A ‘carburar’ em pleno após a integração da Opel, o Grupo PSA teve um ano de resultados comerciais bastante positivos, com um novo recorde de 3.9 milhões de veículos vendidos e um crescimento de 6,8% nas vendas globais apesar da queda forte sentida na China.

O grupo dá conta do quinto ano consecutivo de crescimento, tendo vendido um total de 3.878.000 veículos no mundo em 2018, num registo que teve como impulsionadores os mais de 70 lançamentos regionais feitos no espaço de dois anos, mas também a par de uma Estratégia de Veículos Fundamentais (Core Model Strategy) “orientada aos clientes e pelo envolvimento da rede comercial”.

Fundamentais, então, para esse crescimento de vendas foram os novos lançamentos no segmento dos SUV e nos Veículos Comerciais Ligeiros (VCL), segmento no qual detém a liderança europeia. Além disso, explica o grupo, houve um “reforço do pricing power num contexto económico e geopolítico desfavorável”.

Além disso, a entrada em vigor do ciclo de emissões WLTP e o trabalho feito pelo Grupo PSA na conformidade das motorizações, fez com que não houvesse interrupções no fornecimento de veículos ou escaladas de preços acentuadas. A esse respeito, conseguiu, no terceiro trimestre de 2018, um forte avanço em relação aos seus rivais: a quota de mercado atingiu os 17,1% no final do ano, aumentando 3,8%, graças aos resultados das marcas Peugeot e Citroën, que “registam o melhor crescimento de vendas de 2018 do top 10 europeu”, com cerca de 5% para cada uma delas.

A prestação comercial da PSA nos chamados ‘big five’, ou seja, os cinco maiores mercados da Europa, foram determinantes, com ganhos em França (+2,6%), Espanha (+4,2%), Itália (+3,9%), Reino Unido (+4,8%) e Alemanha (+3,7%).

Por marcas, a Peugeot confirmou o estatuto de líder do mercado SUV na Europa, sendo ainda número 1 em Espanha e número 1 em França nos mercados B2C e B2B de veículos de passageiros. Já a Citroën alcançou o seu melhor nível de vendas dos últimos 7 anos (com 825 mil vendas na Europa). A DS Automobiles teve uma forte progressão, com um crescimento de 6,7% das suas vendas, fruto do lançamento do DS7 Crossback, ao passo que a mais recente integrante do grupo, a Opel/Vauxhall, continua a sua ofensiva de produtos com a gama “X”.

Em relação aos VCL, o Grupo PSA indica que alcançou um novo recorde de vendas com 564.147 unidades vendidas, num crescimento de 18,3%. Numa visão mais lata, após a renovação da gama de furgões compactos em 2016, a PSA refere que em todos os subsegmentos quase um em cada quatro clientes de veículos comerciais conduz um modelo do grupo.

Desafios mundiais

Noutros mercados, a PSA teve um forte revés no mercado iraniano depois da suspensão da atividade naquele país, mas também lidou com o enfraquecimento do mercado turco. Todavia, foi na China que a PSA teve uma prestação abaixo do que esperava. Com o mercado de automóveis de passageiros em baixa de 2%, as vendas do Grupo PSA diminuíram 34,2%, estando a “trabalhar em diferentes planos de ação com os seus parceiros, a fim de superar as atuais dificuldades”.

Em destaque a implementação da sua estratégia de eletrificação através da marca Fukang, seguida pelos modelos eletrificados da PCD (Peugeot, Citroën e DS) a partir de 2019. Entre os principais desafios para a PSA naquele país estão a concorrência de novos fabricantes locais, com produtos de baixo custo em muitos dos casos.

Na América Latina, a quebra de vendas deve-se, em grande parte, ao recuo significativo do mercado argentino (-32% no segundo semestre) devido ao contexto económico, com um impacto desfavorável nas taxas de câmbio, e às dificuldades sentidas no mercado brasileiro.