na qual beneficiamos de eletrónica multi-controlo, multi-canal e altamente conectada e de uma arquitetura elétrica, como ‘Rolls-Royce 3.0’”, refere Mihiar Ayoubi, diretor de engenharia da Rolls-Royce Motor Cars, mostrando-se confiante de que o Spectre será capaz de encapsular todas as exigências da marca.

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