O setor automóvel altera-se a um ritmo cada vez mais intenso, pelo que as marcas vão adaptando a sua estratégia a uma velocidade igualmente veloz. Para a Skoda, há pontos fundamentais que já não podem ser ignorados, como as alterações comportamentais na sociedade, cada vez mais consciente das alterações climáticas, ou a própria tendência de eletrificação, que está a ela associada.
Neste sentido, a marca checa prepara a sua mudança gradual para uma gama 100% elétrica, ainda que seja notória a existência de mercados a “diferentes velocidades em termos de resposta aos automóveis elétricos e à sua adoção”, como reconhece Björn Kröll, Diretor de Marketing de Produto na Skoda, que veio a Portugal para revelar um pouco mais do rumo a seguir pela companhia.
“Até 2026, os nossos novos modelos puramente elétricos irão satisfazer as necessidades de um vasto leque de clientes já que iremos oferecer soluções à medida dos mesmos em diferentes segmentos. É a forma que encontrámos para dar aos nossos clientes os meios para explorar o mundo com estilo – de forma sustentável, segura e confiante, com produtos que incorporam o ADN da marca e simultaneamente representem a nossa nova linguagem de design ‘Modern Solid’”, referiu Kröll, na apresentação do plano estratégico aos jornalistas, na Estufa Fria, em Lisboa.
Do ‘small’ ao ‘XL’: o roteiro dos elétricos
Até 2026 estão previstos diversos lançamentos, dos quais quatro serão elétricos e ainda dois modelos atualizados da família Enyaq, prevendo a oferta de seis modelos elétricos até àquela data. Isso não quer dizer que os automóveis com motor de combustão saiam de cena, por enquanto, recebendo ainda algumas evoluções para se tornarem mais eficientes, sobretudo por intermédio de sistemas híbridos plug-in de nova geração, os quais terão autonomia sem emissões superior a 100 quilómetros e possibilidade de carregamento rápido. Porém, a sua preponderância será cada vez menor, com a Skoda a antecipar que em 2030 cerca de 70% das suas vendas pertençam a automóveis elétricos.Além dos Enyaq e Enyaq Coupé, que deverão ser atualizados em 2025 em linha com a nova linguagem de design ‘Modern Solid’, a Skoda planeia introduzir quatro novos veículos elétricos, com o ‘Small’ a ser um modelo SUV de entrada com preço em redor dos 25 mil euros (preço indicativo), para o segmento SUV A0 (plataforma MEB Small), seguido pelo ‘Compact’, SUV compacto que terá por designação Elroq (nome definitivo), o ‘Combi’, como carrinha versátil, e o ‘Space’, que é a versão de produção do concept Vision 7S. Finalizado este plano de ‘ataque’, a Skoda terá investido um total de 5.6 mil milhões de euros em mobilidade elétrica até 2027.
O primeiro a chegar ao mercado será o ‘Compact’, o Elroq, com cerca de 4,5 m de comprimento, dimensões exteriores compactas e um interior espaçoso e prático. O Elroq será o sucessor exclusivamente elétrico do Karoq, em 2025. Nesse mesmo ano será revelado o futuro modelo de entrada de gama, conhecido internamente por ‘Small’, sob a forma de um SUV elétrico de cerca de 4,10 m de comprimento para tornar a mobilidade elétrica mais acessível. O preço apontado ronda os 25.000€.
Também em 2025, o Enyaq e o Enyaq Coupé irão receber uma atualização e adotarão a nova linguagem de design ‘Modern Solid’, inicialmente apresentada no Vision 7S. Os modelos Enyaq iV foram os primeiros veículos Skoda baseados na estrutura Modular Electrification Platform (MEB) do Grupo Volkswagen e como tal têm sido emblemáticos da nova era de mobilidade elétrica da marca.
Estética ‘Modern Solid’, uma nova faceta
Transversal aos novos modelos 100% elétricos a lançar pela Skoda será a adoção da linguagem de estilo ‘Modern Solid’, que pretende transmitir características que definem o ADN da marca: robustez, funcionalidade e autenticidade.
Esta ideia percorre os ideias de simplicidade moderna no design, funcionalidade elevada na utilização do automóvel e autenticidade nos valores, apelando a novos condutores/clientes que tenha uma abordagem diferente do quotidiano, nomeadamente em torno de maior experiência dos tempos livres na natureza e da vida familiar. A Skoda define estes seus novos clientes de “exploradores contemporâneos” com um traço comum: a vontade de explorar novos caminhos.
A marca checa tem ainda em conta quatro outras características para o design ‘Modern Solid’, nomeadamente a necessidade de um automóvel aerodinâmico, ‘mainstream’ (generalista), ‘estradista’ e moderno. Kröll define esta nova fase da Skoda como uma estratégia com novos ideais de propósito, novos clientes, novo posicionamento e novo visual.
Em destaque, o novo sistema PHEV de segunda geração será mais evoluído, chegando com as novas gerações do Superb e do Kodiaq, previstas para chegarem ao mercado no início de 2024, mas também com os renovados Octavia, Kamiq e Scala. Aliás, pertence à Skoda a tarefa de desenvolvimento dos motores de combustão atuais para se tornarem mais eficientes, nomeadamente com o desenvolvimento da gama completa de motores EA211 dentro do Grupo Volkswagen.
Além de acelerar a sua transição para a mobilidade elétrica, a Skoda confirmou ainda a sua aposta no reforço da sustentabilidade no ciclo de produção de automóveis e nas suas cadeias de abastecimento. Isto inclui um compromisso de utilização de energia renovável nas suas instalações, um foco em materiais recicláveis e na reciclagem consistente de baterias de alta voltagem de veículos elétricos. O concept Vision 7S, no qual o ‘Space’ se baseia, estabeleceu o plano para a utilização de materiais nas futuras gerações de veículos.
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