Akio Toyoda vai deixar o cargo de Presidente e CEO da Toyota, com o anterior líder da Lexus e da Gazoo Racing, Koji Sato, a ser o escolhido para suceder ao neto do fundador da marca japonesa. A estratégia da Toyota em relação ao futuro não deverá sofrer grandes alterações, sabendo-se que

A mudança na estrutura organizacional da Toyota foi anunciada hoje, mas apenas entrará em vigor no dia 1 de abril, com Toyoda a deixar o seu cargo como responsável máximo da companhia que leva o nome (embora alterado) da sua família. Toyoda, grande adepto do automóvel e do desporto motorizado, assumiu a liderança da Toyota em 2009, levando a marca a crescer num período de grandes dificuldades para a indústria, sobretudo no período de 2009-2013, quando o terramoto do Japão e a crise financeira global se aliaram para aquele que foi um dos períodos mais difíceis do setor.

Adicionalmente, a Toyota voltou a mostrar resiliência no período precedentes da Covid-19, quando praticamente todo o mundo foi forçado a parar para evitar a propagação do vírus, o qual ainda não desapareceu, mas tem agora um controlo muito maior.

Da esquerda para a direita: Akio Toyoda, Koji Sato e Takeshi Uchiyamada.

Por seu turno, Sato está longe de ser um desconhecido no seio da Toyota, sendo, aliás, um dos homens de confiança de Toyoda, partilhando com esse muita da sua paixão pelos automóveis, pela competição e pela inovação no campo motorizado. De acordo com o ainda CEO da marca, o facto de Koji Sato ser mais novo (53 anos de idade face aos 66 de Toyoda) pesou nesta decisão.

O CEO da marca não irá, no entanto, deixar por completo a companhia, já que assumirá o cargo de Chairman, mantendo assim uma presença na marca da família. Toyoda irá assumir, precisamente, o lugar que pertencia até agora a Takeshi Uchiyamada, que é conhecido como o pai do Prius, um dos híbridos mais famosos do mundo e que revolucionou o setor há mais de 20 anos. Tendo pedido a sua demissão daquele cargo, Uchiyamada manterá um lugar no Conselho de Administração.

Em conferência online, Toyoda explicou que foi a demissão de Uchiyamada a motivar esta mexida, admitindo que “a melhor forma de acelerar a transformação da Toyota seria com a minha passagem para o cargo de Uchiyamada, no apoio a um novo Presidente”, agradecendo ainda ao elemento que irá substituir.

Recordando ainda os momentos difíceis do passado, como a crise do ‘recall’ global a que a marca foi sujeita e o terramoto no Japão que ameaçaram a existência da companhia: “Em retrospetiva, os últimos 13 anos foram um período de luta, de sobreviver um dia após o outro e esse é o meu sentimento honesto. Acredito que em tempos de crise surgem-nos dois caminhos: um é o caminho para o sucesso a curto termo ou vitórias rápidas e o outro é o caminho que nos leva às qualidades essenciais e filosofias que nos deram força no passado. Escolhi esta última, o caminho para esta filosofia de fazer carros melhores e de ser uma companhia fiável e amada por todos os acionistas no mundo”.

Toyoda referiu ainda a sua crença de ter “construído as fundações sólidas para transmitir o testemunho”, partilhando com Sato a filosofia de paixão pelos automóveis, que irá levar a Toyota para um novo patamar motivado pela sua juventude, instando-o a trabalhar em equipa.

“A inovação é essencial para criar o futuro. Acredito que a inovação é criada quando múltiplas personalidades trabalham em conjunto para um objetivo comum”, que é a de transformar a Toyota numa “companhia de mobilidade”.