O início da produção da Type 2 (o Carocha era o Type 1) deu-se a 8 de março de 1950, sendo um dos produtos daquele que ficou conhecido como o período do Milagre Económico europeu, chamando a si muito do protagonismo para funções comerciais. A mesma que esperava esta unidade com o número de chassis 20-1880, que saiu da linha de produção a 5 de agosto de 1950.
Estava equipada com motor traseiro de tipo ‘boxer’, quatro cilindros e 1131 cc de cilindrada, capaz de debitar 25 CV às 3300 rpm. A velocidade máxima era de 80 km/h.
Esta carrinha de painel azul de primeira geração foi entregue em Hildesheim para iniciar uma vida útil, transportando mercadorias de A para B. Durante 23 anos, percorreu as estradas e faixas estreitas de Hildesheim antes de se reformar (cedo) quando a empresa vende o veículo a um colecionador. Depois, o mistério e o isolamento, já que esta unidade esteve desaparecida ao longo de quase 20 anos em coleções particulares.
O último proprietário tenta vendê-la através de uma revista, sem grande sucesso por algum tempo. Porém, após múltiplos anúncios – como habitual na época, sem imagem e com apenas três linhas de texto –, um entusiasta do modelo, o dinamarquês Tonny L., descobre que esta carrinha tem o número de chassis mais baixo conhecido naquela altura. O processo de aquisição foi rápido e a Bulli passou a chamar-se ‘Sofie’, entrando num período de restauro e de… rejuvenescimento.
Em 1992, com 42 anos e menos de 100 mil quilómetros percorridos, é levada para a Dinamarca num atrelado depois de 19 anos longe da estrada. É submetida a uma revisão profunda e o seu novo proprietário batiza a carrinha de ‘Sofie’, precisamente o nome da primeira Bulli alguma vez vendida na Dinamarca.
Porém, só em 2000 é que recebe um restauro completo e dispendioso, que termina na primavera de 2003 com uma viagem a uma concentração da Volkswagen em Bad Camberg, dando início a muitas outras viagens pela Europa. Em todo o caso, a ‘Sofie’ era sempre a mais velha, o que lhe atribuía muita atenção por parte dos outros entusiastas do modelo. Mas, a idade também passou por Tonny L., que decidiu vendê-la no final da década de 2010 a alguém capaz de manter a carrinha em boas condições e com o mesmo carinho.
Se muitos colecionadores demonstraram interesse, acabou por ser um encontro fortuito a traçar o seu destino: à margem de uma visita real do Príncipe da Dinamarca à Volkswagen Commercial Vehicles, em Hannover, o importador que acompanhava a comitiva revelou que na Dinamarca havia uma Bulli de 1950 à procura de novo proprietário.
Os responsáveis da divisão de veículos comerciais da Volkswagen, mais concretamente, do departamento de veículos clássicos (‘Oldtimer’), que demonstrou interesse na aquisição da carrinha como peça histórica para a marca alemã. As negociações chegaram a um consenso em 2014 e no final desse ano, a ‘Sofie’ rumou a Hannover, onde permanece até hoje como uma das peças mais icónicas do passado da marca.
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